DE CÓMO EL TIEMPO
DEVORÓ UN POEMA
Fina Garcia Marruz
Trepó como una hormiga sobre dos preposiciones.
Mascó como un león donde decía palomas.
Desmoronó un pedazo de adjetivo.
Bailó la futileza de la estrofa inicial.
No se tomo el trabajo de destruirlo todo.
Los fragmentos comenzaron a bostezar.
Alguno destelló su poço, hay que decirlo.
Dejó sin nada al lado a la palabra muerte.
De como o tempo devorou um poema
Trepou como uma formiga sobre duas preposições.
Mascou como um leão onde desciam os pombos.
Esfarelou um pedaço de adjetivo.
Bailou sobre a futilidade da estrofe inicial.
Não se deu ao trabalho de destruí-lo todo.
Os fragmentos começaram a bocejar.
De alguns retirou o brilho, há que se dizer.
Deixou sem nada ao lado da palavra morte.
Ilustração: Carmelo Canales- Retroprogressive portrait
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