Tuesday, February 28, 2006
AMOR DE CARNAVAL
Carnival man
by Carole Z. Spinelli
i fell in love with a carnival mans
lick as glass
bold and brass
narrow hip
sample lips
muscled arms
wicked charms
step right up, lady fair
raven hair,
lovely eyes
win the prize,
try your luck
just a buck
i fell in love with a carnival man
smiling wide
reeking pride
cigarette
cool coquet
curly hair
comely snare
step right up, lose my turn
feel it burn, give some more
play the whore, one more shot
all i've got
i fell in love with a carnival man
all the while
seeping guile
plays the game
feels no shame
gets it on
then he's gone
Folião
Eu me apaixonei por um folião
liso como vidro
audaz e de bronze
quadris estreitos
lábios amplos
braços musculosos
de encanto feiticeiro
Passos adiante, senhora vaidosa,
negros cabelos, olhos encantadores
ganhe o prêmio, tente sua sorte
apenas um macho
Eu me apaixonei por um folião
sorrindo largamente
com orgulho fedido a
cigarro
livremente brincalhão
cabelo encaracolado
armadilha graciosa
Passos adiante, perdi minha vez
Senti seu calor, e pedi mais
Joguei como uma puta, disparei um tiro a mais
dei tudo que eu podia dar
Eu me apaixonei por um folião
durante todo tempo
escoava astúcia
joguei o jogo
sem sentir vergonha
me agarrei nele
e então ele se foi.
Monday, February 27, 2006
A ESPERANÇA SEMPRE MORRE
O bloco dos Sem Esperança
dança no carnaval da sorte
E seu samba enredo tem uma
rima de medo
Uma ponta de ironia
rasgando a falta de futuro.
Seu mestre- sala cala
o mundo incontido de tristeza
Que a porta-bandeira faz sambar
porquê outro jeito não há.
O tamborim não toca,
O afoxê não chia,
O puxador não puxa
E os pés de Maria não deslizam.
Só as fantasias vermelhas de sangüe
tem um brilho sã
Que se esparrama pela avenida
na manhã
Num alvorecer tardio, inesperado
Que resulta numa convulsão
de som, de luz, de cor, de vida
Ressuscitando os mortos de cansado
Que, embalados, pela música
que se espalha
Se apegam na fé como uma migalha
Que resgata o sonho,
Mas, a esperança sempre corre em vão,
E quando surge da euforia a sensação
Vem a quarta-feira
Pra acabar com a brincadeira!
Saturday, February 25, 2006
O CARNAVAL, Ó CARNAVAL
Sim. Eu deveria estar no Rio de Janeiro.
Sim. Loucamente me preparando para desfilar na Vila Isabel.
E, certamente, estaria ébrio e cantando, dançando, rindo de todas as coisas
Como qualquer outro carnavalesco bobo.
Nada é como se planeja
E, agora, veja
Por causa de um mosquito, uma malária, vou ver tudo pela televisão.
Soy Loco por Ti, América,
Não passou de uma ilusão.
O carnaval serve para ver as coisas claramente.
As vidas emprestadas, as máscaras, as vozes, os sons, o estar ou não estar,
Em toda parte, serve para mostrar que a vida é uma arte
Nada fácil.
As fantasias, as baterias que arrepiam
São como os corpos e as almas que se extraviam
Apenas uma metáfora da vida.
No fim a quarta-feira, o desengano, querida.
As coisas de antes se recolocarão depois.
Sabe aquele amor de nós dois foi ilusão.
E até hoje sinto a falta de seu corpo, de suas mãos,
De seu olhar e do carinho que não há mais.
E bem que me alertava que nós íamos morrer
E que não dava pra comprar o prazer, a alegria,
O gozo, a vontade de amar que, agora, dorme em paz.
Como o carnaval que perdi o amor se foi.
E agora me dou conta de que de nada valem
Os carros alegóricos, as vistosas fantasias, as palmas da multidão.
Nada vale estar nas vitrines brilhantes
Quando logo mais, em instantes, estará desfeito o mundo de ilusão.
Mesmo sob os gritos de “é campeão”, em meio as cores, aos adereços, à música e à comemoração Não poderemos afastar o pensamento da morte e da solidão
E que, na quarta-feira, desarmados e infelizes,
A vida volta ao normal
E como recordação as fotos de mais um carnaval.
E, como são todos iguais, e completamente diferentes,
Não me sinto mais tão revoltado intimamente
E, mesmo sem beber,
Visto o abadá do Bloco da Mucura
Pensando que a vida é bela, ó criatura.
