Wednesday, February 29, 2012
Laura Yasán
Vida sana
Laura Yasán
cuando te fuiste eliminé la carne
me volví selectiva
desconfiada
metódica
no me llevo a la boca
nada en estado crudo
conservar la cadena de frío
es la clave
Vida sã
Quando te fostes eliminei a carne
me tornei seletiva
desconfiada
metódica
não levo mais à boca
nada em estado cru
conservar a cadeia de frio
é a chave
Ilustração: Adriana Varejão
Novamente Noelia Palma
I
Debo confeccionar mi sombra, nuevamente
necesito mirarme a la cara
II
y para qué se lee un poema, dije
- para perderlo todo
I
Devo confeccionar minha sombra novamente
necessito olhar o meu rosto
II
e para que se lê um poema, digo
-para esquecê-lo todo
Ilustração: Katia Chausheva
Tendencia
Tanta tecnologia me assusta...
E cada vez menos custa!
Tudo tente a ficar muito virtual.
Ilustração: misteriosfantasticos.blogspot.com
.Noelia Palma
La Oscuridad Se Puso A Brillar
Noelia Palma
I
Algunas palabras son inciertas y se convierten al silencio
otras, migran
pero
a dónde fueron los poemas que nunca me besaste
II
Soplo. Y con el humo del cigarrillo escribo tu nombre
que también desaparece
A escuridão se pôs a brilhar
I
Algumas palavras são incertas e se convertem em silêncio
outras migram,
porém, para onde foram os poemas que nunca me beijastes
II
Sopro. E com a fumaça do cigarro escrevo o teu nome
que também desaparece
Ilustração: http://lazomortal.blogspot.com/
Wednesday, February 22, 2012
Francisco Madariaga (Coco)
En la casa de la hechicera
Francisco Madariaga (Coco)
1
Como sólo canta un corazón cuando sangra
fidelidad
canta mi ángel ciego recorriendo a caballo
toda la aventura de su vida.
2
Con las manos y una sonrisa pedíle la bendición
a tu amiga la hechicera,
antes de besar los cabellos y los labios de una
muchacha descalza,
que se baña con agua de laguna.
Na casa da feiticeira
1
Como só canta um coração quando sangra
fidelidade
canta meu anjo cego percorrendo a cavalo
toda a aventura de sua vida.
2
Com as mãos e um sorriso pedi a bênção
a tua amiga, a feiticeira,
antes de beijar os cabelos e os lábios de uma
mocinha descalça,
que se banha com a água da lagoa.
Ilustração: Sergio Rogmanolo "Samantha levantando da cama".
Ainda W. B. Yeats
What Then?
W.B. Yeats
His chosen comrades thougth at school
He must grow a famous man;
He thought the same and lived by rule,
All his twenties crammed with toil;
'What then?', sang Plato's ghost, ''what then?'
Everything he wrote was read,
After certain years he won
Sufficient money for his need,
Friends that have been friends indeed;
'What then?', sang Plato's ghost, 'What then?'
All his happier dreams came true -
A small old house, wife, daughter, son,
Grounds where plum and cabbage grew,
Poets and Wits about him drew;
'What then?' sang Plato's ghost, 'what then?'
'The work is done,' grown old he thought,
'According to my boyish plan;
Let the fools rage, I swerved in nought,
Something to perfection brought;'
But louder sang that ghost 'What then?'
E daí?
Seus melhores amigos na escola
Pensavam que ele iria ser famoso;
Ele também pensava e por tais regras viveu,
Dedicandos seus vinte anos ao labor;
"E daí?" cantou o fantasma de Platão, "e daí?"
Todas as coisas que escreveu eram lidas,
Depois de certo tempo tinha ganho
Suficiente dinheiro para todas as suas necessidades,
Amigos que eram amigos de verdade;
"E daí?", cantou o fantasma de Platão,"e daí?"
Todos seus sonhos mais felizes foram reais:
Uma velha casinha, esposa, filha, filho,
Canteiros de ameixeira e couve,
Poetas e sábios ao seu redor;
"E daí?", cantou o fantasma de Platão, "e daí?"
"O trabalho está feito", disse ele na velhice,
“De acordo com meus sonhos de menino”;
Deixei os tolos com seu ódio, não me desviei,
Alguma coisa para à perfeição contribui";
"E daí?" - cantou mais alto a sombra de Platão.
