A ANTICIENTÍFICA
Se Deus não joga dados
Ainda assim tem dois lados
E nem sei de qual estou
(Tento só fazer amor
E isto me deixa frustrado).
Sei que você nem liga para incógnitas
Menos ainda para teoremas de Fermat
E de matemático só tem
Um amor infinito por reais.
Esta sua rude realidade me incomoda
Porque nela toda abstração roda
E meu poder de síntese se abate.
Explico quarks, spins, quasares
Para lhe deixar admirada
E você não se admira nada.
Só pensa em rock, jazz
Na próxima estação
E me deixa na mão
Com um buraco negro
No lugar do coração.
Meu bem, o universo está em expansão
Não deixe o nosso amor se contrair
Por coisas tão banais
Quando tudo é relativo.
Para você não. Seu comportamento
é tão determinado
Que me faz duvidar de Heisenberg
E numa entropia sem equação
Meu amor se esvai, se perde.
(Do livro A Alquimia da Vida, Editora Castanheira/Printer Leiser).
Obs.: Beyónce é anticientífica mesmo, mas entrou por puro cansaço. Tentei várias mulheres distraídas sem exito ou até o universo em expansão. Só entrou a Be!
Monday, July 31, 2006
Friday, July 28, 2006
OS LIMITES DO SABER
A GRANDE LIÇÃO
No meio dos melhores livros do mundo
O grande sábio,
Incontestável senhor da Verdade,
Curvou-se, um dia, sobre sua mesa
E derramou incontrolável tristeza
Que, desfeita em lágrimas,
Destruiu suas mais perfeitas teorias.
E, completamente alucinado de amor,
Chorou até morrer
Legando, como único conhecimento útil,
Sua convicção de que não há
Ciência possível
Para o amor, a dor e a vida.
(Do livro Viagem aos Sonhos de Ninguém)
No meio dos melhores livros do mundo
O grande sábio,
Incontestável senhor da Verdade,
Curvou-se, um dia, sobre sua mesa
E derramou incontrolável tristeza
Que, desfeita em lágrimas,
Destruiu suas mais perfeitas teorias.
E, completamente alucinado de amor,
Chorou até morrer
Legando, como único conhecimento útil,
Sua convicção de que não há
Ciência possível
Para o amor, a dor e a vida.
(Do livro Viagem aos Sonhos de Ninguém)
A HUMANIDADE EXPOSTA
PRAZER
Exponho apenas os meus sonhos
Que, minhas feridas, se guardam em mim
nas cicatrizes.
E, se doem, quando faz frio,
Rio da minha dor,
Que dor maior é a angústia de viver
De saber que, entre um silêncio e outro,
Posso falar todas as palavras,
Amar todos os amores,
Sonhar todos os sonhos
E não ter medo de dizer sim
Ao gosto amargo do prazer,
Que é o gozo dos sentidos,
Deste estranho animal chamado homem.
(Do livro Viagem aos Sonhos de Ninguém)
Tuesday, July 25, 2006
DE ONDE
De onde vem esta nostalgia vazia
Este tédio obscuro
Esta sensação insensível
Este desintegrar-se integrando-se
Esta dor prazer
Esta tristeza alegre
Esta vontade de dizer chegamos
Sem ter ido a parte alguma.
Esta sensação de nada repleta de tudo
Este dormir sem sono
Este sonhar sem sonho
Este sentimento preso e extravasado,
Enfim esta necessidade supérflua de você.
(Do livro Apocalypse)
Este tédio obscuro
Esta sensação insensível
Este desintegrar-se integrando-se
Esta dor prazer
Esta tristeza alegre
Esta vontade de dizer chegamos
Sem ter ido a parte alguma.
Esta sensação de nada repleta de tudo
Este dormir sem sono
Este sonhar sem sonho
Este sentimento preso e extravasado,
Enfim esta necessidade supérflua de você.
