Monday, September 30, 2019

Uma poesia de Fosca Massuco


Fosca Massucco                                                                           Se non fossi stata io, nulla sarei stata –né caso mi avrebbe cercata
              (o necessità richiesta).

Un miserevole frattale ricomposto,
vano quanto bruma bassa.

Quando non sarò più io, nulla sarà –
sorte e necessità in equilibrio.


Se não fosse eu, nada teria sido -nem ele procuraria por mim
     (ou necessidade necessária).

Um miserável fractal recomposto,
tão vão quanto a névoa baixa.

Quando não for mais eu, nada será -
acaso e necessidade de equilíbrio.



Uma poesia de Yemira Maguiña




OSTINAZIONE

Yemira Maguiña
  
La necesidad extrema de fraguar tus manos hacia mí
sentir tu delicioso delirio buscando mi cuello
imaginarte con los ojos cerrados debatiendo en tus sesos
si todo esto tendrá una repercusión fatal
te maldices conmigo en tu empolvada austeridad,
porque le das oportunidad al amor cada vez que puedes
con la esperanza de ser ese feliz loco enamorado
pero sigues en mis agitaciones, apretado a mis pechos
y a mi voz, que te invade siempre
y yo me regocijo en cada segundo,
me apresuro a poseer tu latido,
acomodarlo al mío para que olvides tu lasitud
no te amo, es cierto, no sé amar, pero te pretendo cerca,
sin piel, asegurando un final enloquecido ansioso burbujeante.

OBSTINAÇÃO

A extrema necessidade de forçar tuas mãos em minha direção
sentir teu delicioso delírio procurando meu pescoço
imaginar-te com os olhos fechados debatendo em teus neurônios
se tudo isto terá um impacto fatal
te amaldiçoas comigo em tua empoeirada austeridade,
porque te dá uma oportunidade ao amor cada vez que podes
na esperança de ser esse feliz louco enamorado
porém, segues nas minhas agitações, apertado a meus seios
e á minha voz, que te invade sempre
e me regojizo a cada segundo,
me apresso a possuir teus batimentos
acomodá-los aos meus para esquecer tua lassidão
não te amo, é certo, não sei amar, porém, te pretendo perto,
sem pele, assegurando um final enlouquecido ansioso borbulhante.


Ilustração: Dreamstime.

Thursday, September 26, 2019

Outra poesia de Giulio Maffi


III                                  

Giulio Maffii

I morti stanno rinchiusi di giorno
la notte mangiano frutta
Salivamo all'ultimo piano
e ti chiedevo
cosa incantava la vista o la vita sui tetti
Erano sintomi mi spiegasti
non Yadruvava
il sole non mi avrebbe rapito
e trasformato in uccello
tornai spazio dentro
lasciando un po' di tempo
gocciolare sul granito delle scale
Il condominio grondava silenzio
e noia e radioline e stanze
ipocattocrisia e voci
la domenica pomeriggio
quando anche dio
chiude il portone

III

Os mortos estão trancados durante o dia
de noite comem frutas
Subimos até o último andar
e te pergunto
que coisa encantava a vista ou a vida sobre os telhados
Eramos sintomas me explicastes
não Yadruvava
o sol não me deixaria extasiado
e transformado em pássaro
Voltei dentro do espaço
deixando um pouco do tempo
gotejar no granito da escada
O edifício pingava em silêncio
e tédio e rádios e quartos
crise de hipocrisia e vozes
Domingo à tarde
quando até deus
fecha a porta

Ilustração: esboçandoideias.com.

Tuesday, September 24, 2019

Duas poesias de Tom Waits


MAYBE WE ARE           
Tom Waits

Maybe we are all members
Of an orchestra that is merely
Tuning up
And our curious trails
Are random scales
For a music that has
Yet to begin

TALVEZ SEJAMOS

Talvez sejamos todos membros
De uma orquestra meramente
Se entrosando
E nossas curiosas experiências
Sejam escalas aleatórias
Para uma música que tem
Ainda que começar

GRIT

Tom Waits

Can I get up off the mat
Like a wrestler that has
Been beaten, beaten

Can I get up and come
Roaring back?

