As bolinhas da Megasena
estão brincando comigo.
Fico tentando
navegar nas suas
tendências,
mas, vivem me driblando,
cada resultado dando
que nunca estou
esperando.
Isto de que todos os
números
têm a mesma chance,
em certos momentos,
me parece mais uma
retórica
ou ilusão de algum
estatístico.
Vejo a sucessão histórica
dos números e se repetem
num ciclo, é verdade,
durante certa frequência,
porém, depois,
quem sabe para testar
minha paciência,
o ciclo nunca se fecha.
E nem adianta contar
o número de pares e
impares,
quantos saem dentro
ou na moldura, a soma,
os primos, números de
Fibonaci,
ou usar um gerador
aleatório.
Tudo isto é ilusório:
as bolinhas-é o meu
axioma-
gostam mesmo de zombar
dos números em que
costumo apostar.
Se jogo quarenta e um,
então, dá quarenta e
dois.
Se jogo onze e treze dá
doze.
E, sem ilusão,
sigo numa perseguição
inútil, e sem fim,
esperando que as
bolinhas,
um dia,
tenham pena de mim!
Ilustração: https://www.clickpb.com.br
(Do livro "Cem Poemas em Cem Dias", Editora Viseu, 2021).
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