(Do livro Apocalypse)
Saturday, July 22, 2006
BALADA DOS ANIMAIS
Eu sou um boizinho do Norte
Você, uma vaquinha do Sul.
Você quer que me comporte.
Eu só vejo tudo azul
E tudo azul é de morte!
Se eu me chamasse Raul
E fosse forte, bem forte...!
Eu sou um bobinho contente.
Você uma cabrinha esperta.
Você me quer ver na frente
Eu só me importa o que aperta
E tudo é só diferente!
Ai! Se fosse, ao menos, Horta
E me chamasse tenente!
Eu sou um porquinho bonito
Você, uma porquinha gostosa.
Você quer pompa e rito
Eu só sinto o que se goza
E gozo até o infinito!
Se dizem de mim Barbosa
Teria bem mais espírito!
Eu sou um gatinho infiel!
Você, uma gata inconstante.
Você me quer feito mel
Eu sou só desodorante
E de um cheiro cruel!
Se de mim dizem Amarante
Teria um melhor papel?
Eu sou um leão mansinho
Você uma leoa espantada.
Você exige carinho
Só gosto de dar pancada
E tudo morre no vinho!
Se me denominam Almada
Seria um melhor vizinho?
Eu sou um rato manhoso
Você uma rata mimosa.
Você me exige vaidoso
Minha roupa é horrorosa
E tudo é tão doloroso!
Se gritam por mim: Tolosa
Seria mais carinhoso?
Eu sou um cachorro vadio
Você uma cadela carente.
Você me espera no cio
O meu amor é demente,
Mas a raiva desafio!
Podem me chamar Vicente
Se de mim não desconfio!
Eu sou um macaco devasso
Você uma macaca ótima.
Você me prepara um laço
Mas eu só passo por cima
E tudo vai para o espaço!
Podem me chamar de Lima
Que nem assim sou um fracasso!
(Do livro Imagens da Incerteza).
Você, uma vaquinha do Sul.
Você quer que me comporte.
Eu só vejo tudo azul
E tudo azul é de morte!
Se eu me chamasse Raul
E fosse forte, bem forte...!
Eu sou um bobinho contente.
Você uma cabrinha esperta.
Você me quer ver na frente
Eu só me importa o que aperta
E tudo é só diferente!
Ai! Se fosse, ao menos, Horta
E me chamasse tenente!
Eu sou um porquinho bonito
Você, uma porquinha gostosa.
Você quer pompa e rito
Eu só sinto o que se goza
E gozo até o infinito!
Se dizem de mim Barbosa
Teria bem mais espírito!
Eu sou um gatinho infiel!
Você, uma gata inconstante.
Você me quer feito mel
Eu sou só desodorante
E de um cheiro cruel!
Se de mim dizem Amarante
Teria um melhor papel?
Eu sou um leão mansinho
Você uma leoa espantada.
Você exige carinho
Só gosto de dar pancada
E tudo morre no vinho!
Se me denominam Almada
Seria um melhor vizinho?
Eu sou um rato manhoso
Você uma rata mimosa.
Você me exige vaidoso
Minha roupa é horrorosa
E tudo é tão doloroso!
Se gritam por mim: Tolosa
Seria mais carinhoso?
Eu sou um cachorro vadio
Você uma cadela carente.
Você me espera no cio
O meu amor é demente,
Mas a raiva desafio!
Podem me chamar Vicente
Se de mim não desconfio!
Eu sou um macaco devasso
Você uma macaca ótima.
Você me prepara um laço
Mas eu só passo por cima
E tudo vai para o espaço!
Podem me chamar de Lima
Que nem assim sou um fracasso!
(Do livro Imagens da Incerteza).
Monday, July 17, 2006
A BELEZA POÉTICA NEGRA MADE IN USA
A BROWN GIRL DEAD
Countee Cullen
With two white roses on her breasts,
White candles at head an feet,
Dark Madonna of the grave she rests;
Lord Death has found her sweet.
