Tuesday, October 15, 2024

Outra poesia de Pedro García Cueto

 


ALFONSINA Y EL MAR

Pedro García Cueto

Tu cuerpo roto
cuando lo acaricia el mar.
En olas tus besos idos
y en el atardecer callado.
Empieza a anochecer en la playa,
llena de hierba la arena
que un día rozó tus pies,
hierba fresca como agua salada.
Te adentras y el mar te llama,
pronuncias versos que oscurecen
ese acantilado donde sueñas
cuando la luna fue pensamiento.
Apenas se ve tu cuerpo
se pierde en el agua leve,
lo mecen las olas allí dentro,
donde muere tu voz cansada.

ALFONSINA E O MAR

Teu corpo quebrado

quando o acaricia o mar.

Em ondas teus beijos idos

e no entardecer calado.

Começa a anoitecer na praia,

cheia de grama com areia

que um dia roçou teus pés,

grama fresca como água salgada.

Tu entras e o mar te chama,

pronuncias versos que escurecem

o penhasco onde sonhas

quando a lua foi pensamento.

Apenas se vê teu corpo

se perder na água leve,

balançam as ondas lá dentro,

onde tua voz cansada morre.

Ilustração: SoundCloud.

Monday, October 14, 2024

0 Futuro é Agora



O futuro sem ilusão, meu lorde: 

a IA  programa o mundo

como um holograma. 


The future without illusion, my lord:

The AI ​​programs the world

like a hologram.

Ilustração: RSB-Comunicação na Imagem. 


Sunday, October 13, 2024

Ilusão Moderna

 



Guimarães Rosa, um nordestino arisco, 

disse que a vida é um risco.

Olha que, naquela época, 

sua visão era de que o sertão era uma selva

e nem a Amazônia conhecia. 

Ave Maria!

Estimava que a vida era difícil

quando o mundo ainda era inocente.

Imagine se vivesse recentemente

com as miragens que  a Internet traz

e pudesse ver num skipe

que viver, hoje, 

virou existir numa toca,

ter um perfil no Facebook, 

fazer um story,

E até na hora de comer

fotografar o prato 

para que no Instagram

todos possam ver. 

É isto: 

a vida ficou mais difícil 

quando somente se tem 

a ilusão de viver. 

Outra poesia de Juanjo Muñoz Knudsen

 


SIN TÍTULO 2

Juanjo Muñoz Knudsen

No soy más infeliz que antes
es mi mantra frente al espejo
los lunes
y a veces los martes
y en definitiva los
viernes
Veo el calendario lunar del baño
y se aproxima una luna llena
o nueva, no sé.
Me lo regalaron para que me sirviera de guía
pero me resulta incompleta
No sé a qué me guía
o qué debería interpretar
de su orientación.
La veo, colgar en la pared,
en silencio,
ni burlona
ni amable.
La luna,
mi cara,
el calendario.

SEM TÍTULO

Não sou mais infeliz que antes

é meu mantra em frente ao espelho

às segundas-feiras

e, às vezes, às terças-feiras

e, em última análise, na

Sexta-feira.

Vejo no calendário lunar do banheiro

que se aproxima uma lua cheia

ou nova, não sei.

Me presentearam para me servir de guia,

porém resulta incompleto.

Não sei a que me guia

ou o que deveria interpretar

de sua orientação.

A vejo, pendurada na parede,

em silêncio,

nem zombando

nem amável.

A lua,

meu rosto,

o calendário.

Ilustração: Astrolink.

Saturday, October 12, 2024

Uma poesia de Pavneet Singh

 


LETTER 6

Pavneet Singh

 

 

This has become of and not of; or we can only know
another’s pain from their verbal or physical action; or
you have to open your eyes before you can close them.

I believe in the new measurements:
a tablespoon of hair, an inch of blood.

You’ll want to write this down.

Kissing him was not intuitive.
Slicing open a fish was not intuitive.
To kiss him while he sliced
open a fish was intuitive.

I read somewhere that pilots see better, in part, because they are asked to.

Later, I’ll remember it as: A girl pretends she is lost so strangers
will go door to door with her,
seeking her apartment. My mother pretends not to know me.

My eyes half envision you, but
the way you appeared to me, roughly, is not sacred.
Pretende you weren’t asked here at all.

CARTA 6

Isto tornou-se e não de; ou só podemos conhecer

a dor de outra pessoa por suas ações verbais ou físicas; ou

você tem que abrir seus olhos antes de fechá-los.

 

Eu acredito nas novas medidas:

uma colher de sopa de cabelo, uma polegada de sangue.

