Saturday, January 31, 2009

OUTRA DE LUIS ROSALES


AUTOBIOGRAFÍA

Luis Rosales

Como el náufrago metódico que contase las olas
que faltan para morir,
y las contase, y las volviese a contar, para evitar
errores, hasta la última,
hasta aquella que tiene la estatura de un niño
y le besa y le cubre la frente,
así he vivido yo con una vaga prudencia de
caballo de cartón en el baño,
sabiendo que jamás me he equivocado en nada,
sino en las cosas que yo más quería.

Autobiografía

Como o naufrago metódico que contasse as ondas
que faltam para morrer,
e as contasse, e retornasse a contar, para evitar
erros, até a última,
até aquela que tem a estatura de um menino
e lhe beija e lhe cobre de frente,
assim eu tenho vivido com uma vaga prudência de
um cavalo do cartão no banho,
sabendo que nunca me equivoquei em nada,
exceto nas coisas que eu mais queria.

Ilustração: http://notasaocafe.files.wordpress.com/2007/11/autobiography1.jpg

Obs.: Não saiu o crédito, mas, a foto ilustrativa debaixo, da outra poesia de Luis Rosales é de gustavonogueira.files.wordpress.com

LUIS ROSALES


¿EN DÓNDE EMPIEZA NUESTRA SOMBRA?

Luis Rosales

Sabes que llega un día en que el suelo que pisas se
convierte en pared,
ésta es la gran lección
y la medianería que separa los muertos de los vivos;
los extremos se tocan,
no podemos salir de su contigüidad,
más tarde o más temprano
en cada orilla queda un muerto nuestro.


ONDE COMEÇA NOSSA SOMBRA?

Você sabe que chega um dia em o soloc que pisas se
converte em parede,
esta é a grande lição
e a linha que separa os mortos dos vivos;
os extremos se tocam,
nós não podemos sair de sua contigüidade,
mais tarde ou mais cedo
em cada beira do caminho se encontra um dos nossos mortos.

Wednesday, January 28, 2009

OUTRA VEZ SCORZA




MÚSICA LENTA

Manuel Scorza

Para que tú entres,
a veces de tristeza, el corazón se me abre.

Como una puerta tímida,
para que tú entres, el corazón se me abre.

Pero tú no vienes,
no vuelas más sobre los campos.

En vano mi corazón
a la ventana de su dolor se asoma.
Pasas de largo,
como si el viento
soplase sólo para allá.

Pasa la mañana y no viene la tarde.
Y el corazón se me cierra,
como una mano sin nadie, el corazón se me cierra

Música Lenta

Para que tu entres,
Às vezes de tristeza, o coração se abre.

Como uma porta tímida,
Para que tu entres, o coração se abre.

Porém, tu não vens,
Não voltas mais pelos campos.

Em vão meu coração
Na janela de sua dor assoma.
Passas ao largo.
Como se o vento
Soprasse só para lá.

Passa a manhã e não vem a tarde.
E o coração não se fecha
Como um mão sem nada, o coração não se fecha.

UMA POETISA BOLIVIANA


VIAJE INÚTIL

Yolanda Bedregal

Para qué el mar?
Para qué el sol?
Para qué el cielo?
Estoy de viaje hoy día
en viaje de retorno
hacia aquella palabra sin orillas
que es el mar de mi misma
y de tu olvido.
Después de que te he dado mar y cielo
me quedo con la tierra de mi vida
que es dulce como arcilla
mojada en sangre y leche.
Ahora me sobra todo lo que tuve
porque soy como acuario y como roca.
Por mi sangre navegan peces ágiles
y en mi cuerpo se enredan las raíces
de unas plantas violetas y amarillas.
Tengo en la espalda herida
cicatrices de alas inservibles,
y un poquito en mis ojos todavía
hay humedad inútil de recuerdos.
Pero, que importa todo esto ahora?
cuanto estiro los brazos y no hay nada
que no sea yo misma repetida.
Acaso no soy mar y no soy roca?
Misterios de colores en mi vida
suben y bajan en mareas altas
y extraños animales y demonios
se fingen ángeles y helechos en mis grutas.
Están además el mar, el sol, la tierra.
Ahora que he vuelto de un amor inmenso,
tengo ya en la palabra sin orillas
lo que pudo caber entre sus manos.