Her mother pawned her wedding ring
To lay her out in white;
She’d be so proud she’d dance and sing
To see herself tonight.
UMA MORENINHA MORTA
Com duas rosas brancas sobre os seios,
E velas brancas na cabeça e nos pés
A morena Madonna na cama descansa
Agora que a Dama da Noite achou-a doce.
Sua mãe penhorou o anel de casamento
Para vestí-la, como jamais esteve, toda de branco
Ela ficaria vaidosa e dançaria e cantaria
Se pudesse se ver assim, na noite, tanto, tanto..
Countee Cullen
With two white roses on her breasts,
White candles at head an feet,
Dark Madonna of the grave she rests;
Lord Death has found her sweet.
Her mother pawned her wedding ring
To lay her out in white;
She’d be so proud she’d dance and sing
To see herself tonight.
UMA MORENINHA MORTA
Com duas rosas brancas sobre os seios,
E velas brancas na cabeça e nos pés
A morena Madonna na cama descansa
Agora que a Dama da Noite achou-a doce.
Sua mãe penhorou o anel de casamento
Para vestí-la, como jamais esteve, toda de branco
Ela ficaria vaidosa e dançaria e cantaria
Se pudesse se ver assim, na noite, tanto, tanto..
Tuesday, July 11, 2006
QUINTERO LOUVA CAVAFIS
CAVAFIS: IN MEMORIAM
Tomas Quintero
Perdóname, mi señor.
No es nada.Es amor-
¿Sólo eso?
El Muchacho Persa
Ante las murallas de Zadrakarta
-la que humedece el mar-
Dóriskos, el griego mercenario,
lloró la partida de Bagoas
Hermoso eunuco persa.
"Jamás he tenido joven alguno como tú -le dijo-
Y jamás lo volveré a tener.
Me has destruido para el amor.
Ahora sólo me queda
El triste y débil placer de las mujeres".
CAVAFIS: IN MEMORIAN
Perdoa-me, meu senhor. Não és nada.
Eis amor. Só isto?
O GAROTO PERSA
Ante as nuralhas de Zadrakarta
- eis que umedece o mar-
Dóriskos, o mercenário grego,
Chorou a partida de Bagoas
O formoso eunuco persa.
“Eu nunca tive um jovem assim como tu - lhe disse-
E jamais voltarei a ter.
Tu me destruistes para o amor.
Agora só me resta
O triste e débil prazer das mulheres".
Tomas Quintero
Perdóname, mi señor.
No es nada.Es amor-
¿Sólo eso?
El Muchacho Persa
Ante las murallas de Zadrakarta
-la que humedece el mar-
Dóriskos, el griego mercenario,
lloró la partida de Bagoas
Hermoso eunuco persa.
"Jamás he tenido joven alguno como tú -le dijo-
Y jamás lo volveré a tener.
Me has destruido para el amor.
Ahora sólo me queda
El triste y débil placer de las mujeres".
CAVAFIS: IN MEMORIAN
Perdoa-me, meu senhor. Não és nada.
Eis amor. Só isto?
O GAROTO PERSA
Ante as nuralhas de Zadrakarta
- eis que umedece o mar-
Dóriskos, o mercenário grego,
Chorou a partida de Bagoas
O formoso eunuco persa.
“Eu nunca tive um jovem assim como tu - lhe disse-
E jamais voltarei a ter.
Tu me destruistes para o amor.
Agora só me resta
O triste e débil prazer das mulheres".
O POETA DA AUSÊNCIA
GRECIA
Tomas Quintero
De Marko, el griego marinero,
Repito estas palabras que cantó o lloró
En la inagotable noche del ron
En la vieja Cartagena:"Camaradas, soy de Grecia,
Y cada vez que muerdo su fruta milenaria,la uva
Siento rodar por mi garganta
El antiguo sabor de sus placeres
Me he revolcado en su mar
Su cielo se ha quedado aquí en mis ojos
Y su rocoso suelo ha rasgado mi piel
Y mi garganta y mis labios han repetido
Su inmortal grito guerrero
Y ahora Grecia muere otra vez.
