MEMORIAL
vuelve
al
lugar donde dejó su vida
cuando
todo tenía la misma edad del alba
deja
caer sus pasos
sobre
pasos que ya no nos resisten
mira
el reloj del pueblo
y
están las mismas horas que urgieron nuestra infancia
alguien
nos besa dulce una mejilla
y en
la otra sentimos los golpes del olvido
uno
vuelve
y no
hay madre que diga te esperábamos siempre
ni
padre que nos cobre a regaños la ausencia
en
manso oleaje el tiempo nos devuelve al origen
esta-aquella
la casa
la
criatura llorando por bocado
y el
patio con abuelos esperando la muerte a todas horas
uno
vuelve y no hay perro que alegre su cola por nosotros
no
hay quien diga siquiera es duro este lugar por qué volviste
sólo
antiguas preguntas y lo mismo terrible
la
iglesia y sus mendigos
el
espanto y sus jueces
el
silencio y su estirpe faltándole el respeto a las estatuas
(el
mundo apenas nuestro qué jodida)
la
rabia no es igual crece sin tregua
está
fiera-en-acecho
y
por dentro nos dice no es posible el perdón a estas alturas
MEMORIAL
Rigoberto
Paredes
Voltas
ao
lugar onde deixou sua vida
quando
tudo tinha a mesma idade do amanhecer
deixa
cair seus passos
sobre
passos que não mais resistem
olha
para o relógio da cidade
e
são as mesmas horas que povoaram nossa infância
alguém
nos beija doce uma bochecha
e na
outra sentimos os golpes de esquecimento
um
volta
e não
há mãe que diga te esperamos sempre
nem
pai que cobre repreendendo-nos ausência
em
ondas suaves, o tempo nos leva de volta à origem,
a esta-aquela
casa
a
criatura chorando por um pedaço
e o
pátio com avós esperando a morte a qualquer hora
um
retorna e não há cachorro que balance o rabo por nós
ninguém
sequer que diga este lugar é difícil porque voltaste
apenas
velhas perguntas e o mesmo terrível
a
igreja e seus mendigos
o
espanto e seus juízes
o
silêncio e sua linhagem desrespeitando as estátuas
(o
mundo só nosso que merda)
a
raiva não é a mesma, ela cresce implacavelmente
é a perseguição
de besta fera
e por
dentro nos diz que é impossível o perdão a esta altura.
Ilustração:
Pinterest.
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