Saturday, October 26, 2024

Uma poesia de Timothy Yu

 


     CHINESE DREAM 61

Timothy Yu 

 

Cartoons. Computer-generated smiles
and fixed eyes fill my daughter’s screen, show her
form is content, content form.
She’s over unicorns. Now she plays a child
who always knows best. There’s nothing to fear
except when we near

an evening when the moon’s not giving light,
turning away. It’s late for attitude,
but it’s now that rude
words are a parent’s heritance. Is she white?
Race is something her father has, a way
of arresting play

away from her, in Timothy’s long trail
of ancestors, immigrants, grasping arms
out of elsewhere, of whom she’ll be one. The child is real.
In the bedtime story she tells herself she’s charmed,
just like her own father.

SONHO CHINÊS 61

Os desenhos animados. Sorrisos gerados por computador

e olhos fixos preenchem a tela da minha filha, mostram a ela

que forma é conteúdo, conteúdo, forma.

Ela superou unicórnios. Agora ela é uma criança

que sempre sabe como escolher melhor. Não há nada a temer

exceto quando nos aproximamos

de uma noite em que a lua não está dando luz,

se afastando. É tarde para atitude,

mas é agora que palavras rudes

são herança dos pais. Ela é branca?

Raça é algo que seu pai tem, uma maneira

de arrastar a brincadeira

para longe dela, na longa trilha de Timothy

de ancestrais, imigrantes, agarrando braços

de outros lugares, dos quais ela será uma. A criança é real.

Na história de ninar, ela diz a si mesma que está encantada,

assim como seu próprio pai.

Ilustração: Reescrevendo Encantamento.


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