DE LA MAÑANA
Juan
Guerrero
con
los ojos cerrados se siente tu presencia en este nuevo día
la
claridad poco a poco dibuja contornos conocidos
acaso
una puerta los zapatos que esperan salir de paseo
entonces
todo habla de ti
tus
ojos son amplios cafetales que despiertan mi humedad
la
mañana llega con el trinar de pájaros y el revoloteo de palomas
bandadas
de loros y guacamayas que esconden su verdor en la copa
de
árboles
la
mañana también llega con voces de niños y ruido de motores
con
los ojos cerrados veo tu sonnoliente rostro
tu
adormecido cuerpo fetal que se alarga en la cama y me llama
por
la mañana comienza también el cotidiano existir
el
sabor del café la ronda al baño el rito del vestirse
el
saludo y la rutina de las horas
abro
los ojos y te nombro te invoco frente al espejo
mientras
busco un libro que señale en algún verso tu silueta
cuando
escucho a vivaldi corelli
o
albinoni
allí
estás exacta y pura
aguardándome
DE MANHÃ
com
os olhos fechados sinto a tua presença neste novo dia
a
claridade gradativamente desenhando contornos conhecidos
talvez
um tênis na porta à espera de sair a passeio,
então,
tudo fala de ti
teus
olhos são enormes cafezais que despertam minha umidade
a
manhã chega com o chilrear dos pássaros e o bater das asas dos pombos
rebanhos
de papagaios e araras que se escondem sua cor na copa
das
árvores
a
manhã também chega com as vozes das crianças e o ruído de motores
com
os olhos fechados vejo teu rosto sonolento
teu
adormecido corpo fetal que se alarga na cama e me chama
pela
manhã começa também o cotidiano existir
o
sabor do café na volta do banho o rito
de vestir-se
as
saudações e a rotina das horas
Abro
os olhos e te nomeio te invoco em frente ao espelho
enquanto
procuro um livro que assinale em algum verso tua silhueta
quando
escuto Vivaldi Corelli
ou
Albinoni
ali
estais exata e pura
esperando
por mim
Ilustração:
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