Saturday, November 02, 2024

Um poema de Elisabeth Frost

 



FROM “THE UNCURED WORLD”

Elisabeth Frost

 

I decide to name my body. Jane. Jean. Janet. I’ve never liked names that begin with that uncertain sound, wobbling between consonant options like a bowling pin on the fritz. But I need to embrace a thing I have never cared for. As a kid I loved the game of telephone, one mishearing after another, the transformation, the delight at the end when the secret of the final whisperer was unveiled. Incense, insect, instant. Drench, trench, wrenched. Language, languish, anguish. We played at the margins of the senses, pretended loss where there was none, made the privilege of hearing into a game. One erasure, another erasure. Janet-unfixed, unmoored, unwell-time to mobilize.

DE “O INCURÁVEL MUNDO”

Decidi nomear meu corpo. Jane. Jean. Janet. Nunca gostei de nomes que começam com aquele som incerto, oscilando entre opções consonantais como um pino de boliche quebrado. Porém preciso abraçar uma coisa com a qual nunca me importei. Como criança, eu adorava o jogo do telefone, uma audição errada após a outra, a transformação, o deleite de, no final, quando o segredo do sussurrador afinal era revelado. Incenso, inseto, instantâneo. Encharcar, trincheira, arrancado. Linguagem, languidez, angústia. Nós brincávamos nas margens dos sentidos, fingíamos perder onde não havia nada, fazíamos do privilégio de ouvir um jogo. Um apagamento, outro apagamento. Janet-insegura, desamarrada, doente -tempo de se mobilizar.

Ilustração: Outras Palavras.

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