Saturday, February 12, 2022

BRUXINHA II

 


Dela jamais saberei todas as coisas,

embora sinta que já sei demais.

E o que sei não me dá nem uma paz

nem a faz menos desejável e bela

como só podem ser as estrelas de cinema

ou as inacessíveis divas do teatro.

Claro que seu rosto de inocência

nada de sua maldade revela

que aprendi a sentir no seu perfume

e nos beijos que me sonega

para que a ame mais que posso.

Ela, a quem sigo como um cachorrinho,

me afaga, me consola, faz carinho.

vez por outra, para que não esqueça

que viver sendo seu escravo

É a condição para que a mereça!

Bruxa cruel! Que não me deixa partir

e, encantadora, sabe que quem a adora

não tem a mínima condição de dela fugir!

Ilustração: Revista Planeta.

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