Saturday, December 31, 2005
31 DE DEZEMBRO
Se fui menino não me lembro,
Mas também não compreendo
Como me encontro velho assim....
Sou um Narciso sem imagem:
Olho para um espelho
No qual não se reflete
Nada de mim.
E o problema persiste
Fora do espelho.
Se não vejo os olhos vermelhos,
Se não vejo os cabelos brancos,
Vejo que tudo continua estranho
E não consigo dominar o pranto.
Como observador
De alguém que eu não sou
Percebo, inutilmente,
O tempo que passou
E que de nada adianta
Os dias que virão
Pela frente....
Infelizmente o ano novo não será diferente!
Friday, December 30, 2005
POEMA DA ESPERA
Talvez seja melhor
Que não venhas.
Ou, melhor ainda se nunca
tivesses vindo.
Porque se assim fosse
Não sentiria
O que estou sentindo
Tamanha ausência de significado.
Talvez seja melhor
Que não venhas.
Podes não ser
Mais nada do que foi
E só matar
O que houve entre nós dois.
Tanto tempos separados
Deve fazer diferença
E se, de repente,
Somos dois estranhos?
Não, é melhor que não venhas.
Melhor permanecer, como agora,
Sem saber por quais caminhos,
Lugares e bancos
Os teus sonhos repousam.
No entanto há uma parte de mim
Que insiste
Em que, de fato, jamais partistes.
E ainda sonha
Com os dias gloriosos
De tua volta
E me sussura
Que não te esquecerei.
Talvez seja melhor que não venhas-
Repito, ansioso, por ouvir tua voz rouca
Me chamar, novamente, de “Meu lindo”!
SEM IMPORTUNAR, POR FAVOR
Tentei,
Sem sucesso,
Controlar minha vida.
Acabei assim
Vivendo um terço,
Uma metade,
Quem sabe...
Sei
Que do meu destino
Não sei eu.
Talvez meu corpo,
Que esconde surpresas
Nem sempre agradáveis,
Ou outro, inesperado,
Que me assalta,
Em qualquer parte,
E se torna senhor
Da minha vida.
Infelizmente
Sou tão frágil
Que um simples dedo
Ou uma lâmina qualquer
Me torna uma vaga lembrança.
Muito mais cruel,
Porém é quem,
Igual a ela,
Com beijos e carinhos desmedidos
Me deixou vivo
E sem sentido.
Por favor,
Quem quiser doravante
Seja rápido:
Mate-me sem carinhos, beijos,
Perguntas ou desculpas.
Wednesday, December 28, 2005
CANÇÃO DO LAMENTO
Que se passou comigo?
Como me encontro assim,
Num fim de ano,
Abarrotado de enganos,
Sem ilusões,
Imerso na tristeza
Como um piano
Que só toca notas amarguradas?
Sei que a vida tem tanta beleza;
Sei que teria mil razões
Para cantar
Para dizer que estou melhor
Que muitos outros.
Sei que viver, por si só,
Amar, sentir, ter prazer
Já é um milagre.
Só não nesta tarde.
E não é o envelhecer
Que me dói.
A dor mais funda,
A dor realmente profunda
Que se enfiou em mim,
Como um longo e comprido punhal,
Foi esta doída e mortal
Saudade de você!
Monday, December 26, 2005
UM POETA ARGENTINO
Poema XVI
Luis Raúl Calvo
Regresar al viejo sitio
tiene sus riesgos.
Uno llega con el deseo
de encontrar la imagen
suspendida en el pasado
pero el paso del tiempo
nos da otras respuestas.
Ni las mismas casas
ni los mismos rostros
ni los mismos olores
ni las mismas aguas
ni las mismas miserias
ni las mismas amantes
están allí, para dar testimonio
de que alguna vez fuimos nosotros
los que decidimos alejarnos.
Nadie para certificar, o dejar
constancia, de nuestra antigua identidad.
Poema XVI
Retornar aos velhos lugares
Tem seus riscos.
Um chega com o desejo
de encontrar a imagem
suspensa no passado,
porém o tempo
nos dá outras despostas.