Viagem inútil

Para que o mar?
Para que o sol?
Para que o céu?
Estou de viagem hoje em dia
Viagem de retorno
Até aquela palavra sem beiras
Que é o mar de mim mesma
E do teu esquecimento.
Depois de ter te dado mar e céu
Acabo com a terra em minha vida
Que é doce como argila
Molhada em sangue e leite.
Agora em sobra tudo que tive
Porque sou como aquário e como rocha.
Por meu sangue navegam peixes ágeis
E no meu corpo se enredam as raízes
De umas plantas violetas e amarelas.
Tenho na espádua ferida
Cicatrizes das asas inservíveis,
E um pouquinho dos meus olhos, todavia,
Tem a umidade inútil das recordações.
Porém, o que importa tudo isto agora?
Quando estendo os braços e não há nada
Que não seja eu mesma repetida.
Acaso não sou mar e não sou rocha?
Mistérios de cores em minha vida
Sobem e descem nas marés altas
E estranhos animais e demônios
Se fingem anjos e eleitos nas minhas grutas.
Estão ademais o céu, o sol e a terra.
Agora que ele voltou de um amor imenso
Tenho já na palavra sem beiras
O que pode caber entre suas mãos.

Ilustração: www.cindyeu.zip.net/

Tuesday, January 27, 2009

A POESIA DE SCORZA


SERENATA

Miguel Scorza


Íbamos a vivir toda la vida juntos.
Íbamos a morir toda la muerte juntos.
Adiós.

No sé si sabes lo que quiere decir adiós.
Adiós quiere decir ya no mirarse nunca,
vivir entre otras gentes,
reírse de otras cosas,
morirse de otras penas.
Adiós es separarse, ¿entiendes?, separarse,
olvidando, como traje inútil, la juventud.

!Íbamos a hacer tantas cosas juntos!
Ahora tenemos otras citas.
Estrellas diferentes nos alumbran en noches diferentes.
La lluvia que te moja me deja seco a mí.
Está bien: adiós.
Contra el viento el poeta nada puede.

A la hora en que parten los adioses,
el poeta sólo puede pedirle a las golondrinas
que vuelen sin cesar sobre tu sueño


Serenata

Íamos viver toda vida juntos.
Ìamos morrer toda morte juntos.
Adeus.

Não sei se sabes o que quer dizer adeus.
Adeus quer dizer já não nos olharmos nunca,
Viver outras pessoas,
Rir-se de outras coisas,
Morrer-se de outras penas.
Adeus é separar-se, entendes?, separar-se,
Esquecendo-se, como roupa inútil, a juventude.

Iríamos fazer tantas coisas juntos!
Agora temos outras canções.
Estrelas diferentes nos iluminam em noites diferentes.
A chuva que te molha deixa-me seco.
Está bem: adeus.
Contra o vento o poeta nada pode.

Na hora em que partem os adeuses
O poeta só pode pedir as andorinhas
Que voem sem cessar sobre teu sono.












Ilustração: www.platanos.coloridos.zip.net

O WILLIAM



138

William Shakespeare

When my love swears that she is made of truth
I do believe her, though I know she lies,
That she might think me some untutor'd youth,
Unlearned in the world's false subtleties.
Thus vainly thinking that she thinks me young,
Although she knows my days are past the best,
Simply I credit her false speaking tongue:
But wherefore says she not she is unjust?
And wherefore say not I that I am old?
O, love's best habit is in seeming trust,
And age in love loves not to have years told:
Therefore I lie with her and she with me,
And in our faults by lies we flatter'd be.

138

Quando meu amor jura dizer a verdade
Creio nela, ainda quando sei que mente,
Prendendo-a na crença da minha juventude,
E de que não aprendi a falsidade reinante.
Assim é inútil que ela me pense imaturo,
Ainda se sabe que já passaram meus melhores dias.
Somente crédito à língua sua fala falsa, juro,
Mas, sabemos que suas intenções são pias.
Porém, por que não me diz que envelheci?
E por que não lhe digo que velho estou?
Oh! O amor melhor vive na confiança em si,
E o tempo e o amor não tem mesmo idade:
Portanto ela mente e eu mentindo vou,
E nossas mentiras se tornam verdades.

Monday, January 26, 2009

MARÍA SANZ OUTRA VEZ



LA MEMORIA


Si quieres olvidar, si no te basta
con ahuyentar heridas y desprecios,
acuérdate del día en que un poema
te liberó del mundo y sus engaños.

A MEMÓRIA

Se quiseres esquecer, se não te basta
Afugentar as feridas e os desprezos,
Lembra-te do dia em que um poema
te liberou do mundo e de seus enganos.

Ilustração: http://populo.weblog.com.pt/arquivo/memoria.jpg

UMA POETISA ESPANHOLA



ARGONAUTA

Intrépido muchacho
aquél... Buscó mi templo
entre cientos de islas
para verme de cerca,

por saber si era cierto que yo estaba
desnuda entre unas míticas columnas
cuyo blancor se alzaba sobre el índigo
sereno de las olas.

Bello muchacho aquél... Rozó mis piernas
que ardían con el sol, tentó mi talle
ceñido por la brisa, y en mis manos
sus dorados cabellos se prendieron.

Dulce muchacho aquél... Llegó a dormirse
junto a mi pedestal, mas con el alba
-siempre hay un alba-, regresó a su nave.