RUGIR

Posso me levantar da lona
Como um lutador que
Foi nocauteado, nocauteado

Posso me levantar e vir
Rugindo de volta?

Ilustração: Desenho Didático.


Monday, September 23, 2019

Outra poesia de Dante Maffia



Dante Maffia

L'umano s'era insinuato nel profondo
del cuore di Aziz. Un lento fluire di parole
che sono la disperazione e il limite.
Bisognava tornare indietro
e non spingere alla metamorfosi. Fiorivano
da poco nei balconi
fiori sconosciuti, un pericolo sicuro.


O humano havia se insinuado profundamente
no coração de Aziz. Um fluxo lento de palavras
que são o desespero e o limite.
Você teve que voltar
e não forçar  a metamorfose. Floresceram  há pouco  nas varandas
flores desconhecidas, perigo certo.  




Um poeminha de Alessandra Penneta


LXIV                                
Alessandra Pennetta

[A Patrizia Valduga]

Bella sei e hai carne di femmina./
Non hai bisogno di altro/
fuorché di me. Ed io/
ti mangio.

LXIV

Bela és e tua carne é feminina./
Não precisas de outro/
exceto de mim. E eu
te como.


Friday, September 20, 2019

Uma poesia de Giulio Maffii


XIII                                
Giulio Maffii

Siamo milioni in questo vuoto
così goffi tra regole
labirinti silenzi e graffi
Respiriamo il santo della cruna
la tassonomia del caso
e di bruma in bruma attendiamo
qualcuno una svolta
altri una generica attenzione
Senza luogo accadono sulla terra
persuasioni indelebili verità
L’albero il sole il biondo dei capelli
in quali pieghe contorte
il vuoto delle porte i terrapieni
le pietre acquietano gli orpelli
s’addensano giorni e licheni
Non scorre la gora secca che nutre
il sottobosco il precipizio la forra
tra quando scendi e quando torni

XIII

Somos milhões neste vácuo
tão deselegante entre as regras
labirintos silêncios e arranhões
respiramos o santo dos olhos
a taxonomia do caso
e de névoa em névoa esperamos
alguma reviravolta
mais uma atenção geral
Sem lugar eles acontecem na terra
persuasões indeléveis de verdade
A árvore o sol o loiro do cabelo
em que as dobras torcidas
o vácuo das portas os aterros
as pedras acalmem as armadilhas
adensem dias e líquens
A água represada que não escorre não nutre
a vegetação rasteira o precipício do desfiladeiro
entre quando você desce e volta


Uma poesia de Totò Franz





Salvatore Toma

*
Quando sarò morto
che non vi venga in mente
di mettere manifesti:
morto serenamente
o dopo lunga sofferenza
o peggio ancora in grazia di dio.
Io sono morto
per la vostra presenza

*
Quando eu estiver morto
que não lhes venha à mente
colocar cartazes:
morreu em paz
ou depois de muito sofrimento
ou, pior ainda, na graça de Deus.
Eu estou morto
pela vossa presença



Thursday, September 19, 2019

Outra poesia de Valeria Di Felice


4.                                      
Valeria Di Felice

Stammi dentro. Con il sorriso.
Addosso. Stretto. Cucito alla mia pelle.

In silenzio. Sdraiato sull’ala della giovinezza
perché possa sentire il brivido del volo.

Stammi accanto. Molto vicino. Senza fare ombra alla mia,
ché  possa trovare da sola la luce di esser donna.

Intorno. Nel  respiro. Nel pensiero.
A trattenere la paura, ché non possa più fuggire
da questa landa di felicità.

Stammi. Decidi tu dove.
Il come è già accaduto.

4.

Fique dentro de mim. Com um sorriso.
Colado. Estreito. Costurado na minha pele.

Em silêncio. Deitado sobre a asa da juventude
para que eu possa sentir a emoção de voar.

Fique perto de mim. Muito perto.  Sem me fazer sombra,
para que possa encontrar a luz sozinha por ser uma mulher.

Em volta. Na respiração. No pensamento.
Para segurar o medo, que não pode mais escapar
desta terra de felicidade.

