Monday, January 14, 2019

Outra poesia de Tuti Curani





Te banqué la etiqueta

Tuti Curani

Te banqué la etiqueta
de navegadores de lo contemporáneo
cuando me dijiste que lo posmoderno era negativo
y yo te respondí que peor era neobarroco.
Te banqué la etiqueta
cuando me pediste que no pensara
ni qué era eso que estábamos haciendo
perdendo el tiempo juntos a medias.
Te banqué la etiqueta
cuando las calles del centro se abrieron
y la noche no fue para nada amable
escuchando el sonido de una ideia al romperse.
Te banqué la etiqueta
cuando llorando me decías no sé qué me passa
por qué me persigue esta niebla
o por qué no me sale estar tranquilo.
Te banqué la etiqueta
cuando se habían vaciado todas las botellas
y nuestros amigos ya se habían ido
y el frío que entraba por tres centímetros de una ventana aberta
se llevaba toda posibilidad de palabras.
Te banqué la etiqueta
cuando ya después de tanto años
no hubo maniobra que fuera a salvarnos
de no sentir más nada entre nosostros.

Banquei a tua marca

Banquei a tua marca
de navegadores do contemporâneo
quando me disse que o pós-moderno era negativo
e eu te respondi que o neobarroco era pior.
Banquei a tua marca
quando me pediste que não pensasse
nem o que era isso que estávamos fazendo
perdendo o tempo juntos de qualquer jeito
Banquei a tua marca
quando as ruas do centro se abriram
e a noite não foi nada amável
escutando o som de uma ideia ao se quebrar
Banquei a tua marca
quando chorando me dizias não sei o que se passa comigo
por quê essa névoa me persegue
ou por quê não consigo ser tranquila
Banquei a sua marca
quando haviam esvaziado todas as garrafas
e nossos amigos já tinham ido embora
e o frio que entrava pelos três centímetros de uma janela aberta
levava toda a possibilidade de palavras.
Banquei a tua marca
quando já depois de tantos anos
não houve manobra que fosse nos salvar
de não sentir mais nada entre nós.

Ilustração: Picdeer.

Saturday, January 12, 2019

Outra poesia de Walter Cruz


Te dejo...                                            
Walter Cruz

una larga caricia de mi alma a tu cuerpo,
una suave presencia de manos por tu espalda...
un calido contacto de encendida belleza,
como tu piel de rocio...
como tus ojos de agua...
No detengas su marcha,
ni te niegues al signo de su ritmo constante...
son mis manos que buscan tus lugares mas dulces,
son mis manos, mi boca...
...mi explosion y tu calma.

Te deixo

Uma larga carícia de minha alma no teu corpo,
Uma suave presença das mãos por tuas costas...
Um cálido contato de acendida beleza
Como tua pele de orvalho...
Como os teus olhos de água...
Não detenhas sua marcha,
Não te negues ao signo do seu ritmo constante...
São minhas mãos que buscam teus lugares mais doces,
São minhas mãos, minha boca...
...minha explosão e tua calma.

Ilustração: o coração da ponta do lápis.

Outra poesia de Luis Fernando Moran


 
Epilogo del monologo (lealo solo en una noche fria y con una 
veladora frente al espejo )

      
Luis Fernando Moran

Quien se quedara en la penumbra de tu vida ? 
cuando decida largarme por la puerta de servicio de 
tu alma  quien sera la llamada inconfesable ? 
cuando se pierda para siempre tu numeracion 
quien te quitara el temor de los monstruos bajo tu 
     cama ? 
cuando no este para que veamos despacio que no son 
monstruos sino dragones 
pero no puedo seguir jugando a ser nosotros sin ser 
        yo 

Epílogo do monólogo (lê-lo sozinho numa noite fria e com uma
vela frente ao espelho)

Quem permanecerá na penumbra de tua vida?
quando decidir largar-me pela porta de serviço de
tua alma, quem será a chamada inconfessável?
quando se perder para sempre tua numeração
quem irá remover o medo dos monstros sob tua
      cama?
quando não estiver para que vejamos devagar que não são
monstros nem dragões,
porém, não posso seguir julgando sermos nós sem ser
         eu.

Ilustração: Respondae.

