Quase
não come nada.
E,
quando come, é feito um passarinho,
Come
bem pouquinho,
Até
alpiste mesmo...
Poderia,
sem jamais ser,
Ser
uma mulher de Botero,
Mas,
de gordura não tem nem o cheiro,
Que
é de um gostoso perfume
Que
se espraia onde estiver.
É
um espetáculo de mulher:
Me
sinto sempre abaixo de sua capacidade de amar.
Minha
única vantagem é a de que,
Só
a vejo, de vez em quando,
De
forma que vou me safando.
Em
geral ela anda com motociclistas,
Um
bando de velhos jovens,
Ou
se entoca nos rios da Amazônia
Para
em noites de lua molhar os pés
Sem
medo algum dos jacarés.
E
bebe com a desenvoltura
E
a voracidade de um monge italiano
A
quem se perdoou o pecado da gula.
Se
queixa de ser gorda,
Sendo
só volumosa,
Uma
mulher forte na sua rude delicadeza
Tanto
que a chamo de flor,
Mas,
na verdade, é uma rosa.
Que
não temos futuro- ela me diz.
Porém,
eu gozo, ela goza
E
isto nos deixa muito feliz.
Ilustração: Fernando Botero.
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