 

Você vai precisar escrever isto abaixo.


Beijá-lo não foi intuitivo.

Abrir um peixe não foi intuitivo.

Beijá-lo enquanto ele cortava

um peixe foi intuitivo.

Li em algum lugar que os pilotos enxergam melhor, em parte, porque são obrigados a isto.

Mais tarde, vou lembrar como: uma garota finge que está perdida para que estranhos

vão de porta em porta com ela,

procurando seu apartamento. Minha mãe finge não me conhecer.


Meus olhos pensam que imaginam você, mas

a maneira como você me apareceu, certamente, não é sagrada.

Pretendo que você finja que não foi convidado aqui.

Ilustração: Blog do Correio Braziliense. 


Uma poesia de Pedro García Cueto

 


CASA ABIERTA

Pedro García Cueto

 A María Prado

La casa está abierta
en su interior vibran los muebles.
Los oigo estremecer
con su música interior.
El patio parece un huerto
con su flor en la cima
y en el aljibe el mar
que fue nuestro paisaje.
La casa está abierta
vibran las fotos de los muertos
que parece que nos miran
cuando cerramos la cancela.
Casa que fue confesión
donde jugaron nuestras pieles
en un solo y largo abrazo
con los ecos del amor.
Si cierro los ojos, veo tu cuerpo
camina despacio y lento
como si fuese un pensamiento.
He abierto la casa
he dejado que entre el mar
y la brisa lo cubre todo.
Casa que fue nuestro edén,
y ahora, huele a sal
a las olas que estremecen
en el aire, su sabor.
Casa niña, casa nuestra
casa con sombras y fulgor.

A CASA ABERTA

A casa está aberta

no seu interior vibram os móveis.

Os ouço estremecer

com sua música interior.

O pátio parece um jardim

com sua flor no topo

e na cisterna o mar

que foi nossa paisagem.

A casa está aberta

vibram as fotos dos mortos

que parece que nos olham

quando fecharmos o portão.

Casa que foi confissão

onde jogaram nossas peles

em um longo abraço

com os ecos do amor.

Se fechar meus olhos, vejo teu corpo

caminhando devagar e lento

como se fosse um pensamento.

Abri a casa

deixei o mar entrar

e a brisa cobrir tudo.

Casa que foi o nosso Éden,

e agora cheira a sal

para as ondas que estremecem

no ar, seu sabor.

Casa criança, nossa casa

casa com sombras e brilho.

Ilustração: WhereInRio.

Thursday, October 10, 2024

Um Haiku de James W. Hackett

 

 


 

James W. Hacket


Half of the minnows

Within this sunlit shallow

Are not really there.

 

Metade dos peixinhos

Na beira do rio banhado pelo sol

Não estão realmente lá.


Ilustração: Matéria Incógnita.

Uma poesia de Juanjo Muñoz Knudsen

 


Canciones nostálgicas de youtube a las 23:33

Juanjo Muñoz Knudsen

Perritos chiquititos que son mis amigos,
perrones grandes
que me acompañan cuando camino,
un gati, con la pancita blanca
y un lunar o mancha negra
que lo hace más dulce
de alguna manera

El perrito de un meme
que bailaba cumbia.
Perrito cumbiero
te quiero mucho.
O el que tenía un amigo
que lo subía a un caballo mecánico
y se divertía un montón.

¿Cómo hacen? Para decirnos tanto
con su colita contenta,
yo me pregunto.
También me pregunto si creen en mí
si confían en mis decisiones
como yo a veces me intento convencer
de que sí
de que confío
en mis
decisiones

CANÇÕES NOSTÁLGICAS DE YOUTUBE ÀS 23H33

Cachorrinhos que são meus amigos,

cachorros grandes

que me acompanham quando caminho,

um gatinho, com barriguinha branca

e uma verruga ou mancha preta

que o faz mais doce

de alguma maneira

 

O cachorrinho de um meme

que dançava cumbia.

Cachorro cumbiero

eu te quero muito.

Ou o que tinha um amigo

quem o subia num cavalo mecânico

e se divertia de montão.

 

Como fazem? Para nos dizer tanto

com sua caudinha feliz,

eu me pergunto.

Também me pergunto se creem em mim

se confiam nas minhas decisões

como eu, às vezes, tento me convencer

de que sim

de que confio

nas minhas

decisões

Ilustração: Amigo Energy.

