No fueron tus divinos ojos, Ana
Lupercio Leonardo
de Argensolaa
No fueron tus
divinos ojos, Ana,
Los que al yugo amoroso me han rendido;
Ni los rosados labios, dulce nido
Del ciego niño, donde néctar mana;
Ni las mejillas de color de grana;
Ni el cabello, que al oro es preferido;
Ni las manos, que a tantos han vencido;
Ni la voz, que está en duda si es humana.
Tu alma, que en todas tus obras se trasluce,
Es la que sujetar pudo la mía,
Porque fuese inmortal su cautiverio.
Así todo lo dicho se reduce
A sólo su poder, porque tenía
Por ella cada cual su ministerio.
NÃO FORAM TEUS OLHOS DIVINOS, ANA
Não foram teus olhos
divinos, Ana,
os que me submeteram ao
jugo do amor;
nem os rosados lábios,
doce ninho
da cega criança, de onde
flui o néctar;
Nem as bochechas
vermelhas;
nem o cabelo, que ao ouro
é preferido;
nem as mãos, que a tantos
há vencido;
nem a voz, que se dúvida
se é humana.
Tua alma, que em todas as
tuas obras brilha,
É a que pode sujeitar a minha,
Porque foi imortal seu
cativeiro.
Assim, tudo o que foi
dito é reduzido
A só o teu poder, porque tinha
Por ela, cada qual seu
ministério.
Ilustração: https://www.wemystic.com.br/.
No comments:
Post a Comment