NATURAL NO CARNAVAL
Não sei o que sinto
Não sei o que penso
Neste carnaval sou só reza
E incenso
E a paz de ficar deitado a olhar
O luar que baila, flutua
Ao som dos blocos
Na rua
Me imagino beijando a boca
De alguém sob a cortina
E me espanto de que seja
Tão menina!
Uma antena, minha cabeça,
Sem a sintonia do certo
O perfume de um corpo
Sinto perto
E no entanto em nada
Presto atenção
Se é sonho, ou não,
Só almejo fazer amor
No chão
ÊXTASE
Quando vens, manhosa, de braços abertos
Como uma criança que só quer carinho
Te enlaço suave e beijo de mansinho
Sabendo que os dias doces são incertos.
Saboreio o momento como a um manjar,
A vista já tonta, em delírio, alucinado,
Subo aos céus como um puro, sem pecado
Como só é dado a quem aprende a amar.
Vens, menina flor, espantar o meu espanto,
De que me presenteis com todo seu encanto
Com teus seios, com este corpo de mel puro.
Ah! Cada beijo que te dou sou mais criança
E cresce a febre e o prazer da amorosa dança
Que explode, no gozo, iluminando o escuro.
Como uma criança que só quer carinho
Te enlaço suave e beijo de mansinho
Sabendo que os dias doces são incertos.
Saboreio o momento como a um manjar,
A vista já tonta, em delírio, alucinado,
Subo aos céus como um puro, sem pecado
Como só é dado a quem aprende a amar.
Vens, menina flor, espantar o meu espanto,
De que me presenteis com todo seu encanto
Com teus seios, com este corpo de mel puro.
Ah! Cada beijo que te dou sou mais criança
E cresce a febre e o prazer da amorosa dança
Que explode, no gozo, iluminando o escuro.
Monday, February 20, 2006
O ARMÁRIO E O ESPELHO
Com você foi diferente,
Filhinha,
Desde pequena acostumada
A ser a mimadinha da mamãe
Brincando com bonecas
Tesourinhas, roupas, panos...
Ah! Você não sabe o drama
Da primeira vez
De se usar uma calcinha,
Uma saia, um soutien, um salto alto!
Do medo de se esparramar no asfalto
Ou ser chamada de bruxa ou bicha!
Confesso para você
Que quase desisti...
Tremia de receio e de vergonha.
Salvou-me o espelho
No qual, felizmente, vi
Uma mulher desajeitada- é verdade-
Mas, visivelmente, uma mulher!
(De Poemas Mal Comportados).
Sunday, February 19, 2006
BALADA DOS ANIMAIS
Balada Dos Animais
Eu sou um boizinho do Norte
Você, uma vaquinha do Sul.
Você quer que me comporte.
Eu só vejo tudo azul
E tudo azul é de morte!
Se eu me chamasse Raul
E fosse forte, bem forte...!
Eu sou um bodinho contente.
Você uma cabrinha esperta.
Você me quer ver na frente
Eu só me importa o que aperta
E tudo é só diferente!
Ai! Se fosse, ao menos, Horta
E me chamasse tenente!
Eu sou um porquinho bonito
Você, uma porquinha gostosa.
Você quer pompa e rito
Eu só sinto o que se goza
E gozo até o infinito!
Se dizem de mim Barbosa
Teria bem mais espírito!
Eu sou um gatinho infiel!
Você, uma gata inconstante.
Você me quer feito mel
Eu sou só desodorante
E de um cheiro cruel!
Se de mim dizem Amarante
Teria um melhor papel?
Eu sou um leão mansinho
Você uma leoa espantada.
Você exige carinho
Só gosto de dar pancada
E tudo morre no vinho!
Se me denominam Almada
Seria um melhor vizinho?
Eu sou um rato manhoso
Você uma rata mimosa.
Você me exige vaidoso
Minha roupa é horrorosa
E tudo é tão doloroso!
Se gritam por mim: Tolosa
Seria mais carinhoso?
Eu sou um cachorro vadio
Você uma cadela carente.
Você me espera no cio
O meu amor é demente,
Mas a raiva desafio!
Podem me chamar Vicente
Se de mim não desconfio!
Eu sou um macaco devasso
Você uma macaca ótima.
Você me prepara um laço
Mas eu só passo por cima
E tudo vai para o espaço!
Podem me chamar de Lima
Que nem assim sou um fracasso!
