Amor, no es para mí ya tu ejercicio
Baltasar
de Alcázar
Amor,
no es para mí ya tu ejercicio,
porque
cosa que importa no la hago;
antes,
lo que tu intentas yo lo estrago,
porque
no valgo un cuarto en el oficio.
Hazme,
pues, por tu fe, este beneficio:
que
me sueltes y des carta de pago.
Infamia
es que tus tiros den en vago:
procura
sangre nueva en tu servicio.
Ya
yo con solas cuentas y buen vino
holgaré
de pasar hasta el extremo;
y
si me libras de prisión tan fiera,
de
aquí te ofrezco un viejo, mi vecino,
que
te sirva por mí en el propio remo,
como
quien se rescata de galera.
O amor já não é para mim seu exercício
O
amor já não é para mim seu exercício,
porque
coisa que não me importa não o faço;
antes,
o que tu intentas, o estrago,
porque
pouco valho em tal ofício.
Faz-me,
pois, por tua fé, este benefício:
que
me soltes e dê o carimbo de pago.
Vergonha
é que teus tiros sejam vagos:
procura
sangue novo em teu serviço.
Já
eu, com as próprias contas e um bom vinho,
folgarei
de me mover ao extremo;
e
se me livras de prisão tão feroz,
daqui
te ofereço um velho, meu vizinho,
que
te sirva por mim no próprio remo,
como
quem resgata uma galera.
Ilustração: meucantinho34.wordpress.com
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