Nem as mesmas casas,
Nem os mesmos rostos
Nem os mesmos perfumes.
Nem as mesmas águas,
Nem as mesmas misérias,
Nem as mesmas amantes
Estão ali para dar testemunhos
De que alguma vez fomos outro
Do qual decidimos se separar
Nada para certificar ou deixar
Lembrança de nossa antiga identidade.
Thursday, December 22, 2005
RESSACA DO MAR
O dia amanheceu com gosto de cerveja.
As mãos ainda estremecidas
Buscaram a mulher que não havia
Ocupado a minha cama.
A cabeça pesada pesa menos que a vida desarrumada
E a lembrança do seu perfume e da pele macia
Que marcam sua ausência
Recorrente desejo que em mim ainda arde
Abrindo buracos no meu peito.
Um homem que navega à deriva
Ao sabor do vento não pode escolher
O porto para atracar.
O navio que sou
Navega por precisão
(apesar da imprecisão dos rumos)
Com o sentido único de que
Depois do mar
Nada há
Senão os lenços brancos do adeus
E a terra negra que cobre o esqueleto
Da nau inútil,
Ou seja,
Não há bússola, ou roteiro,
Capaz de modificar este navegar solitário.
E me entrego à cama confortável
Ainda mais sozinho
Para buscar o sono passageiro
Antes do sono eterno.
Wednesday, December 21, 2005
UMA POETA PERUANA
MEMORIA DE ELECTRA
Mariela Dreyfus
Soy un hombre.
He construido un templo
donde mi virilidad no tiene límites.
Cinco vírgenes me rodean
de día las desnudo al contemplarlas
de noche cubro sus cuerpos
con mi semen angustioso y renovado.
Esta necesidad
me viene de muy niño;
cuando intentaba soñar
me despertaban los gemidos
de mi madre y de su amante.
Pero soy un hombre.Que nadie se atreva
a profanar mis reinos.
Memória de Electra
Sou um homem
Que construiu um templo
no qual minha virilidade não tem limites.
Cinco virgens me rodeiam
de dia as desnudo para contemplá-las
de noite cubro seus corpos
com meu sêmen impaciente e renovado.
Esta necessidade
me vem de muito criança;
quando procurava sonhar
e me despertavam os gemidos
de minha mãe e seu amante.
Hoje sou um homem.
Que ninguém se atreva
A profanar meus reinos.
Tuesday, December 20, 2005
UM POETA PERUANO
EN UNA ANTICIPADA DESPEDIDA
Carlos López Degregori
Espejo que de pronto despiertas y caminas por el cuarto
abrazando por última vez a la cama, a las sillas,
al ropero
en una anticipada despedida
que algún día tendrás que devolver.
Te llevas mis negras alas de ángel
risas, sombras, murmullos, traiciones, arañazos
que fueron contigo pareciéndose a mi cara.
Mañana me comenzarás a doler.
Mañana golpearé con mis manos de fierro
el lugar que has dejado
vacío en la pared
y se me hincharán los labios de repetir
que siempre fuiste un mal espejo
y ya sólo deseo que te pierdas.
Pero no será verdad.
Te quiero bien.
Huye de los ropavejeros en las calles que pueden atraparte,
no te hundas en un lago o vueles en relámpagos,
no vayas a trizarte.
Y mañana,
si tienes suerte y sobrevives,
si despiertas inexplicablemente en mi habitación
al otro lado del mundo
y si en ella no estoy porque he salido
para no regresar más
o he enfermado de carbón
o he muerto:
recuerda que siempre fuiste un mal espejo
y un mal espejo, para descansar al fin, debe entregar
lo que retuvo:
ya mi cara no será importante
quédatela seca
pero devuélveme mis alas que las voy a necesitar:
guárdalas bien dobladas en el ropero otra vez,
siéntalas en las sillas,
tiéndelas, para que me esperen dormidas, en mi cama.
UM ADEUS ANTECIPADO
Espelho que acorda e caminha pelo quarto
Abraçando pela última vez a cama, as cadeiras,
os guarda-roupas
num antecipado adeus
de quem algum dia terá que voltar.
