Eu
já fui feliz em Porto Velho
(quando
era novo).
Olhava
para o que via
(
e o que não via sonhava
como
se houvesse)
e
recebia o fim de tarde avermelhado
com
uma prece
vendo
a imensidão das águas do Madeira
se
encontrar com o céu,
enquanto
o sol se perdia
e
a lua gloriosa assumia
seu
lugar de rainha.
Os
anos passaram, os cabelos
foram
prateando e flutuando ao vento
até
chegar este momento
em
que o silêncio me rodeia
sem
as vozes de amigos,
que
entraram na senda eterna,
e
a cidade não me parece mais,
como
sempre foi,
tão
cálida, hospitaleira, generosa.
Nem
mesmo os ipês floridos
trazem
de volta a alegria
e
me vejo, deste modo,
a
cultivar uma nostalgia
que
não faz sentido
porque,
em Porto Velho,
tento
encontrar
uma
Porto Velho
que
não há mais.
Ilustração:
Governo Federal.
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