Nunca se han explicado los arqueólogos
estas huellas extrañas
en mi cuerpo de mármol.

Argonauta

Intrépido moço
aquele...Buscou meu templo
entre centenas dos ilhas
para me ver de perto,

para saber se era certo que eu estava
despida entre míticas colunas
cuja brancura se levantava sobre o anil
sereno das ondas.

Belo rapaz aquele...Roçou minha pele
que ardia com o sol, tocou minha figura
acinzentada pela brisa, e em minhas mãos
seus dourados cabelos se prenderam.

Doce rapaz aquele... Chegou a cair adormecido
junto meu pedestal, mas com o alvorecer
- sempre há um alvorecer, regressou ao seu navio.

Nunca explicaram, porém, os arqueólogos
estas marcas estranhas
No meu corpo de mármore.

Ilustração: www.templodeapolo.net

Sunday, January 25, 2009

RESQUÍCIOS....



HAVERES

De todas as coisas que passam
São poucos os sonhos que ficam:
O viver que ainda apetece
E o querer que não se esquece.

De todas as coisas que vão
São poucos, parcos, os proveitos.
Um sabor da vida antiga,
Um amor, uma flor, uma cantiga.

De todas as coisas que foram
São pouco os prazeres vivos.
Só a doçura do teu olhar fita
Toda paixão já finita.

(Alquimia da Vida,1999).

Ilustração: http://blogsntes.blogspot.com

Saturday, January 24, 2009

PAUL CELAN


Lob der Ferne

Paul Celan

Im Quell deiner Augen
leben die Garne der Fischer der Irrsee.
Im Quell deiner Augen
hält das Meer sein Versprechen.

Hier werf ich,
ein Herz, das geweilt unter Menschen,
die Kleider von mir und den Glanz eines Schwures:

Schwärzer im Schwarz, bin ich nackter.
Abtrünnig erst bin ich treu.
Ich bin du, wenn ich ich bin.

Im Quell deiner Augen
treib ich und träume von Raub.

Ein Garn fing ein Garn ein:
wir scheiden umschlungen.

Im Quell deiner Augen
erwürgt ein Gehenkter den Strang.


Elogio da distância


Na luz dos teus olhos
vivem os fios dos pescadores do lago da loucura.
Na luz dos teus olhos
Cumpre sua promessa o mar.

Aqui, um coração
que andou entre os homens, arranca
as vestes e o brilho de uma jura:

Mais negro no negro, estou nu.
Só quando sou falso sou fiel.
Sou tu se for eu.

Na luz dos teus olhos
flutuam meus sonhos de rapto.

Um fio apanhou um fio:
separados e enlaçados.

Na fonte dos teus olhos
um enforcado estrangula o laço.

Friday, January 23, 2009

ESTE VAZIO QUE NÃO SE EXPLICA...




Metade

Sei que percebi a solidão
como percebi a vida
sem clareza
como uma imagem
difusa e distante-
míope que sou.

A vida,
só sinto,
como a busca sem fim
de algo que não há,
mas, sinto se você
não está
uma imensa falta de mim.

SEXTAS



Opacidade

Talvez o desejo
de ser transparente
me torne, muitas vezes,
tão claro
que nada se ilumina.

Deve ser minha sina
explicar tanto e tão bem
coisas infinitas e difíceis,
nas sextas-feiras,
quando meu desejo é tão simples
e direto
que dispensa palavras.

E, no entanto, não há amor concreto
nem paixão sem palavras.

Ilustração: http://hiranpinel.blogspot.com

Thursday, January 22, 2009

FIZ O QUE PUDE


Absoluta

César Vallejo.

Color de ropa antigua. Un julio a sombra,
y un agosto recién segado. Y una
mano de agua que injertó en el pino
resinoso de un tedio malas frutas.

Ahora que has anclado, oscura ropa,
tornas rociada de un suntuoso olor
a tiempo, a abreviación... Y he cantado
el proclive festín que se volcó.

Mas ¿no puedes, Señor, contra la muerte,
contra el límite, contra lo que acaba?
¡Ay, la llaga en color de ropa antigua,
cómo se entreabre y huele a miel quemada!

Oh unidad excelsa! Oh lo que es uno
por todos!
¡Amor contra el espacio y contra el tiempo!
Un latido único de corazón;
un solo ritmo: ¡Dios!

Y al encogerse de hombros los linderos
en un bronco desdén irreductible,
hay un riego de sierpes
en la doncella plenitud del 1.
¡Una arruga, una sombra!

Absoluta

Cor de roupa antiga. Julho a uma sombra
e um agosto recém-chegado. E uma
Mão de água se enxertou no tronco
Resinoso de um tédio de fruto ruins.

Agora que estais ancorado, escura roupa,
Esparges em gotas um suntuoso odor
de tempo, para abreviar ... E eu tenho cantado
O decadente festim que virou.