Ayudadme a salvarla, camaradas".
GRÉCIA
De Marko, o grego marinheiro,
Repito estas palavras que cantaram ou choraram
na noite inesgotável de rum
na velha Cartagena:
“Camaradas, Eu sou da Grécia,
E cada vez que mordo a fruta milenariá,
da uva
Sinto descer por minha garganta
O antigo sabor de seus prazeres
Me vejo afogado em seu mar
Seu céu há caído aquí nos meus olhos
E seu rochoso solo tem marcado minha pele
E minha garganta e meus lábios tem repetido
Seu imortal grito guerreiro
E agora a Grécia morre outra vez.
Ajuda-me a salvá-la camaradas".
Tomas Quintero
De Marko, el griego marinero,
Repito estas palabras que cantó o lloró
En la inagotable noche del ron
En la vieja Cartagena:"Camaradas, soy de Grecia,
Y cada vez que muerdo su fruta milenaria,la uva
Siento rodar por mi garganta
El antiguo sabor de sus placeres
Me he revolcado en su mar
Su cielo se ha quedado aquí en mis ojos
Y su rocoso suelo ha rasgado mi piel
Y mi garganta y mis labios han repetido
Su inmortal grito guerrero
Y ahora Grecia muere otra vez.
Ayudadme a salvarla, camaradas".
GRÉCIA
De Marko, o grego marinheiro,
Repito estas palavras que cantaram ou choraram
na noite inesgotável de rum
na velha Cartagena:
“Camaradas, Eu sou da Grécia,
E cada vez que mordo a fruta milenariá,
da uva
Sinto descer por minha garganta
O antigo sabor de seus prazeres
Me vejo afogado em seu mar
Seu céu há caído aquí nos meus olhos
E seu rochoso solo tem marcado minha pele
E minha garganta e meus lábios tem repetido
Seu imortal grito guerreiro
E agora a Grécia morre outra vez.
Ajuda-me a salvá-la camaradas".
Sunday, July 09, 2006
OUTRO POEMA DE BUESA
POEMA DEL OLVIDO
José Angel Buesa
Viendo pasar las nubes fue pasando la vida
Y tu, como una nube, pasaste por mi hastio.
Y se unieron entonces tu corazón y el mio,
Como se van uniendo los bordes de una herida.
Los tristes ensueños y las primeras canas
Entristecen de sombra todas las cosas bellas;
Y hoy tu vida y mi vida son como las estrellas,
Pues pueden verse juntas, estando tan lejanas...
Yo bien sé que el olvido, como uma agua maldita,
Nos da una sed mas honda que la sed que nos quita,
Pero estoy tan seguro de poder olvidar...
Y miraré las nubes sin pensar que te quiero,
Com el hábito sordo de un viejo marinero
Que aun siente, en tierra firma, la ondulación del mar.
POEMA DO ESQUECIMENTO
Vendo passar as nuvens vi passar a vida
E tu, como uma nuvem, passaste por meu verão.
E se uniram, então o meu e o teu coração
Como se unem as bordas de uma ferida.
Os tristes sonhos e os cabelos brancos recentes
Enchem de sombras as coisas mais bonitas;
E hoje tua vida e minha vida são como as estrelas,
Pois podem se ver juntas, apesar de tão distantes.
Bem sei que o esquecimento, como uma água maldita,
Nos dá uma sede mais profunda do que a água nos quita,
Porém estou muito seguro de poder te esquecer...
E olharei para as nuvens sem pensar que te quero,
Como se fosse o hábito de um velho marinheiro
De mesmo, na terra firme, sentir, do mar, o tremer.