Tome cuidado. Decide  tu onde.
O como isto já aconteceu.

Wednesday, September 18, 2019

Uma poesia de Franco Fortini



LE PICCOLE PIANTE…

Franco Fortini

Le piccole piante mi vengo incontro e mi dicono:
“Tu, lo sappiamo, nulla puoi fare per noi.
Ma se vorrai entreremo nella tua stanza,
rami e radici fra le carte avranno scampo”.

Ho detto di sì a quella loro domanda
e il gregge di foglie ora è qui che mi guarda.
Con le foreste riposerò e le erbe sfinite,
vinte innumerabili armate che mi difendono.


AS PEQUENAS PLANTAS ...

As pequenas plantas vieram ao meu encontro e me disseram:
"Tu, sabemos, nada  pode fazer por nós.
Mas, se quiser, entraremos no seu quarto,
ramos e raízes entre as folhas podes escapar ”.

Eu disse que sim à pergunta delas
e o bando de folhas agora está aqui me guardando.
Com florestas e ervas exauridas repousarei,
Ganhei inúmeros exércitos para me defenderem.

Ilustração: imagens.usp.br.

Uma poesia de Numa Pompilio Liona


A don Fernando Velarde                          

Numa Pompilio Llona y Echeverri

¡No te amedrente el ponzoñoso dardo
De turba vil, que con rencor bastardo
Te provoca y te insulta!; ¡firme lidia!...
¡Porque jamás vio el mundo, oh noble bardo,
Fuego sin humo, gloria sin envidia!

Para don Fernando Velarde

Não se amedronte pelo dardo venenoso
Da turba vil, que com rancor bastardo
Te provoca e te insulta! Luta firme! ...
Porque jamais viu o mundo, oh! Nobre bardo,
Fogo sem fumaça, glória sem inveja!

Tuesday, September 17, 2019

Uma poesia de Marià Aguiló



DECEPCIÓN

Marià Aguiló i Fuster

La dolencia del alma a nadie mata,
Mas le hace agonizar su gran presión...
Cuando el dolor el corazón maltrata,
Se escapa por los ojos su aflicción.

Mas la pena que el llanto nos desata
No aminora el ardor del corazón;
Sus fibras moja y con rencor dilata
Para acopiar más cruel desolación.

¡Ay, pobre del que en hora maldecida
Siente el amor y es del amor proscrito!
¡Le huye la muerte, mas también la vida!

Vive para probar que no es un mito
Que, si el hombre se inflama sin medida,
¡Su dolor, sin amor, será infinito!

DECEPÇÃO

A doença da alma a ninguém mata,
Mas, o faz agonizar sua grande pressão ...
Quando a dor do coração maltrata,
Se escapa pelos olhos sua aflição.

Mais a pena que  o pranto nos desata
Não minora o ardor do coração;
Suas fibra úmidas e com rancor dilatam
Para coletar a mais cruel desolação.

Aí!,Pobre do que na hora maldita
Sinta o amor e é do amor proscrito!
Da morte foge, mas, também da vida!

Vive para provar que não é um mito
Que, se o homem se inflama sem medida,
Sua dor, sem amor, será infinita!


Friday, September 13, 2019

Uma poesia de Valeria Di Felice

                                                                                                             
11.                                          

Valeria Di Felice

Non muovere le mani
ora che i tuoi palmi sono coppe
su cui cola un singhiozzo di piacere.

Non muovere le mani
ora che le dita sono rose dischiuse
sul mio altare,
battente la cantilena ancestrale.

Di bocca in bocca
il vento ha ululato
parole notturne scavando
nel pozzo dei desideri.

Di carne in carne
il respiro si è fatto unisono
generante orienti e melodie
d’altri mondi.

11.

Não mova suas mãos
agora que suas palmas são copos
em que corre um soluço de prazer.

Não mova as mãos
agora que os dedos são rosas abertas
sobre meu altar
batendo o ancestral canto.

De boca em boca
o vento uivando
cava noturnas palavras
no poço dos desejos.

De carne em carne
a respiração se tornou uníssona
gerando orientações e melodias
de outros mundos.

Ilustração: http://rebloggy.com/