Mas não, Senhor, contra a morte,
contra o limite, contra o que acaba?
Ah, a chaga em cor da roupa antiga
Como se entreabre e cheira a mel queimado!

Oh! Excelsa unidade! Oh! O que é um
por todos!
Amor contra o contra o tempo e o espaço!
A batida única de um coração;
um só ritmo: Deus!

E ao encolher os ombros nas fronteiras
Num grosseiro desprezo irredutível,
Existe um risco de serpentes
na plenitude da garota nº 1.
Uma ruga, uma sombra!

Ilustração: http://www.avendanova.com.br/reisol.JPG

Wednesday, January 21, 2009

ADRIANA GRAZIOLI


BACANAL

Adriana Grazioli

Tiende la mesa.
Prepara las mejores copas,
mientras yo
amaso en la cocina
un placer nuevo,
y te sirvo el deseo
sin derramar una gota en el mantel.
Siéntate. Brindemos.
Disfruta cada forma,
el aroma, los sabores;
lámete los labios:
no desperdicies nada.
Y después,
déjame beberte de a poquito,
mientras trepo a sostener esa cereza,
mezcla de postre y de pirueta,
que reclama desde el hueco de tu boca.

Bacanal

Estende a mesa
Prepara os melhores talheres,
enquanto
preparo na cozinha
um prazer novo,
e te sirvo o desejo
sem derramar uma gota no pano da mesa.
Senta-te. Brindemos.
Desfruta de cada prato,
o aroma, os sabores;
molha os lábios:
não desperdices nada.
E depois,
Deixa-me beber-te aos pouquinhos.
enquanto procuro esta mistura de cereja,
sobremessa e pirueta,
deliciosa na cavidade de tua boca.

Ilustração: Michelangelo Caravaggio

MARTA LÓPEZ LUACES


Memoria de un vacío

Marta López Luaces


...porque no existo
me instalo en cada una
de las grietas del recuerdo
más allá del vacío
su forma:
la caligrafía de la nada
y sus tendencias
ópticas
Vislumbro entonces
el margen que me nutre
y que me expulsa
de mí
tengo memorias
que la palabra borra...

Memória de um vazio

…porque não existo
me instalo em cada uma
das fendas da recordação
mais além do vazio
em sua forma:
a caligrafia do nada
e suas tendências
óticas
Vislumbro então
a margem do que me nutre
e expulsa
de mim
tenho memórias
que a palavra borra....

TRAIÇÃO FLORAL



Petals

by Amy Lowell Life is a stream

On which we strew
Petal by petal the flower of our heart;
The end lost in dream,
They float past our view,
We only watch their glad, early start.

Freighted with hope,
Crimsoned with joy,
We scatter the leaves of our opening rose;
Their widening scope,
Their distant employ,
We never shall know. And the stream as it flows
Sweeps them away,
Each one is gone
Ever beyond into infinite ways.
We alone stay
While years hurry on,
The flower fared forth, though its fragrance still stays.

Pétalas

A vida é um rio
Sobre o qual estamos deslizando
Pétala por pétala a flor do nosso coração;
No fim perdido num sonho,
Eles flutuam no passado à nossa vista,
Nós somente assistimos satisfeitos, a partida antecipada.

Carregados de esperança,
Vermelhos de alegria,
Vamos espalhar as folhas das rosas abertas;
Ampliando seu escopo,
Aumentando seu emprego,
Nós nunca devemos saber. E como um rio ela passa
Levando-os para fora,
Varrendo-os sempre.
Cada vez mais além de infinitas maneiras.
Vamos ficar sozinha
Enquanto os anos passam,
A flor se esfarela adiante, embora a sua fragrância ainda permaneça.


Ilustração: http://onossocasamento.pt/files/galeria/caminho_de_petalas.jpg

ASHBERY


Fear of Death

John Ashbery

What is it now with me
And is it as I have become?
Is there no state free from the boundary lines
Of before and after? The window is open today

And the air pours in with piano notes
In its skirts, as though to say, "Look, John,
I've brought these and these”:-that is,
A few Beethovens, some Brahmses,

A few choice Poulenc notes. . .Yes,
It is being free again, the air, it has to keep coming back
Because that's all it's good for.
I want to stay with it out of fear.

That keep me from walking up certain steps,
Knocking at certain doors, fear of growing old
Alone, and of finding no one at the evening end
Of the path except another myself

Nodding a curt greeting: "Well, you've been awhile
But now we're back together, which is what counts.
"Air in my path, you could shorten this,
But the breeze has dropped, and silence is the last word

Medo da Morte

O que há agora comigo
E como me tornei assim?
Não há ninguém livre dos limites
Do antes e depois? Hoje a janela está aberta

E o ar derrama as notas do piano
Nas suas saias, como se para dizer: "Olhe, John,
Eu trouxe isto e aquilo”:-Isto é,
Um pouco de Beethoven, uns Brahms,

Umas notas escolhidas de Poulenc . . . Sim,
É ser livre de novo, o ar, tem de manter a voltar
Porque é o que é bom para todos.
Eu quero ficar com ele sem medo.