(A belissima foto peguei de http://tijolices.blogspot.com)
José Angel Buesa
Viendo pasar las nubes fue pasando la vida
Y tu, como una nube, pasaste por mi hastio.
Y se unieron entonces tu corazón y el mio,
Como se van uniendo los bordes de una herida.
Los tristes ensueños y las primeras canas
Entristecen de sombra todas las cosas bellas;
Y hoy tu vida y mi vida son como las estrellas,
Pues pueden verse juntas, estando tan lejanas...
Yo bien sé que el olvido, como uma agua maldita,
Nos da una sed mas honda que la sed que nos quita,
Pero estoy tan seguro de poder olvidar...
Y miraré las nubes sin pensar que te quiero,
Com el hábito sordo de un viejo marinero
Que aun siente, en tierra firma, la ondulación del mar.
POEMA DO ESQUECIMENTO
Vendo passar as nuvens vi passar a vida
E tu, como uma nuvem, passaste por meu verão.
E se uniram, então o meu e o teu coração
Como se unem as bordas de uma ferida.
Os tristes sonhos e os cabelos brancos recentes
Enchem de sombras as coisas mais bonitas;
E hoje tua vida e minha vida são como as estrelas,
Pois podem se ver juntas, apesar de tão distantes.
Bem sei que o esquecimento, como uma água maldita,
Nos dá uma sede mais profunda do que a água nos quita,
Porém estou muito seguro de poder te esquecer...
E olharei para as nuvens sem pensar que te quero,
Como se fosse o hábito de um velho marinheiro
De mesmo, na terra firme, sentir, do mar, o tremer.
(A belissima foto peguei de http://tijolices.blogspot.com)
Friday, July 07, 2006
WILLIAM CARLOS WILLIAM
AT THE BALL GAME
William Carlos Wiliam
The crowd at the ball game
is moved uniformly
by a spirit of uselessness
which delights them-
all the exciting detail
of the chase
and escape, the error
the flash of genius-
all to no end save beauty
the eternal-
So in detail they, they crowd,
are beautiful
for this
to be warned against
saluted and defied-
It is alive, venomous
it smiles grimly
its words cut-
The flashy female with her
mother, get it-
The Jew get it straitght-it
is deadly, terrifying-
It is the Inquisition, the
Revolution
It is beauty it itself
that lives
Day by day in them
idly-
This is
the power of their faces
It is summer, it is the solstice
the crowd is
cheering, the crowd is laughing
in detail
permanently, seriously
without thought
No Jogo de Futebol
No jogo de futebol a torcida
Se move entusiasmada
Pelo espírito da inutilidade
Que a todos delicia-
Da excitante visão
Da perseguição da bola
E dos dribles, dos erros,
Do lampejo de gênio-
Tudo sem outro fim que não a beleza
Eterna de uma jogada-
Assim, no conjunto, as torcidas
São belas
Por isto
Convém nos prevenirmos contra
Sua força oculta na aparente fraqueza-
Ela vive e sua beleza é perigosa
Alegremente faz olá,
Mas suas palavras ferem
A bela mulher ao lado
De sua mãe, entende isto-
O judeu entende, de imediato-
Seu poder mortal, aterrador-
É a Inquisição, a
Revolução
É a própria beleza
Que emana
Minuto a minuto
Na sua força ociosa-
Este é o poder
Que mostram os rostos-
No calor, no apogeu
Da torcida
Que gritando, na alegria, explode
Inconsciente,
Uníssona e dionísica
De um grito de gol!