(Do livro Imagens da Incerteza)
Thursday, February 16, 2006
A POESIA CUBANA DISSIDENTE
Uma Poesia de Manuel Vásquez Portal
Porque todo há ocurrido: catástrofes y guerras, / y todo se ha cantado em himnos y plegarias, / detesto los discursos, pero tengo derecho / al cristal com que veo. Y no hablaré mucho / ni muy alto. Afirmaré tan sólo que me hicieron / un mundo al pie de la tribuna y se han quedado / huera las palabras. Los héroes de mi infancia / no son tan legendarios ni el monstruo era tan fiero. / Una aventura más: un Quijote y mil Sanchos, molinos / y molinos. Cada Sancho despedazó su ínsula, / y Don Alonso no tuvo más que repartir. Cruzamos / el delirio y pedimos que el cielo nos brinde otro Quijote.
Outro Quixote
Porque tudo há ocorrido: catástrofes e guerras
E tudo foi cantado em hinos e cantorias
Detesto os discursos, porém tenho direito
Ao cristal com que vejo. E a não falar muito
Nem muito alto.
Afirmar que só me fizeram
Um mundo ao pé da tribuna e me deixaram
Fora das palavras.
Os heróis da minha infância
Não são tão legendários
Nem o monstro era tão feroz.
Uma aventura a mais: um Quixote e mil Sanchos e moinhos
e moinhos.
Cada Sancho despedaçou sua ilha
E D. Alonso não teve mais o que repartir.
Cruzamos
E pedimos aos céus que nos mande outro Quixote.
Wednesday, February 15, 2006
FESTA DOS MALDITOS
Vou reunir os malditos numa festa.
Nada de certinhos.Nada de rosas.
Tragam-me os espinhos,
As pessoas doridas e dolorosas -
Únicas que tem o que dizer.
Nem importa que gritem que meu gasto é exagerado
Que, por certo, tem algo acobertado
Sob tão estranha proteção.
Só dos malditos que se desconfiam.
Dos que dizem não
Onde o sim é convenção
Que desatam sua fúria como um rio
Desobedecem para uma futura construção
Que nega a realidade bem arrumada.
Venham negrada, venham peões,
Correi prostitutas, loucos, punguistas,
Sonhadores, promíscuos, artistas...
Acorrei marginais, drogados, salafrários, ladrões...!
Mendigos , bastante mendigos.
Famintos, bastante famintos.
Malditos, bastante malditos.
Que arrassem, que maldigam, estraguem, estraçalhem
A festa é isto:
O podre mais profundo da sociedade
Por um momento dançando a ilusão da vida.
Bêbados, sim Mas quem não é ébrio?
Loucos, sim. Mas quem não é louco?
Os que constroem bombas?
Os que que cuidam de dinheiro?
Os que correm atrás do poder?
Meus grandes malditos, vamos!
Façamos da nossa irrealidade
Nossa bandeira,
Criemos um carnaval sem quarta-feira,
Façamos uma revolução sem armas e sem sangue
Dançando, cruzando os braços,
Desrespeitando o normal
Diante da impotência geral dos comuns.
(Do livro Imagens da Incerteza).
Nada de certinhos.Nada de rosas.
Tragam-me os espinhos,
As pessoas doridas e dolorosas -
Únicas que tem o que dizer.
Nem importa que gritem que meu gasto é exagerado
Que, por certo, tem algo acobertado
Sob tão estranha proteção.
Só dos malditos que se desconfiam.
Dos que dizem não
Onde o sim é convenção
Que desatam sua fúria como um rio
Desobedecem para uma futura construção
Que nega a realidade bem arrumada.
Venham negrada, venham peões,
Correi prostitutas, loucos, punguistas,
Sonhadores, promíscuos, artistas...
Acorrei marginais, drogados, salafrários, ladrões...!
Mendigos , bastante mendigos.
Famintos, bastante famintos.
Malditos, bastante malditos.
Que arrassem, que maldigam, estraguem, estraçalhem
A festa é isto:
O podre mais profundo da sociedade
Por um momento dançando a ilusão da vida.
Bêbados, sim Mas quem não é ébrio?
Loucos, sim. Mas quem não é louco?
Os que constroem bombas?
Os que que cuidam de dinheiro?
Os que correm atrás do poder?
Meus grandes malditos, vamos!
Façamos da nossa irrealidade
Nossa bandeira,
Criemos um carnaval sem quarta-feira,
Façamos uma revolução sem armas e sem sangue
Dançando, cruzando os braços,
Desrespeitando o normal
Diante da impotência geral dos comuns.
(Do livro Imagens da Incerteza).