Yeats
When You are Old
William Butler Yeats
When you are old and grey and full of sleep,
Ad nodding by the fire, take down this book,
And slowly read, and dream of the soft look
Your eyes had once, and of their shadows deep
How many loved your moments of glad grace,
And loved your beauty with love false or true,
But one man loved the pilgrim soul in you,
And loved the sorrows of your changing face;
And bending down beside the glowing bars,
Murmur, a little sadly, how Love fled
And paced upon the mountains overhead
And hid his face amid a crowd of stars.
Quando fores velha
Quando já fores velha, grisalha e com sono,
E, cabecear junto ao fogo, quando este livro pegar,
Lê com calma; e com as sombras no olhar profundo
Sonha, sonha com o teu antigo e suave olhar.
Muitos te amaram em momentos de alegre graça,
E amaram, com amor sincero ou falso, a tua beleza;
Mas, Só um homem te amou em ti a alma fugidia e lassa,
E até mesmo de teu rosto cada sombra de tristeza.
E curvando-te junto à grade incandescente,
Murmura com amargura como o amor fugiu
E caminhou a montanha, a subir sempre, crescente
E seu rosto na multidão de estrelas encobriu.
Monday, February 20, 2012
Flor Cecília Reyes
Propriedade privada
Flor Cecília Reyes
Como marca de fuego
ya para siempre
llevo en el bajo vientre
la propiedad privada
de tus besos ardientes.
Propriedade privada
Como uma marca de fogo
cravada para sempre
levo no baixo ventre
a propriedade privada
de teus beijos mais ardentes.
Sunday, February 12, 2012
Luiz Cernuda
De Luiz Cernuda
Gracias, compañero, gracias
Por el ejemplo. Gracias porque me dices
Que el hombre es noble.
Nada importa que tan pocos lo sean:
Uno, uno tan solo basta
Como testigo irrefutable
De toda la nobleza humana.
A NOBREZA HUMANA
Graças, companheiro, graças
Pelo exemplo. Graças porque me dizes
Que o homem é nobre.
Nada importa que tão poucos o sejam:
Um tão só um basta
Como testemunha irrefutável
De toda a nobreza humana.
Juan Gelman
Lo que pasa
Juan Gelman
Yo te entregué mi sangre, mis sonidos,
mis manos, mi cabeza,
y lo que es más, mi soledad, la gran señora,
como un día de mayo dulcísimo de otoño,
y lo que es más aún, todo mi olvido
para que lo deshagas y dures en la noche,
en la tormenta, en la desgracia,
y más aún, te di mi muerte,
veré subir tu rostro entre el oleaje de las sombras,
y aún no puedo abarcarte, sigues creciendo
como un fuego,
y me destruyes, me construyes, eres oscura como la luz.
O que se passa
Eu te dei meu sangue, meus sons,
minhas mãos, minha cabeça,
e o que é mais, a minha solidão, a grande dama,
como um dia de maio de dulcíssimo outono,
e o que é mais ainda, todo o meu esquecimento
para que te desfaças e dures na noite,
na tempestade, na desgraça,
e mais ainda, te dei a minha morte,
verás subir teu rosto entre as ondas das sombras
e ainda não posso abarcar-te, segues crescendo
como um incêndio,
a me destruir, me construir, és escura como a luz.
Ilustração: liviavanessa.blogspot.com
Thursday, February 09, 2012
Socrátes moderno
Eu, hoje, só sei que não sei de nada
E que esta ignorância que tenho acumulado
É que me tem salvado num país onde saber é pecado.
Renée Ferrer
PORFÍA
Renée Ferrer
Esta torpeza de jugarle a la vida
es mala pasada de no poder vencerme;
esta terca manera de quererte,
a punto de ingresar
o ya saliendo del último intento;
este modo obstinado
de reavivar la llama
donde encontrarme un día,
mendiga de tu cuerpo.
PORFIA
Esta torpeza de brincar com a vida
é o mau passo de não poder vencer-me,
esta teimosa maneira de querer-te,
a ponto de ingressar
ou já saindo do último intento;
este modo obstinado
de reavivar a chama
de me encontrar um dia,
mendiga de teu corpo.
Ilustração: http://desterritorio.blogspot.com/
Monday, February 06, 2012
Leonora Vicuña
TRAVESIA
Leonora Vicuña
a Armando Rubio, antes de su muerte.
De la nada a la nada, como barcos
que salen de los puertos a la suerte,
vamos de viaje en viaje con la muerte
por grises aguaceros y por charcos.