Isto é o que me impede de subir certos degraus,
Bater em algumas portas, o medo de envelhecer
Sozinho, e de não encontrar ninguém no final da tarde,
No caminho, exceto outro igual a mim mesmo

Saudando brusco: "Bem, você andou por aí,
Mas agora estamos juntos, que é o que conta".
Ar no meu caminho, você pode encurtar isto,
Mas o vento caiu, e o silêncio é a última palavra.

Ilustração: http://angel_gothic.blogs.sapo.pt/2008/09/

Tuesday, January 20, 2009

GINSBERG




Some Love

Allen Ginsberg

After 53 anos
I still cry tears
I still fall in love
I still improve

My art with a kiss
My heart with bliss
My hands massage
Kids from garage

Kids from the grave
Kids who slave
At study or labor
Still show me favor

How can I complain
When love like rain
Falls alt over the land
On my head on my heart.


Algum Amor

Após 53 anos
Eu ainda choro lágrimas
Eu ainda me apaixono
Eu ainda melhoro

A minha arte é feita com um beijo
Meu coração com êxtase
Minhas mãos fazem massagem
Em rapazes na garagem

Rapazes de ares graves
Rapazes que são escravos
Do estudo ou do trabalho
Ainda me fazem favor

Como posso me queixar
Quando o amor como a chuva
Cai do céu sobre a terra
Na minha cabeça e no meu coração.

Ilustração: http://www.clubeceu.com.br/album/fotos_voo_abencoado_g.jpg

PAZ NOVAMENTE



Acabar con todo

Octavio Paz

Dame, llama invisible, espada fría,
tu persistente cólera,
para acabar con todo,
oh mundo seco,
oh mundo desangrado,
para acabar con todo.

Arde, sombrío, arde sin llamas,
apagado y ardiente,
ceniza y piedra viva,
desierto sin orillas.

Arde en el vasto cielo, laja y nube,
bajo la ciega luz que se desploma
entre estériles peñas.

Arde en la soledad que nos deshace,
tierra de piedra ardiente,
de raíces heladas y sedientas.

Arde, furor oculto,
ceniza que enloquece,
arde invisible, arde
como el mar impotente engendra nubes,
olas como el rencor y espumas pétreas.
Entre mis huesos delirantes, arde;
arde dentro del aire hueco,
horno invisible y puro;
arde como arde el tiempo,
como camina el tiempo entre la muerte,
con sus mismas pisadas y su aliento;
arde como la soledad que te devora,
arde en ti mismo, ardor sin llama,
soledad sin imagen, sed sin labios.
Para acabar con todo,
oh mundo seco,
para acabar con todo.

Para acabar com tudo

Dá-me chama invisível, espada fria,
E sua raiva persistente,
para acabar com tudo.
Oh!Mundo seco,
Oh! Mundo dessangrado.
Para acabar com tudo.

Arde sombrio, arde sem chamas,
Apagado e ardente,
Cinzas e pedra viva,
Deserto sem fronteiras.

Arde no vasto céu, laje e nuvem,
Sob a luz cega que desmorona
Entre rochas estéreis.

Arde na solidão que nos desfaz,
Na terra de pedra ardente,
De raízes geladas e sedentas.

Arde, furor oculto,
Cinza que enlouquece,
Arde invisível arde
Como o mar que impotente gera nuvens,
Ondas como o rancor e a espuma pétreas.
Entre meus ossos delirante, arde;
Arde dentro do buraco do ar,
Forno invisível e puro;
Arde como arde o tempo,
Como caminha o tempo entre a morte,
Com a mesma pisada e o mesmo alento;
Arde como a solidão que te devora,
Arde em ti mesmo, ardor sem chama,
Solidão sem imagem, sede sem lábios.
Para acabar com tudo,
Oh! Mundo seco,
Para acabar com tudo.

Friday, January 16, 2009

VIAS TRANSVERSAIS...CRIS MORENO


De amor

Pedro Salinas

Para vivir no quiero
Islas, palacios, torres.
¡Qué alegría más alta:
vivir en los pronombres!

Quítate ya los trajes,
Las señas, los retratos;
Yo no te quiero así,
Disfrazada de otra,
Hija siempre de algo.

Te quiero pura, libre,
Irreductible : tú.

Sé que cuando te llame
Entre todas las gentes
Del mundo,
Sólo tú serás tú.

Y cuando me preguntes
Quién es el que te llama,
"El que te quiere suya",
Enterraré los nombres,
Los rótulos, la historia.
Iré rompiendo todo
Lo que encima me echaron
Desde antes de nacer.
Y vuelto ya al anónimo
Eterno del desnudo,
De la piedra, del mundo,
Te diré : "Yo te quiero, soy yo."