AOS MALDITOS
O ouro, o dólar, o franco, a libra, a lira
-São entidades fantásticas em curvas
Estatísticas em que minha razão delira
Entre potes, arco-íris, trovões, chuvas.
Como tudo me confunde! Altas margens,
Equilíbrios delicados, spreads, taxas de juros
Às vezes me soam como ridículas miragens
Que, no entanto, resistem aos esconjuros.
Negócios, negócios são apenas negócios -
Repetem-se por luas, por quadrantes
Almas inteligentes, enfáticos beócios,
Movem empresas, lucros gigantes,
E tudo se vende, compra, embala
Por escritórios, lojas, supermercados
Onde vale e falam a velha fala
Do dinheiro que afasta os delicados.
Limitado e vasto mundo do poder!
O cultivo silencioso do segredo
Do movimento, do sopro do querer
Que com uma ordem cria dor e medo
Sem que tenha ciência ou leve nojo,
De vez que o lar, a ordem são assépticos
E os novos guerreiros cuidam do despojo
E do contentamento de seus gostos estéticos.
Meu poema, minhas palavras sem valor
Não encontram procura no mercado
Tão inúteis quanto de graça, dado, o amor,
Que só interessa se tem preço marcado.
Assusto-me de que se calem, acostumadas,
As pessoas com a dor e a insensibilidade
E as revoltas comprimidas, mudas, caladas
Se esgotem no sexo, no álcool ou na maldade.
Mudar, porém... só de negócios se pensa.
Qualquer mudança, no fundo, encoberta
Ostenta para algum grupo recompensa
Ou serve para escapar da dívida que aperta.
A vida é lucro - diz o grande empresário.
A vida é o salário - diz o pobre trabalha/dor
Envolvidos no embrutecimento diário
Nenhum seque vive o melhor: o amor.
De forma que a vida segue silenciosa
Igual na ausência de seiva e conteúdo.
Diferente a embalagem, em celofane, da rosa
Visando alcançar um preço mais graúdo.
Enfim numa civilização assim apenas resta
A possibilidade dos que quebram ritos
Dos que marginais fazem do dia a festa
Do diverso. Felizes e ditosos os malditos!
(Do livro Imagens da Incerteza).
Sunday, February 12, 2006
DYLAN THOMAS: ARTE & OFÍCIO
IN MY CRAFT OR SULLEN ART
DYLAN THOMAS
In my craft or sullen art
Exercised in the still night
When only the moon rages
And the lovers lie abed
With all their griefs in their arms,
I labor by singing light
Not for ambition or bread
Or the strut and trade of charms
On the ivory stagesBut for the common wages
Of their most secret heart.
Not for the proud man apart
From the raging moon I write
On these spindrift pages
Nor for the towering dead
With their nightingales and psalms
But for the lovers, their arms
Round the griefs of the ages,
Who pay no praise or wages
Nor heed my craft or art.
NO MEU OFÍCIO OU ARTE
No meu ofício ou arte amarga
Exercido na noite silenciosa
Quando somente a lua alucinada
E os amantes nos leitos estendidos
Com suas mágoas entre os braços,
Eu trabalho sob a luz cantando
Não por glória ou ambição
Nem por vaidade ou comércio de encantos
Sobre palcos de marfim,
Mas pelas ondas comuns
Do meu mais secreto coração.
Não escrevo para o orgulhoso
Homem que se afasta da lua alucinada
Que se esfuma nestas páginas
Nem para os mais nobres mortos
Com seus rouxinóis e salmos
Mas para os amantes e seus braços
Que enlaçam as mágoas da idade
Que não me pagam ou elogiam
Nem prestam atenção ao meu ofício ou arte.
Friday, February 10, 2006
POESIA DE NERUDA PESCADA POR SARAMAR
Poema de Pablo Neruda, inscrito no túmulo de Tina Modotti
“Tina Modottí, hermana, no duermes, no, noduermes.
Tal vez tu corazón oye crecer la última rosa
De ayer, la última rosa de ayer, la nueva rosa.
Descansa dulcemente, hermana.”
“Puro es tu dulce nombre, pura es tu frágil vida.
De abeja, sombra, fuego, nieve, silencio, espuma,
De acero, línea, polen se construyó tu férrea".
Epitáfio de Tina Modotti
Tina Modottí, irmã, não dormes, não, não dormes.
Talvez teu coração ouça crescer a última rosa
De ontem, a última rosa de ontem, a nova rosa.
Descansa, docemente, irmã.
Puro é teu doce nome, pura é a tua frágil vida
De abelha, sombra, fogo, neve, silêncio, espuma
De aço, linha, pólen,em ferro, se construiu tua estrutura.”