William Carlos Wiliam
The crowd at the ball game
is moved uniformly
by a spirit of uselessness
which delights them-
all the exciting detail
of the chase
and escape, the error
the flash of genius-
all to no end save beauty
the eternal-
So in detail they, they crowd,
are beautiful
for this
to be warned against
saluted and defied-
It is alive, venomous
it smiles grimly
its words cut-
The flashy female with her
mother, get it-
The Jew get it straitght-it
is deadly, terrifying-
It is the Inquisition, the
Revolution
It is beauty it itself
that lives
Day by day in them
idly-
This is
the power of their faces
It is summer, it is the solstice
the crowd is
cheering, the crowd is laughing
in detail
permanently, seriously
without thought
No Jogo de Futebol
No jogo de futebol a torcida
Se move entusiasmada
Pelo espírito da inutilidade
Que a todos delicia-
Da excitante visão
Da perseguição da bola
E dos dribles, dos erros,
Do lampejo de gênio-
Tudo sem outro fim que não a beleza
Eterna de uma jogada-
Assim, no conjunto, as torcidas
São belas
Por isto
Convém nos prevenirmos contra
Sua força oculta na aparente fraqueza-
Ela vive e sua beleza é perigosa
Alegremente faz olá,
Mas suas palavras ferem
A bela mulher ao lado
De sua mãe, entende isto-
O judeu entende, de imediato-
Seu poder mortal, aterrador-
É a Inquisição, a
Revolução
É a própria beleza
Que emana
Minuto a minuto
Na sua força ociosa-
Este é o poder
Que mostram os rostos-
No calor, no apogeu
Da torcida
Que gritando, na alegria, explode
Inconsciente,
Uníssona e dionísica
De um grito de gol!
Wednesday, July 05, 2006
EMILY, EVER EMILY
249
Emily Dickinson
Wild Nights — Wild Nights!
Were I with thee
Wild Nights should be
Our luxury!
Futile — the Winds —
To a Heart in port —
Done with the Compass —
Done with the Chart!
Rowing in Eden —
Ah, the Sea!
Might I but moor —Tonight —
In Thee!
249
Noites selvagens-Noites selvagens!
Estivesse eu junto de ti
As noites selvagens seriam
O paraíso da nossa luxúria!
Fútil-os ventos-
Para o coração no porto-
Igual às bússolas
Igual aos mapas!
Navegando no Éden-
Ah, o mar!
Pudera eu em ti- esta noite-
Me afogar!
Emily Dickinson
Wild Nights — Wild Nights!
Were I with thee
Wild Nights should be
Our luxury!
Futile — the Winds —
To a Heart in port —
Done with the Compass —
Done with the Chart!
Rowing in Eden —
Ah, the Sea!
Might I but moor —Tonight —
In Thee!
249
Noites selvagens-Noites selvagens!
Estivesse eu junto de ti
As noites selvagens seriam
O paraíso da nossa luxúria!
Fútil-os ventos-
Para o coração no porto-
Igual às bússolas
Igual aos mapas!
Navegando no Éden-
Ah, o mar!
Pudera eu em ti- esta noite-
Me afogar!
Tuesday, July 04, 2006
UMA IMPROVISAÇÃO MUITO ALÉM DO TEXTO
AN IMPROVISATION FOR ANGULAR MOMENTUM
A.R. Ammons
Walking is like imagination,
a single step
dissolves the circle into motion;
the eye here and there rest son a leaf,
gap, or ledge, everything flowing
except where sight touches seen:
stop, though, and reality snaps backin, locked hard,forms sharply
themselves, bushbank, dentre
e, phoneline,definite, fixed,the self, too,
then caught real, cloudsand wind melting
into their directions,
breaking around and over, down and out,
motions profound,alive, musical!