Tu levas minhas asas pretas de anjo,
risadas, máscaras, murmúrios, traições, intrigas
que vão contigo parecendo-se com meu rosto.
Amanhã começaras a doer.
Amanhã golpearei com minhas mãos de ferro
o lugar que terás deixado
vazio na parede
e os punhos ficarão inchados para repetir
que tu fostes sempre um mau espelho
e só desejo que se percas.
Mas não será verdade.
Eu te quero bem.
Foge dos camareiros nas ruas que podem atrapalhar-te,
Não te afundes num lago ou não voltes nos relâmpagos,
Não vais te atrasar.
E amanhã,
se tiver sorte e sobreviver,
se despertas inexplicavelmente em meu quarto
do outro lado do mundo
e se nele não estiver porque sai
para não retornar mais
ou tenha virado carvão
ou esteja morto:
Lembra que sempre fostes um mau espelho
e um mau espelho, para descansar ao fim, deve entregar
o que reteve:
já meu rosto não será importante
de tão seco,
porém devolve-me minhas asas que delas vou necessitar:
guarde-as bem dobradas no guarda-roupa outra vez,
dobre-as nas cadeiras,
cuidas, para que me esperem adormecidas na minha cama.
Carlos López Degregori
Espejo que de pronto despiertas y caminas por el cuarto
abrazando por última vez a la cama, a las sillas,
al ropero
en una anticipada despedida
que algún día tendrás que devolver.
Te llevas mis negras alas de ángel
risas, sombras, murmullos, traiciones, arañazos
que fueron contigo pareciéndose a mi cara.
Mañana me comenzarás a doler.
Mañana golpearé con mis manos de fierro
el lugar que has dejado
vacío en la pared
y se me hincharán los labios de repetir
que siempre fuiste un mal espejo
y ya sólo deseo que te pierdas.
Pero no será verdad.
Te quiero bien.
Huye de los ropavejeros en las calles que pueden atraparte,
no te hundas en un lago o vueles en relámpagos,
no vayas a trizarte.
Y mañana,
si tienes suerte y sobrevives,
si despiertas inexplicablemente en mi habitación
al otro lado del mundo
y si en ella no estoy porque he salido
para no regresar más
o he enfermado de carbón
o he muerto:
recuerda que siempre fuiste un mal espejo
y un mal espejo, para descansar al fin, debe entregar
lo que retuvo:
ya mi cara no será importante
quédatela seca
pero devuélveme mis alas que las voy a necesitar:
guárdalas bien dobladas en el ropero otra vez,
siéntalas en las sillas,
tiéndelas, para que me esperen dormidas, en mi cama.
UM ADEUS ANTECIPADO
Espelho que acorda e caminha pelo quarto
Abraçando pela última vez a cama, as cadeiras,
os guarda-roupas
num antecipado adeus
de quem algum dia terá que voltar.
Tu levas minhas asas pretas de anjo,
risadas, máscaras, murmúrios, traições, intrigas
que vão contigo parecendo-se com meu rosto.
Amanhã começaras a doer.
Amanhã golpearei com minhas mãos de ferro
o lugar que terás deixado
vazio na parede
e os punhos ficarão inchados para repetir
que tu fostes sempre um mau espelho
e só desejo que se percas.
Mas não será verdade.
Eu te quero bem.
Foge dos camareiros nas ruas que podem atrapalhar-te,
Não te afundes num lago ou não voltes nos relâmpagos,
Não vais te atrasar.
E amanhã,
se tiver sorte e sobreviver,
se despertas inexplicavelmente em meu quarto
do outro lado do mundo
e se nele não estiver porque sai
para não retornar mais
ou tenha virado carvão
ou esteja morto:
Lembra que sempre fostes um mau espelho
e um mau espelho, para descansar ao fim, deve entregar
o que reteve:
já meu rosto não será importante
de tão seco,
porém devolve-me minhas asas que delas vou necessitar:
guarde-as bem dobradas no guarda-roupa outra vez,
dobre-as nas cadeiras,
cuidas, para que me esperem adormecidas na minha cama.
