O amor é uma moeda inflacionária,
cambiante, volátil.
Uma moeda, sem dúvida, de risco,
sem lastro,
emitida ao acaso por um país
imaginário.
O amor é a moeda dos amantes,
uma criptomoeda amparada no desejo
que sobe num toque, num beijo,
se valoriza sem tamanho na posse
e, de repente, parece
que o que dividimos se perdeu,
no espaço ou no tempo, quem sabe,
e sem preço, observamos,
que a moeda não vale mais nada
e o pior, na sua busca investimos
tanto
que até parece que não há mais
saída.
Engano nosso:
o amor, por ser irreal e
imponderável,
ressurge como moeda,
de outra forma,
e o inexplicável:
continua sendo amor
e, na sua falsidade, extremamente
verdadeiro.
Ilustração: Dreamstime.
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