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Nosso amor começou pela graça
Que ela demonstrava em ser palhaça
E viveu sempre de risadas e carinhos
Mesmo quando me sentia pequeninho
Vendo-a usar pernas de pau,
Ou balançar-se perigosamente no trapézio,
E rebolar desafiadoramente lá em cima
Os quadris que não eram de menina
Sempre me parecia como a lua
Muita alta e irreal.
A palhaçada terminou em dor
Quando depois de tanto rir
Me fez chorar
Fugindo com o bigodudo domador,
Que de nada ria,
Sem ao menos me avisar.
(De Poemas Mal-Comportados).
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