Monday, December 19, 2005
PROVA REAL
Para Li Rayol
Fazem, hoje em dia, propaganda de todas as maravilhas:
É remédio que tudo cura,
Bebida que rejuvenesce,
Caldo que sacode velho,
Reza que corte sutura,
Arranjar homem com prece
E até biscoito pra ganhar na loteria.
Engana-se todo mundo com tudo
Todo dia.
Agora, maravilha das maravilhas,
Única prova de que, de fato,
Deus é brasileiro
Só mesmo a tapioquinha do Mosqueiro!
Fazem, hoje em dia, propaganda de todas as maravilhas:
É remédio que tudo cura,
Bebida que rejuvenesce,
Caldo que sacode velho,
Reza que corte sutura,
Arranjar homem com prece
E até biscoito pra ganhar na loteria.
Engana-se todo mundo com tudo
Todo dia.
Agora, maravilha das maravilhas,
Única prova de que, de fato,
Deus é brasileiro
Só mesmo a tapioquinha do Mosqueiro!
UM POETA CUBANO
Beatus Ille
Virgílio PIÑERA
Feliz aquel que vive en un país dormido
junto a un lago o junto al mar,
sobre un río quietísimo,
a la vera de un valle
donde no se escucha el trueno de las revoluciones
ni el cántico de la ciudad.
Feliz quien siembra árboles y recoge las frutas,
cultiva tanto la luz como la sombra
y ni se place de sí ni aspira a ser otro
sino sólo a morir tranquilamente...
Vivir en la paz de la Nada. Como si fuera un muerto
que no aguarda retornar.
Beatus Ille
Feliz aquele que vive num país adormecido
Junto ao lago ou junto ao mar,
Sobre um rio quietíssimo,
Ou à beira de um vale
No qual não se escuta o troar das revoluções
Nem o rumor da cidade.
Feliz quem semeia arvores e recolhe as frutas,
Cultiva tanto a luz quanto as sombras
E não se põe a aspirar ser outro
E sim apenas a morrer tranqüilamente...
Viver na paz do nada. Como se fosse um morto
Que nem sonha em ressuscitar.
Sunday, December 18, 2005
UM DOS GRANDES POETAS DOMINICANOS
LOS HOMBRES NO SABEN MORIRSE
Manuel Del Cabral
Los hombres no saben morirse...
Unos mueren no queriendo la muerte;
otros
la encuentran en un beso, pero sin estatura...
otros
saben que cuando cantan no le verán la cara.
Los hombres no se mueren completos, no saben irse enteros...
Unos reparten en el viaje sus retazos de muerte;
otros
dejan el odio para cuando vuelvan...
Otros
se van tocando el cuerpo para saber si salen de la trampa...
Los hombres no saben morirse...
Unos van dejando su yo sin comprenderlo;
van dejando basura para escoba esotérica;
otros
se vuelven hacia adentro ante el vacío...
Os Homens não sabem morrer
Os homens não sabem morrer...
Uns morrem não querendo a morte
outros
a encontram num beijo, porém sem grandeza...
outros
sabem que, quando cantam, não verão sua face.
Os homens não sabem morrer completos, não sabem ir inteiros...
Uns repartem, em sua viagem, seus retalhos da morte;
outros
deixam seu ódio para quando voltarem...
outros
Se vão tocando o corpo
ver se escapam da armadilha...
Os homens não sabem morrer
Uns vão deixando seu eu sem se compreender;
Vão deixando restos para a escova esotérica;
Outros
Se voltam para si mesmos diante do vazio....
Manuel Del Cabral
Los hombres no saben morirse...
Unos mueren no queriendo la muerte;
otros
la encuentran en un beso, pero sin estatura...
otros
saben que cuando cantan no le verán la cara.
Los hombres no se mueren completos, no saben irse enteros...
Unos reparten en el viaje sus retazos de muerte;
otros
dejan el odio para cuando vuelvan...
Otros
se van tocando el cuerpo para saber si salen de la trampa...
Los hombres no saben morirse...
Unos van dejando su yo sin comprenderlo;
van dejando basura para escoba esotérica;
otros
se vuelven hacia adentro ante el vacío...
