Monday, October 21, 2024

Uma poesia de Helene Achanzar

 


     THE ONLY POEM I CAN WRITE

Helene Achanzar

 

is the one in which she devours an egg sandwich on the overcast train ride to Montauk. Both of us desperate to quit the city, even just for one day, so foolishly we underdressed for the sea. How far a few bucks take us: to the top of a lighthouse, a tote bag full of ceramic souvenirs, a single lobster roll. She poses for photos along the bluffs. I dip my feet into the cold ocean. We talk about our parents, their failures, our own. As she naps on the sand, wrapped in a gauzy scarf, I shiver and watch the clouds move fast across the horizon to reveal sunset’s approach. It is just a sunset. It’s beautiful, and means nothing more than the end of a long day. At dinner, we bicker about the bacon in our pasta. The argument is more about exhaustion than it is about pork. We spend what feels like hours in silence drinking water from a patient bartender. We don’t speak again till we board the last train back to the city when she offers me gummy candy from the depths of her bag. She is alive, and our bodies recline on the train’s seats and thrash with laughter from a joke only we know.

O ÚNICO POEMA QUE POSSO ESCREVER

é uma em que ela devora um sanduíche de ovo na viagem de trem nublada para Montauk. Ambos os dois desesperados para deixar a cidade, ainda que só por um dia, tão tolamente nos vestimos mal para o mar. Quão longe alguns trocados nos levam: ao topo de um farol, uma sacola cheia de souvenirs de cerâmica, um único rolo de lagosta. Ela posa para fotos ao longo dos penhascos. Eu mergulho meus pés no oceano frio. Nós falamos sobre nossos pais, seus fracassos, os nossos. Enquanto ela cochila na areia, enrolada em um lenço transparente, eu tremo e observo as nuvens se movendo rapidamente no horizonte para revelar a aproximação do pôr do sol. É apenas um pôr do sol. É lindo e não significa nada mais do que o fim de um longo dia. No jantar, discutimos sobre o bacon em nossa massa. A discussão é mais sobre exaustão do que sobre carne de porco. Passamos o que parecem horas em silêncio bebendo água de um barman paciente. Não falamos mais nada até embarcarmos no último trem de volta para a cidade, quando ela me oferece balas de goma do fundo de sua bolsa. Ela está viva, e nossos corpos reclinam nos assentos do trem e se debatem de tanto rir de uma piada que só nós sabemos.

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