ESCORPIÓN
Manuel Garcia Vinó
Yo
nací con los labios tendidos hacia el beso,
llevando
en la garganta
este
tremendo grito involuntario
y,
en el pecho, la curva de un abrazo.
Yo
no agité los vientos de mis acantilados
ni
levanté clamores en mis mares de sangre;
yo
no inventé tormentas ni oleajes
ni
puse en el rugido tu nombre y mi llamada.
En
mis manos ya estaban las furias retratadas
y
mi llanto de niño
fue
un llanto de inocente condenado.
Si
lastimé tu pecho, no me culpes.
Yo
no pedí estas garras
que
sin querer afilo entre mis piernas.
He
llegado empujado,
vestido
con el traje que me dieron.
Yo
no crucé tu ruta con la mía.
ESCORPIÃO
Eu
nasci com os lábios estendidos até o beijo,
levando
na garganta
este
tremendo grito involuntário
e
no peito, a curva de um abraço.
Eu
não agitei os ventos de meus penhascos
nem
levantei meus clamores em meus mares de sangue;
eu
não inventei tormentas nem marés
nem
pus no rugido teu nome e minha chamada.
Nas
minhas mãos já estavam as fúrias retratadas
e
meu pranto de menino
foi
um pranto de inocente condenado.
Se
lastimei no teu peito, não me culpes.
Eu
não pedi estas garras
que,
sem querer eu afio entre minhas pernas.
Eu
cheguei empurrado,
vestido
com os trajes que me deram.
Eu
não cruzei a tua rota com a minha.
Ilustração: www.navegandonaweb.com
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