Os Homens não sabem morrer
Os homens não sabem morrer...
Uns morrem não querendo a morte
outros
a encontram num beijo, porém sem grandeza...
outros
sabem que, quando cantam, não verão sua face.
Os homens não sabem morrer completos, não sabem ir inteiros...
Uns repartem, em sua viagem, seus retalhos da morte;
outros
deixam seu ódio para quando voltarem...
outros
Se vão tocando o corpo
ver se escapam da armadilha...
Os homens não sabem morrer
Uns vão deixando seu eu sem se compreender;
Vão deixando restos para a escova esotérica;
Outros
Se voltam para si mesmos diante do vazio....
Thursday, December 15, 2005
Wednesday, December 14, 2005
CANÇÃO DA HORA INESPERADA
Se não és um fantasma,
Se não tenho ilusão,
Por favor,
Não, não diga nada,
Nada de explicação.
Me dá só tua mão,
Me olha com o mesmo olhar
Que vou por a música pra tocar.
Só te dou permissão
Para um copo de vinho,
Um carinho, um beijo, talvez,
Antes de dançar.
Como pode ser a última vez
Só preciso que saiba
Que, hoje, me fez
Muito feliz.
Se não tenho ilusão,
Por favor,
Não, não diga nada,
Nada de explicação.
Me dá só tua mão,
Me olha com o mesmo olhar
Que vou por a música pra tocar.
Só te dou permissão
Para um copo de vinho,
Um carinho, um beijo, talvez,
Antes de dançar.
Como pode ser a última vez
Só preciso que saiba
Que, hoje, me fez
Muito feliz.
AMÉLIA MODERNA
Sei que comprei
Alguns sapatos a mais
Que gastei, gastei demais,
Mas foi você quem me seduziu
Quem se iludiu, me iludiu
E acostumou mal assim.
E não posso dizer que não gostei
Se, o doce, agora, acabou
O dinheiro também
Não me importo, meu bem,
Se tiver pra viver
Num lugarzinho qualquer
Só de peixe e farinha
Você pode dizer
Perdi tudo que tinha,
Porém aquela mulher
Ainda é minha,
Só minha!
UM POETA PERUANO
EN EL MOMENTO QUE VENGAS A MÍ
Raúl Mendizábal
(y antes de las lluvias tu complacencia
y por los parques tu vientre hayas abandonado)
me hablarás de tu raigambre en las cosas elementales
te diré: en lima garúa
solamente
y en el momento que vengas a mí
(y antes de la ternura tus palabras necias
y tu sexo como una flor abierta sea previo a los sinsabores)
yo te rociaré con abundante espuma
tú un vals arrepentido dirás bailar
NO MOMENTO QUE VENS PARA MIM
(e antes das chuvas de tua indulgência
e pelos parques onde teu ventre foi abandonado)
me falaras de tuas raízes nas coisas elementares
E te direi: da nevoa de um arquivo
somente
e, no momento que tu vens para mim,
(e antes da ternura de tuas palavras tolas
E que teu sexo como uma flor aberta seja véspera dos desgostos)
Eu te roçarei com abundante espuma
Tu, uma valsa arrependida, dirás que vais dançar
Thursday, December 08, 2005
UM FRAGMENTO DE SANTIAGO NÚÑES CASTRO
"Sussurro de Lagrimas"
(Fragmento)
Santiago Núñez Castro
"Ese ojo ya no resiste el tiempo
esta cansado de cargar angustias
necesita salir de su bobeda
y saber a ciencia cierta
que no llora solo."
Sussurro de Lágrimas
(Fragmento)
Este olho já não resiste ao tempo
Está cansado de carregar angústias
Necessita sair de sua abóbada
E saber a forma certa
De não chorar sozinho.
(Fragmento)
Santiago Núñez Castro
"Ese ojo ya no resiste el tiempo
esta cansado de cargar angustias
necesita salir de su bobeda
y saber a ciencia cierta
que no llora solo."
Sussurro de Lágrimas
(Fragmento)
Este olho já não resiste ao tempo
Está cansado de carregar angústias
Necessita sair de sua abóbada
E saber a forma certa
De não chorar sozinho.
