Thursday, April 01, 2021

Uma poesia de Luis Carlos Mussó

 

Telegrama

Luis Carlos Mussó

de indiana. a tantos de tantos.– En este naufragio sin olas, punto. Quise asentadas las huellas, punto. Pero no están las lumbres en la pupila ni en el húmedo azogue, punto. Y tanto ya no están, que en su lugar creció la demencia como idioma cuyas ramas fabrican una pizarra desbarrancada, punto. Y hallo un zodiaco que se remienda con exterminios negados a la derrota abierta, punto. Maestría y desamparo en este calidoscopio de pesadillas acuclilladas, punto. Aunque la amenaza del bufón sea el crimen más ligado a tu aliento –a la escasez de estas alforjas–, punto. Extenuados, un par de ángeles oscuros cierran mis ojos, punto. Les ha dado por medrar conmigo, punto

 

TELEGRAMA

de indiana. para tantos de tantos.– Neste naufrágio sem ondas, ponto. Quis assentar as trilhas, ponto. Porém não estão as luzes na pupila nem no úmido mercúrio, ponto. E tanto já não estão, que em seu lugar cresceu a demência como um idioma cujos ramos fabricam uma ardósia desbarrancada, ponto. E encontro um zodíaco que se remenda com extermínios negados à derrota declarada, ponto. Maestria e desamparo neste caleidoscópio de pesadelos agachados, ponto. Ainda que a ameaça do bobo da corte seja o crime mais ligado ao teu hálito - à escassez destes alforjes -, ponto. Extenuados, um par de anjos negros fecham meus olhos, ponto. Eles me foram dados para prosperar comigo, ponto.

Ilustração: http://www.anosdourados.blog.br/.

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