Friday, January 11, 2019

Outra poesia de Laura Wittner


 
No por urbana la luna es menos poderosa        
     
Laura Wittner
     
Últimamente veo desde mi balcón
     algo como una grúa inmensa,
     una viga infernal que, paralela al cielo,
     se encaja entre edificios altos
     como dispuesta a rearmar el panorama,
     delimitada por dos luces fatuas:
     punto rojo en un extremo, y en el otro
     la extrañeza hecha luz: un rectángulo verde
     fluorescente, imposible de entender: de día
     parece una pantalla que proyecta
     en continuado y para nadie, y de noche
     refulge en el centro de su hueco
     evocando desplazamientos mudos
     que hablan de lo difícil que es fijar impresiones.
     Refulge desde allí como un dios verde
     de Philip Dick, con resabios de Lem.


Não é por ser urbana que a lua é menos poderosa.
      
      Ultimamente vejo da minha varanda
      algo como um guindaste imenso
      uma viga infernal que, paralela ao céu,
      cabe entre os edifícios altos
      como disposta a rearrumar o panorama,
      delimitado por duas luzes suaves:
      um ponto vermelho num extremo e, no outro
      a estranheza feito luz: um retângulo verde
      fluorescente, impossível de entender: de dia
      parece uma tela que projeta
      em contínuo e para ninguém, e à noite
      brilha no centro de sua cavidade
      evocando movimentos silenciosos
      que falam sobre como é difícil fixar impressões.
      Brilha de lá como um deus verde
      de Philip Dick, com os restos de Lem.

Ilustração: bruxaguinevere.blogspot.com.

Uma poesia de Tuti Curani


 
EL DEPORTE                                                              
Tuti Curani

En el fondo de la oscuridad
hay un toque de cielo.
(Capaz está bien que te cuente mis pesadillas ahora.)
Tengo ganas
de hacer algún truco con mi cuerpo,
como sostenerme en vertical
o praticar la posición bollito.
Apelaría
al deporte de lo seguro.
Era suave ser dos y no estar ahogados
entre tanto estratega del tacto.
De él sí
guardo fotos en papel,
los archivos los borré
la misma noche en que firmamos el pacto
de no hacer eso que hacen todos
cuando extrañan el pasado.

O ESPORTE

No fundo da escuridão
há um toque de céu.
(Capaz de ser bom te contar meus pesadelos agora)
Tenho vontade
de fazer algum truque com meu corpo
como sustentar-me na vertical
ou treinar a posição da bolinha
Apelaria
ao esporte da segurança.
Era suave ser dois e não estarem afogados
entretanto estratégia do tato.
Dele sim,
guardo fotos em papel,
os arquivos os apaguei
na mesma noite em que firmamos o pacto
de não fazer isso que fazem todos
quando saudosos do passado.

Ilustração: https://br.depositphotos.com/14824517/stock-illustration-love-to-sports.html.

Uma poesia de Laura Wittner




Volví a tener un limón en la mano

Laura Wittner

Volví a tener un limón en la mano.
Es algo tan perfecto de agarrar.
¿Esto yo lo sabía? ¿Me acordaba?
Miren mi mano: se ahueca espontánea
y no queda nada en ella que no sea
limón: lo fresco, lo rugoso, el peso,
el perfume terrible, la acidez.
No hay distancia entre la mano y el limón.
Significan lo mismo por un rato.

VOLTEI A TER UM LIMÃO NA MÃO

Voltei a ter um limão na mão.
É algo tão perfeito de agarrar.
Isto eu sabia? Me conciliava?
Olhem minha mão: se faz uma concha espontânea
e nela não há nada que não seja
o limão: o fresco, o rugoso, o peso,
o perfume terrível, a acidez.
Não há distância entre a mão e o limão.
Significam o mesmo por um momento.


Um poeminha de Alejandra Pizarnik


AMANTES                    
Alejandra Pizarnik
                         
Una flor
No lejos de la noche
Mi cuerpo mudo
Se abre
A la delicada urgencia del rocío

AMANTES

Uma flor
Não longe da noite
Meu corpo mudo
Se abre
À delicada urgência do orvalho.

Ilustração: Pixabay.

Thursday, January 10, 2019

E, agora, outra poesia de Alejandra Pizarnik


\Cuarto solo                                               
                         
Alejandra Pizarnik

Si te atreves a sorprender
la verdad de esta vieja pared;
y sus fisuras, desgarraduras,
formando rostros, esfinges,
manos, clepsidras,
seguramente vendrá
una presencia para tu sed,
probablemente partirá
esta ausencia que te bebe.

QUARTO SOLO

Se te atreves a surpreender
a verdade desta velha parede;
e suas fissuras, lágrimas,
formando rostos, esfinges,
mãos clepsidras,
seguramente virá
uma presença para a tua sede
provavelmente quebrará
esta ausência que te bebe.