Perhaps the death mother like the birth mother does not desert us
but comes to tend and produce us,
to make room for usand bear us tenderly, considerately,
through the gates, to see us through,
to ease our pains, quell our cries,to hover over and nestle us,
to deliverus into the greatest, most enduring peace,
all the way past the bother ofrecollection,
beyond the finework of frailty,the mishmash house of the coming & going,
creation's fringes,the eddies and curlicues
UMA IMPROVISAÇÃO PARA UM ANGULAR MOMENTO
Andar como
Na imaginação,
Em que um único passo
dissolve o círculo
em ação; o olho aqui e ali
descansa numa folha,
abertura, ou beira,
E todas as coisas fluem
exceto onde o olhar pousa:
pára, enquanto, a realidade puxa para trás
em duras e fechadas formas
finas em si mesmas,
caixas de arbustos, conchas, linhas telefônicas,
definitivas, fixas, por si mesmas demasiadas,
então seguram o real, nuvens
e misturas do vento com sentidos,
Que se quebram ao redor e sobre,
para baixo e para cima, e fora,
movimento profundo,
vivo, musical!
Talvez a mãe da morte como a mãe do nascimento
Não nos abandone e venha nos atender e produzir mais,
fazer o quarto para nós e nos carregar suavemente, considerando,
através das portas, que nos vê completamente,
para facilitar nossas dores, acalmar nossos gritos,
para pairar sobre e além de nós,
para nos entregar bem maior, formados para a paz,
depois de ter percorrido todo o caminho da reconstrução,
além do fino trabalho da fragilidade, a casa consolidada em argamassa,
o vir & o ir, fronteiras da criação, os pilares e os círculos.
A.R. Ammons
Walking is like imagination,
a single step
dissolves the circle into motion;
the eye here and there rest son a leaf,
gap, or ledge, everything flowing
except where sight touches seen:
stop, though, and reality snaps backin, locked hard,forms sharply
themselves, bushbank, dentre
e, phoneline,definite, fixed,the self, too,
then caught real, cloudsand wind melting
into their directions,
breaking around and over, down and out,
motions profound,alive, musical!
Perhaps the death mother like the birth mother does not desert us
but comes to tend and produce us,
to make room for usand bear us tenderly, considerately,
through the gates, to see us through,
to ease our pains, quell our cries,to hover over and nestle us,
to deliverus into the greatest, most enduring peace,
all the way past the bother ofrecollection,
beyond the finework of frailty,the mishmash house of the coming & going,
creation's fringes,the eddies and curlicues
UMA IMPROVISAÇÃO PARA UM ANGULAR MOMENTO
Andar como
Na imaginação,
Em que um único passo
dissolve o círculo
em ação; o olho aqui e ali
descansa numa folha,
abertura, ou beira,
E todas as coisas fluem
exceto onde o olhar pousa:
pára, enquanto, a realidade puxa para trás
em duras e fechadas formas
finas em si mesmas,
caixas de arbustos, conchas, linhas telefônicas,
definitivas, fixas, por si mesmas demasiadas,
então seguram o real, nuvens
e misturas do vento com sentidos,
Que se quebram ao redor e sobre,
para baixo e para cima, e fora,
movimento profundo,
vivo, musical!
Talvez a mãe da morte como a mãe do nascimento
Não nos abandone e venha nos atender e produzir mais,
fazer o quarto para nós e nos carregar suavemente, considerando,
através das portas, que nos vê completamente,
para facilitar nossas dores, acalmar nossos gritos,
para pairar sobre e além de nós,
para nos entregar bem maior, formados para a paz,
depois de ter percorrido todo o caminho da reconstrução,
além do fino trabalho da fragilidade, a casa consolidada em argamassa,
o vir & o ir, fronteiras da criação, os pilares e os círculos.
ESTRANHOS
Somos perfeitos estranhos
Apesar de tão chegados
Que o amor mal terminado
Nos parece tão presente
Quanto remoto passado.
Somos perfeitos estranhos
Na solidão tão conjunta
Falamos coisas sem nexo
E estamos mais distantes
Quanto mais fazemos sexo
Somos perfeitos estranhos
Como se vultos na névoa
Só temos intimidade
Quando nos envolvem as trevas
Hipócritas da sociedade.
Somos perfeitos estranhos
Na maior proximidade
O que nos une é a Frieza
E se alcançamos o gôzo
Traz uma estranha tristeza
(De Imagens da Incerteza)
Apesar de tão chegados
Que o amor mal terminado
Nos parece tão presente
Quanto remoto passado.