SONETO DAS BORBOLETAS
Soneto das Borboletas
Assim deitada e nua te encontro
Molhada de desejo, um ar tão natural
Que atiça a chama do amor sedento
Que se sacia em ti com uma fúria animal
Porém, mais do que eu, queimas em brasas
E queres muito mais do que até posso,
Pois tu queres a música sem pausas
E muito além da carne comes até o osso
Queimando na fogueira sempre acesa,
Entre as paredes, nossa vida presa,
É a melhor com que jamais sonhamos
Nem sei, nem sabes, o que lá fora espera
O mundo é aqui. E, em plena primavera,
Há menos borboletas do que nós gozamos!
Wednesday, December 07, 2005
SEM MUITO PRA DIZER
Aqui, enfim descanso, impregnado do cheiro da vida lá de fora.
As roupas, os cabelos, o suor, as mãos
Dizem o que não sei como falar, mas do meu ar escapam
Alargando o abismo que já é imenso
E permaneces incrédula e exausta, tão na margem de mim,
Como sempre estivestes.
Tento fugir do cerco inevitável das palavras.
Mas, sei que, intimamente, sorris da tentativa inútil
De esconder o que tão claro aparece.
Nem me perguntas onde estive
Ou de onde vim.
Não perguntas por que já tens resposta.
O silêncio, a culpa escancarada
Que confesso por não dizer nada, pesa,
Entre nós, feito um fardo insuportável.
Como uma criança arrependida
Procuro te agradar em vão
Tu sabes, e eu sei,
Que não há ilusão e só as lembranças,
Entre nossos exercícios de silêncio,
Servem como último elo
Para nos encontrarmos,
Mas, mesmo assim,
Não dizem nada.
As roupas, os cabelos, o suor, as mãos
Dizem o que não sei como falar, mas do meu ar escapam
Alargando o abismo que já é imenso
E permaneces incrédula e exausta, tão na margem de mim,
Como sempre estivestes.
Tento fugir do cerco inevitável das palavras.
Mas, sei que, intimamente, sorris da tentativa inútil
De esconder o que tão claro aparece.
Nem me perguntas onde estive
Ou de onde vim.
Não perguntas por que já tens resposta.
O silêncio, a culpa escancarada
Que confesso por não dizer nada, pesa,
Entre nós, feito um fardo insuportável.
Como uma criança arrependida
Procuro te agradar em vão
Tu sabes, e eu sei,
Que não há ilusão e só as lembranças,
Entre nossos exercícios de silêncio,
Servem como último elo
Para nos encontrarmos,
Mas, mesmo assim,
Não dizem nada.
Tuesday, December 06, 2005
AINDA ALEYDA
ALGUNAS ROSAS VERDES
Esta mujer de hechizos
de mentiras y
yeso
teje las medias
más cálidas
para el día
de su muerte
Una cruz
una caja de madera
algunas rosas verdes
esperan por ella
No hay temor
a la muerte
Solo pido
sea justa.
ALGUMAS ROSAS VERDES
Esta mulher de feitiços
de mentiras
e gesso
tece os meios
mais cálidos
para o dia de sua morte
Uma cruz
uma caixa de madeira
algumas rosas verdes
esperam por ela
Não há nenhum
temor da morte
Só pede
Que seja justa.
Esta mujer de hechizos
de mentiras y
yeso
teje las medias
más cálidas
para el día
de su muerte
Una cruz
una caja de madera
algunas rosas verdes
esperan por ella
No hay temor
a la muerte
Solo pido
sea justa.
ALGUMAS ROSAS VERDES
Esta mulher de feitiços
de mentiras
e gesso
tece os meios
mais cálidos
para o dia de sua morte
Uma cruz
uma caixa de madeira
algumas rosas verdes
esperam por ela
Não há nenhum
temor da morte
Só pede
Que seja justa.