E, agora, outra poesia de Antonio Gamoneda



TÚ                                                                        

Antonio Gamoneda

Caer en un rostro, existir
con su respiración y con su boca…

Cuando tú estabas en peligro,
tú gritaste, mas fue
en la garganta de otro ser humano;
se levantó tu cuerpo
y fue en los brazos de otro ser humano.

Entonces comprendías.

Y tu necesidad y tu dolor
no fueron nunca como antes. Tú
ya no ves signos. Ahora, tú desprecias
todas las dudas. Y tu pensamiento
no es espejo que calla; ya es amor
y destino y conducta y existencia.

TU

Cair em um rosto, existir
com sua respiração e com sua boca…

Quando tu estavas em perigo,
tu gritaste, mas foi
na garganta de outro ser humano;
se levantou o teu corpo
e foi nos braços de outro ser humano.

Então, compreendias.

E a tua necessidade e a tua dor
não foram nunca como antes. Tu
já não vês os signos. Agora, tu desprezas
todas as dúvidas. E o teu pensamento
não é o espelho que cala; já é amor
e destino e conduta e existência.

Ilustração: Alma Preta.

Uma poesia de León Felipe


Como tú                        

León Felipe

Así es mi vida,
piedra,
como tú; como tú,
piedra pequeña;
como tú,
piedra ligera;
como tú,
canto que ruedas
por las calzadas
y por las veredas;
como tú,
guijarro humilde de las carreteras;
como tú,
que en días de tormenta
te hundes
en el cieno de la tierra
y luego
centellas
bajo los cascos
y bajo las ruedas;
como tú, que no has servido
para ser ni piedra
de una Lonja,
ni piedra de una Audiencia,
ni piedra de un Palacio,
ni piedra de una Iglesia;
como tú,
piedra aventurera;
como tú,
que, tal vez, estás hecha
sólo para una honda,
piedra pequeña
y
ligera ...


COMO TU

Assim é Minha Vida,
pedra
como tu; como tu,
pedra pequena;
como tu,
pedra ligeira;
como tu,
canto que roda
para as estradas
pelas calçadas;
como tu,
seixo humilde das estradas;
como tu,
que em dias tempestuosos
se funde
na lodo da terra
e logo
cintilas
sob os cascos
e sob as rodas;
como tu, você não serviu
para ser pedra
de um mercado de peixes,
nem pedra de uma audição,
nem pedra de um palácio,
nem pedra de uma igreja;
como tu,
pedra aventureira;
como tu,
que, talvez, seja feita
apenas para uma funda,
pequena pedra
e
ligeira ...

Ilustração: Perguntas e respostas sobre a Bíblia.

Fragmentos de uma poesia de Alaíde Foppa


Elogio de mi cuerpo                                      
(Fragmentos)
 Alaíde Foppa

12. La piel

Es tan frágil la trama
que la rasga una espina,
tan vulnerable
que la quema el sol,
tan susceptible
que la eriza el frío.
Pero también percibe
mi piel delgada
la dulce gama
de las caricias,
y mi cuerpo sin ella
sería una llaga desnuda.

13. Los huesos

Alabo
el tibio ropaje
la apariencia
el fugitivo semblante.
Y casi olvido
la obediente armazón
que me sostiene,
el maniquí ingenioso,
el ágil esqueleto
que me lleva.

14. El corazón

Dicen que es del tamaño
de mi puño cerrado.
Pequeño, entonces,
pero basta
para poner en marcha
todo esto.
Es un obrero
que trabaja bien,
aunque anhele el descanso,
y es un prisionero
que espera vagamente
escaparse.

ELOGIO DO MEU CORPO


12. A pele

É tão frágil a trama
que um espinho a rasga,
tão vulnerável,
que a queima o sol,
tão suscetível
que a eriça o frio.  
Porém, também percebe,
minha pele fina,
a doce gama
das carícias
e meu corpo sem ela
seria chaga nua.

13. Os ossos

Louvo
A frágil roupagem
a aparência
o fugitivo semblante.
E quase esqueço
a obediente armação
que me sustenta,
o manequim engenhoso,
o ágil esqueleto
que me leva.

14. O coração

Dizem que é do tamanho
do meu punho fechado.
Pequeno, então,
Porém, basta
para por em marcha
tudo isto.
É um operário
que trabalha bem,
ainda que anseie o descanso,
e é um prisioneiro
que espera vagamente
escapar.

Ilustração: A mente é maravilhosa.