DESEO DE OTROYanina MagriniLo hacemos despacio
para que no vuelque,
no salpique
toda excitación
el abuso de la lengua.
Cuando no hay nada que decir
hacemos del oído
necesidad
de palabra
en lo ajeno.
(Qué se yo,
algo así vendría a ser el poema.)
Desejo de outroO fazemos devagar
para que não capote,
não salpique
toda a excitação
o abuso da língua.
Quando não há nada para dizer
fazemos do ouvir
a necessidade
das palavras
alheias.
(Que sei eu,
se algo assim veio a ser um poema.)
Ilustração: somostodosum.ig.com.br
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