Jorge
Boccanera
Viene
despacio,
entra
tropieza
con mi tos,
con
mi costumbre de dejar la nuca
en
cualquier parte.
Viene
despacio,
ordena
mis silencios,
desata
las palabras necesarias
recibe
la correspondencia de mis ojos.
Viene
despacio,
a
tender sus manteles de ternura.
Viene
despacio,
apenas
echa humo para no despertarme.
Se
abre paso entre vasos arrojados al día,
retratos
de mujeres,
noches
de bronca y noches de ginebra.
Viene
despacio,
entra,
se
arrodilla al borde de mi alma
a
juntar los fragmentos de mi risa.
Después
se vuela azul como la tarde
ELA
Vem
devagar,
entra
tropeça
com a minha tosse
com
o meu hábito de deixar a nuca
em
qualquer lugar.
Vem
devagar,
ordena
os meus silêncios
desata
as palavras necessárias
recebe
a correspondência dos meus olhos.
Vem
devagar,
para
colocar suas toalhas de mesa.
Vem
devagar,
apenas
cheque a fumaça para não me acordar.
Se
abre o caminho entre os copos jogados diariamente,
retratos
de mulheres,
noites
de raiva e noites de gim.
Vem
devagar,
entra,
ajoelha-se
na borda da minha alma
para
recolher os fragmentos do meu riso.
Depois
voa azul como a tarde
Ilustração:
Imagens com Texto.
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