Después de navegar bajo los arcos
de la ciudad que ya no nos divierte,
sentimos que la ruta nos pervierte
y anclamos en los bares como barcos.
Allí nos transformamos en piratas
que encuentran sus tesoros en el vino
mientras la muerte entona serenatas
y el tiempo sigiloso va borrando
esta marea que nos dio el destino
y hacia la nada vamos navegando...
Travessia
Armando Rubio, antes de sua morte.
De nada para nada, como barcos
que saem dos portos ao sabor da sorte,
vamos de viagem em viagem com a Morte
pelas brumas, aguaceiros e charcos.
Depois de navegar sob os arcos
da cidade que já não nos diverte,
Nós sentimos que a rota nos perverte
e ancoramos nos bares como barcos.
Ali nos transformamos em piratas
que encontram os seus tesouros no vinho
enquanto a morte entoa serenatas
e o tempo sigiloso vai apagando
esta maré que nos deu o destino
e até o nada vamos navegando ...
Ilustração: mmaximo.musicblog.com.br
Rafael Farias Becerra
FRONTERA DE LAS DESPEDIDAS
Rafael Farias Becerra
Todos mis sueños han corrido como agua
Edith Södergran
He cruzado la frontera
alambrada de las despedidas
como se atraviesa el último
umbral hacia el paredón,
con el equipaje de mis sueños
yendo al encuentro de un boleto
para una bella plaza sembrada
de palomas. Me voy,
quizás me pierda
en el viejo laberinto de Creta
y demore en hallar
la puerta de salida.
He concluido la última hoja
de un calendario archivado
en mi pared y no tengo
otra lectura que me postre
al sillón apolillado,
me voy, quizás retorne
en una tarde violeta
cuando los pañuelos
enjuguen las aguas del olvido.
A fronteira das despedidas
Todos os meus sonhos hão corrido como a água
Edith Södergran
Eu cruzei a fronteira
cercada de despedidas
como quem atravessa o último
umbral até o paredão,
com a bagagem dos meus sonhos
indo ao encontro de um bilhete
para uma bela praça repleta
de pombos. Eu vou,
quem sabe me perca
no velho labirinto de Creta
e demore em encontrar
a saída.
Eu terminei a última página
de um calendário arquivado
na minha parede eu não tenho
outra leitura como sobremesa
da cadeira comida pelas traças,
me vou, talvez, retorne
em uma tarde violeta
quando os lenços de bolso
enxuguem as águas do esquecimento.
Oscar Sarmiento
DE LOS CABALLOS
Oscar Sarmiento
Cuando resbalan los caballos en la calle
en su vientre rojo
brillan los focos de los autos.
Ni sonidos ni chispas conservan los cascos
y los carreteros
lloran en sus carretas.
Esas ancas no recibirán un látigo más
ni una sola luz de semáforo
esas pupilas.
Nada esas crines
esas herraduras.
En la calle
acaba el cuerpo de los caballos
con marcas de correas
en el cuello.
Dos cavalos
Quando escorregam os cavalos pela rua
nos seus ventres vermelhos
brilham os faróis dos carros.
Nem sons nem faíscas conservam os cascos
e os caminhões
choram em suas estradas.
Estas ancas não receberão um chicote mais
nem uma só luz de semáforo
estas pupilas.
Nada estas crinas
estas ferraduras.
Na rua
acaba o corpo dos cavalos
com marcas de cintos
no pescoço.
Ilustração: davincigallery.net
Oscar Sarmiento
Cuando resbalan los caballos en la calle
en su vientre rojo
brillan los focos de los autos.
Ni sonidos ni chispas conservan los cascos
y los carreteros
lloran en sus carretas.
Esas ancas no recibirán un látigo más
ni una sola luz de semáforo
esas pupilas.
Nada esas crines
esas herraduras.
En la calle
acaba el cuerpo de los caballos
con marcas de correas
en el cuello.
Dos cavalos
Quando escorregam os cavalos pela rua
nos seus ventres vermelhos
brilham os faróis dos carros.
Nem sons nem faíscas conservam os cascos
e os caminhões
choram em suas estradas.
Estas ancas não receberão um chicote mais
nem uma só luz de semáforo
estas pupilas.
Nada estas crinas
estas ferraduras.
Na rua
acaba o corpo dos cavalos
com marcas de cintos
no pescoço.
Ilustração: davincigallery.net
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