Amor Musical

 


A delicadeza do teu querer

Vibra em cada fibra de minha alma

Com o suave toque de tuas mãos

Que uma partitura invisível segue

Despertando em nossos corpos

Harmonias insuspeitas de prazer

Para tornar o nosso amor

Uma sinfonia inacabada,

E sempre repetida,

Música inesquecível de gozo e vida

Que sempre acaba em suor e prazer. 

Ilustração: Vox Music. 


Wednesday, October 09, 2024

Uma poesia de Andrea Cote

 


DE AUSENCIA

Andrea Cote

Es para el dios de lo deshabitado
que se alzan templos invisibles
en la borrasca del desierto.
Es para él
que los árboles enanos inclinan en la arena sus ramas
humildes,
fervorosas.
Es para que no te aferres
que existe un dios de la ausencia,
señor del desierto
y de las cosas que,
como la sombra,
existen por la fuerza de la luz que las rechaza.

DE AUSÊNCIA

É para o deus do desabitado

que se elevam templos invisíveis

na tempestade no deserto.

É para ele

que as árvores anãs inclinam seus ramos na areia

humildes,

fervorosas.

É para não te aferres

que existe um deus da ausência,

senhor do deserto

e das coisas que,

como a sombra,

existem pela força da luz que as rechaça.

Ilustração: Canção Nova.

Uma poesia em homenagem a Fausto Nilo

 


QUANDO QUALQUER MÊS PASSAR

(Como se fosse um Fausto Nilo)

 

Quando fevereiro passar

Não pense que será diferente.

É só olhar o teu olhar

que passo a me sentir contente.

Ninguém terá o sentimento

que nós dois sentimos.

E depois do amor, ô, ô,ô,ô,

o prazer com que sorrimos!

O desejo que nos faz queimar

é chama que não se apaga.

É vontade que nos faz brincar

de vai e vem, mas, nunca larga.

O nosso amor só nos faz cometer

loucuras,

mas, bem sabemos

que, chorando ou rindo,

o tempo vai passar

é um presente

este querer,

que nem o tempo

pode apagar.

Só podemos lamentar

que não haverá mais de mil fevereiros,

ou qualquer que seja o mês,

em que possamos estar vivos

para mais amar

como se fosse a primeira vez,

como se dezembro

pudesse ser janeiro.

Tuesday, October 08, 2024

Outra vez Salomon de la Selva


 

TROPICAL TOWN

Salomón de la Selva

For Miss Eugenia L. V. Geisenheimer

Blue, pink, and yellow houses, and, afar,
The cemetery, where the green trees are.

Sometimes you see a hungry dog pass by,
And there are always buzzards in the sky.
Sometimes you hear the big cathedral bell,
A blindman rings it; and sometimes you hear
A rumbling ox-cart that brings wood to sell.
Else nothing ever breaks the ancient spell
That holds the town asleep, save, once a year,
The Easter festival . . .
                                                I come from there,
And when I tire of hoping, and despair
Is heavy over me, my thoughts go far,
Beyond that length of lazy street, to where 
The lonely green trees and the white graves are.

CIDADE TROPICAL

Para a Srta. Eugenia L. V. Geisenheimer

Casas azuis, rosas e amarelas, e, ao longe,

O cemitério, onde estão as árvores verdes.

Algumas vezes você vê um cachorro faminto passar,

E estão lá sempre os urubus no céu.

Algumas vezes você ouve o grande sino da catedral,

Um cego o toca; e às vezes você escuta

Uma carroça de bois barulhenta que traz madeira para vender.

De outra forma, nada quebra o antigo feitiço

Que mantém a cidade adormecida, exceto, uma vez por ano,

O festival da Páscoa...

Eu venho de lá,

E quando me canso de esperar, e o desespero

Pesa sobre mim, meus pensamentos vão longe,

Além daquela extensão de rua preguiçosa, para onde

As árvores verdes solitárias e os túmulos brancos estão.

Ilustração: Viagem e Turismo.

Outra poesia de Luis Eguílaz

 



3

Luis Eguílaz

En una nave estábamos los dos
comiendo palmeras de chocolate.
Estuvimos treinta días en la nave.
Una vez una lucecita hizo su presencia.
Era la lucecita amistad.
Tuvimos que regresar a casa
porque había una fiesta familiar.
A la mañana croaba una rana
y antes de dormir me ponía el pijama

3

Em um navio estávamos nós dois

comendo palmeiras de chocolate.

Estivemos trinta dias no navio.

Uma vez, uma luzinha se fez presente.

Era a luzinha da amizade.

Tivemos que regressar para casa

porque houve uma festa familiar.

De manhã coaxava uma rã

e antes de dormir pus meu pijama

Ilustração: Ponto Biologia.