Thursday, February 09, 2006
EXIGÊNCIA
Só exijo de ti este
beijo,
Demasiadamente profano,
Que traz em si
a emoção profunda
do desejo.
Só exijo de ti esta
língua,
Molhada e sensual,
Que é vermelha
por puro complemtento
da espécie.
Só exijo de ti estas
mãos,
Carinhosas e velozes,
Que, ao menor toque,
arrebatam e desnudam
por encanto.
Só exijo de ti este
corpo,
Macio e gostoso
Que guarda docemente
o mistério fecundo
do prazer.
(De Viagem aos Sonhos de Ninguém)
Sunday, February 05, 2006
OUTRO POEMA DE LUIS RAÚL CALVO
Poema XII
Luiz Raúl Calvo
Ese hombre que hoy duerme
en medio de la calle
alguna vez supo disfrutar
de los placeres terrenales.
Amó a dóciles mujeres
bebió finos licores
dilapidó lo propio
y lo ajeno, como queriendo
negar aquello de que
nada es eterno en la vida.
En otros tiempos
al ver a otros hombres
durmiendo como él duerme ahora
solía repetir en voz alta:
"Algo habrán hecho para merecer esto".
Poema XII
O homem que hoje dorme
no meio da rua
uma vez já soube desfrutar
dos prazeres terrenos.
Amou doces mulheres
bebeu finos licores
dilapidou o próprio
e o alheio, como querendo
negar o fato de que
nada é eterno na vida.
Em outros tempos
ao ver outros homens
dormindo como ele dorme agora
costumava repetir em voz alta:
“Alguma coisa fizeram para merecer isto”.
Friday, February 03, 2006
NÃO TÃO ABSTRATO...
LINK
Com seus imensos olhos infantis,
E um ar de doçura que sabia a mel,
Me pediu:
-Deixa eu colocar seu blog no meu blog?
Distraído permaneci fitando o baton vermelho provocante de seus lábios.
-E você coloca meu blog no seu...
Balancei a cabeça num consentimento mudo,
Embora meu pensamento estivesse longe de qualquer coisa virtual
E o nível da colocação me parecesse extremamente abstrato.
(De Poemas Mal Comportados).
Wednesday, February 01, 2006
O JAZZ NA MEIA-NOITE
Round About Midnight
Bob Kaufman
Jazz radio on a midnight kick,
Round about Midnight.
Sitting on the bed,
With a jazz type chick
Round about Midnight,
Piano laughter, in my ears,
Round about Midnight.
Stirring up laughter, dying tears,
]Round about Midnight.
Soft blue voices, muted grins,
Excited voices, Father's sins,
Round about Midnight.
Come on baby, take off your clothes,
Round about Midnight.
Rolando sobre a Meia-noite
Como um golpe o jazz, na rádio, na meia-noite,
Rolando sobre a Meia-noite.
Na cama sentadinho,
Com um jazz alegre como um pintinho
Rolando sobre a Meia-noite,
O piano dá risadas em minhas orelhas,
Rolando sobre a Meia-noite.
Induzindo risadas mais altas, servindo lágrimas,
Rolando sobre a Meia-noite.
Suaves vozes azuis, sorrisos internos,
Vozes excitadas, pecados paternos,
Rolando sobre a Meia-noite.
Venha minha criança, tire suas roupas,
Rolando sobre a Meia-noite.
Bob Kaufman
Jazz radio on a midnight kick,
Round about Midnight.
Sitting on the bed,
With a jazz type chick
Round about Midnight,
Piano laughter, in my ears,
Round about Midnight.
Stirring up laughter, dying tears,
]Round about Midnight.
Soft blue voices, muted grins,
Excited voices, Father's sins,
Round about Midnight.
Come on baby, take off your clothes,
Round about Midnight.
Rolando sobre a Meia-noite
Como um golpe o jazz, na rádio, na meia-noite,
Rolando sobre a Meia-noite.
Na cama sentadinho,
Com um jazz alegre como um pintinho
Rolando sobre a Meia-noite,
O piano dá risadas em minhas orelhas,
Rolando sobre a Meia-noite.
Induzindo risadas mais altas, servindo lágrimas,
Rolando sobre a Meia-noite.
Suaves vozes azuis, sorrisos internos,
Vozes excitadas, pecados paternos,
Rolando sobre a Meia-noite.
Venha minha criança, tire suas roupas,
Rolando sobre a Meia-noite.
Subscribe to:
Posts (Atom)