De Amor


Para viver não quero
Ilhas, palácios, torres.
Que alegria mais alta:
Viver nos pronomes!

Tire já as roupas
Os signos, os retratos;
Eu não te quero assim
Disfarçada de outra
Filha sempre de algo.

Te quero pura, livre,
Irredutível: tu.

Sei que quando te chamo
Entre todas as pessoas
do mundo
Só tu serás tu.

E quando me perguntares
Quem é que te chama,
"É o que tu queres seu".
Enterrarei os nomes,
Os rótulos, a história.
Irei rompendo tudo
O que antes me jogaram
Mesmo antes de nascer.
E novamente já anônimo
Eternamente nu,
da pedra, do mundo,
Te direi: "Eu te quero, sou eu."

UMA POETISA BOLIVIANA



La saga

Adriana Lanza

Si tu así lo deseas puedo ser tu hechicera
estar cuando me busques
desaparecer cuando ya no me quieras.

Puedo trocar este cuerpo
hacerlo más largo, más angosto, más ligero
y ponerme un vestido violeta.
Soplar el humo que me rodea
ungirme de lavanda o jazmín
si me prefieres más sensual pachoulí.

Si mis manos te molestan
fabricaré guantes de seda.

Cambiaré estas rotas sandalias
por zapatos abiertos de tacos negros
para que goces el cuidado de los dedos.
Reposaré los pies en agua tibiamente salada
un masaje de menta
convertirá lo tosco en marea
y las uñas en caramelo.

Pero supongo que no eres tan tonto
para creer todo esto.
Ni por tu amor domado
movería yo un pelo.

A Saga

Se tu assim o desejas posso ser o que quiseres
E estar quando me busques
E desaparecer quando já não me queiras.

Posso trocar este corpo
Fazê-lo mais largo, mais estreito, mais ligeiro,
E colocar um vestido violeta.
Para afastar a poeira que me cerca
Ungir-me de lavanda ou de jasmim
Ou se me preferires mais sensual patchoulí.

Se minhas mãos te incomodarem
Fabricarei luvas de seda.

Trocarei estas rotas sandálias
Por sapatos abertos de saltos altos
Para que aprecies o zelo com os dedos.
Repousarei os pés na água salgada e morna
Numa massagem de menta
Que converterá o rude em delicado
E as unhas em caramelo.

Mas suponho que você não é assim tão idiota
Para acreditar em tudo isto.
Nem por teu amor bem amansado
Eu moveria um cabelo moveria.






Ilustração: http://img166.imageshack.us/img166/2876/cdz4bv.png

UM POETA BOLIVIANO



Mapa

JUAN CRISTÓBAL MACLEAN

Todo yo limito con el aire.

El aire me dibuja, como si yo no fuera más que

un hueco, un vacío dibujable, un tripiezo del

viento o, porqué no, nada más que una

responsabilidad del aure.


A este paso

mi piel no es más que la fugaz ilustración de un recorrido

entre la geografía del Diluvio,

Y vuelve Alejandría.


Mapa


Tudo eu limito com o ar.

O ar me desenha, como se eu não fosse mais do que

um buraco, um vazio desenhável, uma estripulia

do vento ou, porque não, nada mais que

uma responsabilidade do vento.


Neste passo

minha pele não é mais do que fugaz ilustração de uma rota

entre a geografia do Dilúvio,

e o retorno à Alexandria.


Ilustração: http://www.joaoleitao.com/viagens/imagens/mapas/finlandia/mapa-helsinquia-finlandia.GIF

Wednesday, January 14, 2009

UMA POESIA DO MÉXICO


LOS SOMBREROS DEL SOL

Miguel Moreno Monroy

Dos sombreros tiene el cielo
Que, muy elegante, pasa
Luciendo entre finas nubes
Sus copas altas y claras.

Todo el año se los pone,
Todo el año se los cambia.

Dos sombreros tiene el cielo
Que, muy elegante, pasa:
De día, con el de oro,
De noche, con el de plata.


O SOL TEM DOIS CHAPÉUS

Dois chapéus tem o céu
Que muito elegante passa
Brilhando entre finas nuvens
Suas copas altas e claras.

Todo ano ele os põe,
Todo ano ele os troca.

Dois chapéus tem o céu
Que tão elegante passa:
De dia com o de ouro,
De noite, com o de prata.

Ilustração: http://jeguiando.com/wp-content/uploads/2008/07/sombrero.jpg

UMA POETISA ARGENTINA



NADA MÁS

Maria Elena Walsh

Con esta moneda
me voy a comprar
un ramo de cielo
y un metro de mar.

Una punta de estrella,
un sol de verdad,
un hilo de viento,
y nada más.

