Anunciaram que cairia a tempestade
com um alerta vermelho.
A mulher, cuidadosa, cobriu o espelho,
cerrou as portas e janelas, desligou, das tomadas,
o computador, os aparelhos eletrônicos,
afastou e cobriu os móveis e almofadas.
Lá fora o vento uivou como uma alcateia,
assustando as crianças e os cães
o estrondo pavoroso dos trovões.
Raios desceram de nuvens escurecidas
antes das águas que caíram enlouquecidas
em grandes pingos, aos borbotões.
Os medrosos temiam um dilúvio, com certeza,
enquanto eu dormia. Que beleza!
Sonhava, com a chuva que caía,
empanturrado de comida, vinho e poesia
pensando que os pingos fossem uma sinfonia.
Ilustração: Horóscopo Central.
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