Somos perfeitos estranhos
Na solidão tão conjunta
Falamos coisas sem nexo
E estamos mais distantes
Quanto mais fazemos sexo
Somos perfeitos estranhos
Como se vultos na névoa
Só temos intimidade
Quando nos envolvem as trevas
Hipócritas da sociedade.
Somos perfeitos estranhos
Na maior proximidade
O que nos une é a Frieza
E se alcançamos o gôzo
Traz uma estranha tristeza
(De Imagens da Incerteza)
Saturday, July 01, 2006
UMA POESIA DE LUCIA TRENT
Banners of Rebellion
Lucia Trent
Banners of rebellion, surging to the storm,
Rousing men to vision, turning cold blood warm,
Spread your wide wings staunchly to redeeming skies
That men everywhere may learn the truth you symbolize.
Banners of rebellion, fringed with human pity,
Travel over farm-land, grazing-land and city.
Shower rays of courage on the folk who toil,
Quicken seeds of tumult in the arid soil.
Hearten those who stifle in a prison den,
Seal a swift compassion on the tongues of men.
Let false rulers tremble on pinnacles of ease
When they see the new dawn flaming from the seas.
Though our feet may falter before the light breaks through,
Banners of rebellion, we shall march with you!
Bandeiras da Rebelião
Bandeiras da rebelião, surgindo da tempestade,
Abrindo a visão dos homens, tornando o sangue frio quente,
Espalha tuas asas largas flamejando os céus alegremente
Ensinando aos homens, em toda parte, que simbolizas a verdade.
As bandeiras da rebelião, forjadas com a piedade humana,
Viajam sobre a terra, a cidade e a grama.
Regando com os raios da coragem os povos que na lida,
Desabrocham as sementes do tumulto e ao solo árido dão vida.
Encorajando aqueles que nem mesmo na prisão,
Deixam de zelar pelos homens com zelosa compaixão.
Deixai o mundo, as regras falsas, tremer, fácil ir pelos ares
Quando o alvorecer se levantar como vitoriosa onda dos mares.
Ainda que nossos pés possam faltar antes da luz surgir completamente,
Bandeiras da rebelião, nós marcharemos contigo sempre em frente!
Lucia Trent
Banners of rebellion, surging to the storm,
Rousing men to vision, turning cold blood warm,
Spread your wide wings staunchly to redeeming skies
That men everywhere may learn the truth you symbolize.
Banners of rebellion, fringed with human pity,
Travel over farm-land, grazing-land and city.
Shower rays of courage on the folk who toil,
Quicken seeds of tumult in the arid soil.
Hearten those who stifle in a prison den,
Seal a swift compassion on the tongues of men.
Let false rulers tremble on pinnacles of ease
When they see the new dawn flaming from the seas.
Though our feet may falter before the light breaks through,
Banners of rebellion, we shall march with you!
Bandeiras da Rebelião
Bandeiras da rebelião, surgindo da tempestade,
Abrindo a visão dos homens, tornando o sangue frio quente,
Espalha tuas asas largas flamejando os céus alegremente
Ensinando aos homens, em toda parte, que simbolizas a verdade.
As bandeiras da rebelião, forjadas com a piedade humana,
Viajam sobre a terra, a cidade e a grama.
Regando com os raios da coragem os povos que na lida,
Desabrocham as sementes do tumulto e ao solo árido dão vida.
Encorajando aqueles que nem mesmo na prisão,
Deixam de zelar pelos homens com zelosa compaixão.
Deixai o mundo, as regras falsas, tremer, fácil ir pelos ares
Quando o alvorecer se levantar como vitoriosa onda dos mares.
Ainda que nossos pés possam faltar antes da luz surgir completamente,
Bandeiras da rebelião, nós marcharemos contigo sempre em frente!
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