NADA MAIS

Com esta moeda
Eu vou comprar
Uma ramo do céu
E um metro do mar.

Uma ponta de estrela,
Um sol de verdade,
Um fio de vento
E nada mais.

Tuesday, January 13, 2009

UMA POETISA DE PUERTO RICO


BÁLSAMO

Carmen Alicia Cadilla

La tarde se hizo más honda.
Se hizo el silencio más largo.
Se hizo mi sentir más noble
y fuiste en mi pensamiento
como la primera estrella.
Un poema diáfano
que cayó gota a gota
en mi alma.

BÁLSAMO

A tarde se fez mais profunda.
Se fez o silêncio mais longo.
Se fez meu sentir mais nobre
e fostes em meu pensamento
como a primeira estrela.
Um poema cristalino
que caiu gota a gota
na minh´alma.

UM POETA EQUATORIANO



EL AMOR

Euler Granda

Las cosas
son otra cosa debajo del pellejo.
Así la sed es agua amordazada;
el olvido
es el recuerdo con candado;
la música es flor con alas;
los que nacen ahora
son los muertos mañana;
el hoy es ayer;
la verdad
es la mentira más cerdosa;
el amor
no es más que el desamor con piel de oveja.

O AMOR

As coisas
são outra coisa debaixo da pele.
Assim
a sede é água amordaçada;
o esquecimento
é a lembrança com cadeado;
a música é a flor com asas;
os que nascem agora
são os mortos de amanhã;
o hoje é o ontem;
a verdade
é a mentira mais peluda;
o amor
não é mais que o desamor vestido com pele de ovelha.

Ilustração: http://www.textolivre.com.br/joomla/user_images/borbulhas_de_amor(1).jpg

FROST


Nothing Gold Can Stay

by Robert Frost

Nature's first green is gold,
Her hardest hue to hold.
Her early leaf's a flower;
But only so an hour.
Then leaf subsides to leaf.
So Eden sank to grief,
So dawn goes down to day.
Nothing gold can stay.


Nenhum ouro pode permanecer

O primeiro verde da natureza é ouro,
Sua mais difícil matiz para pegar.
Suas primeiras folhas deixam uma flor;
Mas tão somente por uma hora.
Então se tornam subsídios da folha.
Então Eden naufragou no luto,
Então madrugada cai no dia.
E nada pode ficar dourado.

Ilustração: http://farm1.static.flickr.com/19/109666974_bbce6c5a7e.jpg

Sunday, January 11, 2009

NOSTALGIA


BUCÓLICA I

Era um ceúzinho azul,
um marzinho qualquer,
uma praia sem acidentes.
Éramos nos somente
dispostos a amar
como a lonjura do mar
swm fim,sem fim...

Wednesday, January 07, 2009

CAPAZ DE JÁ TER SIDO POSTADO...



MAS, COM CERTEZA, ESTÁ UM POUCO DIFERENTE

Final Soliloquy of the Interior Paramour

Wallace Stevens

Light the first light of evening
In which we rest and, for small reason, think
The world imagined is the ultimate good.

This is, therefore, the intensest rendezvous.
It is in that thought that we collect ourselves,
Out of all the indifferences, into one thing:

Within a single thing, a single shawl
Wrapped tightly round us, since we are poor, a warmth,
A light, a power, the miraculous influence.

Here, now, we forget each other and ourselves.
We feel the obscurity of an order, a whole,
A knowledge, that which arranged the rendezvous.

Within its vital boundary, in the mind.
We say God and the imagination are one...
How high that highest candle lights the dark.

Out of this same light, out of the central mind,
We make a dwelling in the evening air,
In which being there together is enough.


Solilóquio final do amante interior

Acenda a primeira luz da noite
Na qual nós descansamos e, por um pequeno motivo, penso
O mundo imaginado no final é bom.

Este é, portanto, o encontro mais intenso.
É neste pensamento que nós nos concentramos,
Apesar de todas as indiferenças numa só coisa:

Dentro de uma simples coisa, um simples xale
Bem embrulhado em torno de nós, porque somos pobres, uma cordialidade,
Uma luz, um poder, a miraculosa influência.

Aqui, agora, vamos esquecer uns aos outros e a nós mesmos.
Nós sentimos a obscuridade da ordem, um todo,
Um conhecimento, o qual nos arranjou este encontro.



Dentro da sua fronteira vital, na mente.
Nós dizemos que Deus e a imaginação são um ...
Como uma grande vela que ilumina a grande escuridão.

Fora desta luz, fora do centro da mente,
Nós iremos fazer castelos no ar,
Nos quais estarmos juntos é o suficiente.

Monday, January 05, 2009

VELARDE



A UN IMPOSIBLE

Ramon Lopez Velarde

Me arrancaré, mujer, el imposible
amor de melancólica plegaria,
y aunque se quede el alma solitaria
huirá la fe de mi pasión risible.

