Tuesday, October 23, 2018

Uma poesia de José Albi


Soneto de la ausência     
José Albi

¿Me oyes, amor? Hay un fragor de trenes,
o quizá de batanes o de espigas
que te aleja de mí. No, no me digas
que te irás para siempre. Los andenes

se despoblaron. Yo, regreso. Penes
por donde penes, corazón, no sigas,
no te sigas marchando. Más fatigas
y más amor perdido si no vienes.

Ay, dolor, que yo sé lo que me pasa.
Que mi casa sin ti ya no es mi casa,
y el aire ni respira ni madura.

Que estás dentro de mí, pero no basta
aunque te lleve hasta los huesos, hasta
la misma pena que hasta ti me dura.


SONETO DA AUSÊNCIA

Me ouves, amor? Há um barulho de trens,
ou talvez de moinhos ou de espigas
que te afasta de mim Não, não me digas
que te irás para sempre. As plataformas

se despovoaram. Eu regresso. Penes
por onde penes, coração, não sigas,
não sigas marchando Mais fatigas
e mais amor perdido se não vens.

Oh, dor, que eu sei o que me passa.
Que minha casa sem ti não é minha casa
e o ar não respira nem amadurecerá.

Que estás dentro de mim, porém, não basta
ainda que te leve os ossos, até
a mesma pena que ainda me dura.

Ilustração: Overdose de Poema e Outras Drogas.

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