ALEYDA, UMA POETA DO EQUADOR
MÚSICA JAPONESA
Aleyda Quevedo Rojas
¡Ah! de las horribles pasiones que recorren mi cuerpo
insoportables cuando los ojos de otros miran
Sé que voy
hacia el despeñadero de cuerpos desconocidos
que aman y emocionan
Señor, no me abandones en arenas
de almas en movimiento
soy tuya
camino descalza y pulcra en mitad del desierto
preparada para el goce o la muerte
Más allá de esta seducción
guía mis pasos en el amor.
Música Japonesa
¡Ah! Das horríveis paixões que percorrem meu corpo
insuportáveis quando outros os olhos olham
Sei que vou
até o despenhadeiro de corpos desconhecidos
que amam e se emocionam
Senhor, não me abandone em areias de almas
em movimento
sou tua
caminho descalça e desnuda no meio do deserto
preparada para o gozo ou para a morte
Muito além desta sedução
Guia meus passos o amor.
Aleyda Quevedo Rojas
¡Ah! de las horribles pasiones que recorren mi cuerpo
insoportables cuando los ojos de otros miran
Sé que voy
hacia el despeñadero de cuerpos desconocidos
que aman y emocionan
Señor, no me abandones en arenas
de almas en movimiento
soy tuya
camino descalza y pulcra en mitad del desierto
preparada para el goce o la muerte
Más allá de esta seducción
guía mis pasos en el amor.
Música Japonesa
¡Ah! Das horríveis paixões que percorrem meu corpo
insuportáveis quando outros os olhos olham
Sei que vou
até o despenhadeiro de corpos desconhecidos
que amam e se emocionam
Senhor, não me abandone em areias de almas
em movimento
sou tua
caminho descalça e desnuda no meio do deserto
preparada para o gozo ou para a morte
Muito além desta sedução
Guia meus passos o amor.
Sunday, December 04, 2005
Foto de http://annezinha.zip.net
Não Digas Nada
Não digas nada
Até mesmo as palavras mais doces
São inúteis, em certos instantes,
Quando não há o que entender -
Tudo é somente questão
De sentir e de ver...
Não digas nada
Melhor esquecer
Talvez quem sabe amanhã
Em outro momento
A voz não seja vã
E tenha o tom exato
De saber o que diz
E o que me agrada...
Mas, hoje, me faz feliz:
Não digas nada.
Não Digas Nada
Não digas nada
Até mesmo as palavras mais doces
São inúteis, em certos instantes,
Quando não há o que entender -
Tudo é somente questão
De sentir e de ver...
Não digas nada
Melhor esquecer
Talvez quem sabe amanhã
Em outro momento
A voz não seja vã
E tenha o tom exato
De saber o que diz
E o que me agrada...
Mas, hoje, me faz feliz:
Não digas nada.
Thursday, December 01, 2005
ÉS O MUNDO
A doçura da tua boca,
O mel dos teus seios,
O açúcar de teu corpo
Me fazem pensar
Que o mundo é doce.
Breve ilusão! O mundo não é nada
Ou não passa de imensa abstração.
Na verdade, como o tempo,
É uma canção que passa.
No entanto estais aqui
E isto é o mundo:
O momento do amor e da ternura
O gozo dos sentidos!
E, quando tu desapareces,
O mundo some,
Pois, minha vida,
O mundo és tu:
Mulher, perfume e paixão!
O mel dos teus seios,
O açúcar de teu corpo
Me fazem pensar
Que o mundo é doce.
Breve ilusão! O mundo não é nada
Ou não passa de imensa abstração.
Na verdade, como o tempo,
É uma canção que passa.
No entanto estais aqui
E isto é o mundo:
O momento do amor e da ternura
O gozo dos sentidos!
E, quando tu desapareces,
O mundo some,
Pois, minha vida,
O mundo és tu:
Mulher, perfume e paixão!
E POR SI MUOVE
O MUNDO
O mundo move,
Inconscientemente,
Sem sentido
Os jogadores.
Tem todos os dados
E os faz girar
Como a si próprio gira.
Não cabe o mundo
Na minha lira
Nem se cônscio
De que existe
Me deixo por ele levar
E me ponho a girar
Como ele gira.
Só a inconsciência alcanço-
E dela nunca estive longe-
Assim, como todo mundo, danço
Como dança o mundo.
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