Iré muy lejos de tu vista grata
y morirás sin mi cariño tierno,
como en las noches del helado invierno
se extingue la llorosa serenata.

Entonces, al caer desfallecido
con el fardo de todos mis pesares,
guardaré los marchitos azahares
entre los pliegues del nupcial vestido.

A um impossível

Me arrancarei, mulher, o impossível
Amor de uma oração merencória
E ainda que se quede a alma solitária
Ruirá a fé de minha paixão risível.

Eu irei muito longe de tua vista grata
E morrerás sem meu carinho terno,
Como nas noites do gelado inverno
Se extingue a chorosa serenata.

Então, ao cair desfalecido
Com o fardo de todos meus pesares,
Guardarei as flores murchas dos azares
Nas pregas de teu nupcial vestido.

QUIJANO


Era

Ricardo Quijano

Era como la superficie
cubriéndose de niebla;
cristalina en secreto,
profunda para sí.

Ahí
perdura el reflejo incógnito.

Era como la brisa
desparramada por el viento,
en brizna alegre
al conocer el mundo.

Era húmeda la piel,
empapada el alma.

Era como la canción de ser
sin ser, al convertirse
silenciosa, serena
en manto de agua.

Era

Era como a superfície
Cobrindo-se de névoa;
Cristalina em segredo,
Profunda para si mesma.


Perdura o reflexo do incógnito.

Era como a brisa
Dispersada pelo vento,
Na brincadeira alegre
De conhecer o mundo.

Era úmida a pele,
Empapada de alma.

Era como a canção de ser
Sem ser, ao converter-se
Silenciosa, serena
Em manto de agua.

Saturday, January 03, 2009

NERVO


BUEN VIAJE

Amado Nervo

Con la mitad de un periódico
hice un buque de papel
y en la fuente de mi casa
va navegando muy bien.

Mi hermana con su abanico
sopla que sopla sobre él.
¡Muy buen viaje, muy buen viaje,
buquecito de papel!

Boa Viagem

Com a metade de um jornal
Fiz um navio de papel
E na fonte da minha casa
Vou navegar muito bem.

Minha irmã com o seu leque
sopra sopra sobre ela.
Muito boa viagem, muito boa viagem,
naviozinho de papel!

A DIFERENÇA É ESSENCIAL


¿DIFERENTES?

María Luisa Silva

Este duende gordo
no comió pastel
quiere ser delgado
como un alfiler.

Este duende flaco
se comió el pastel
y quedó tan gordo
como un cascabel.


Diferentes

Este duende gordo
Não comeu pastel
Quer ser tão magro
Como um alfinete.

Este duende magro
Se comeu pastel
Está tão gordo
Como uma cascavel.

MISTRAL


DAME LA MANO

Gabriela Mistral

Dame la mano y danzaremos;
dame la mano y me amarás.
Como una sola flor seremos
como una flor y nada más...

El mismo verso cantaremos,
al mismo paso bailarás.
Como una espiga ondularemos,
como una espiga y nada más.

Te llamas Rosa y yo Esperanza;
pero tu nombre olvidarás,
porque seremos una danza
en la colina y nada más...


Dá-me tua mão

Dá-me a tua mão e dançaremos;
Dá-me a tua mão e me amarás.
Como uma só flor nós seremos
Como uma flor e nada mais ...

O mesmo verso cantaremos,
Ao mesmo passo bailarás.
Como uma espiga ondularemos,
Como uma espiga, e nada mais.

Te chamas Rosa e eu, Esperança;
Porém teu nome esqueçerás,
Porque seremos uma dança
Sobre a colina, e nada mais ...

WALSH


NADA MÁS

María Elena Walsh

Con esta moneda
me voy a comprar
un ramo de cielo
y un metro de mar.

Una punta de estrella,
un sol de verdad,
un hilo de viento,
y nada más.


Nada mais

Com esta moeda
Vou comprar
um ramo de céu
e um metro de mar.

Uma ponta de estrela
um sol de verdade,
um fio de vento
e nada mais.

Ilustração: http://chantall.zip.net/images/1125075244.jpg

Thursday, January 01, 2009

FELIZ 2009


ANO NOVO. NOVINHO

Ano novo. Novinho.
Estou precisando de sorte, amor, carinho.
De dias de sol e de chuva também.
Estou precisando de andar a pé, de avião, de trem.

Ano novo. Novinho.
Estou precisando de música, luar e mar.
De dias preguiçosos onde só faça amar.
Estou precisando de risos, de tolices, de brincar.

Ano novo. Novinho.
Estou precisando que passes de mansinho
Que sejas como uma valsa tão suave
Que,como um sabão, todas as manchas lave.

Ano novo. Novinho.
Que teus trezentos e sessenta e cinco dias sejam doces.
E, se não forem, devem ser como se fossem...