YO
NO SOY DE AQUÍ
Isabel
Zapata
Cuando por las noches sube la
marea
la playa se vuelve un pasillo del mercado:
pañales, galletas de mar, caparazones de erizo,
huevos de tiburón tejidos con alga al litoral.
Considera ese artefacto de
colágeno y curvas suaves.
Los tiburones ponen huevos en
forma de tornillo:
espirales que se enroscan al suelo marino para quedarse en su lugar.
Mira cómo respiran a través de su
cáscara traslúcida.
Considera su violenta geometría.
En algunos se agita una semilla
viva, un embrión que
habita esa fosa de humedad y que, visto a contraluz,
palpita como diciendo:
Yo
no soy de aquí.
EU
NÃO SOU DAQUI
Quando
pelas noites sobe a maré
a praia
se torna um corredor do mercado
painéis,
biscoitos de mar, cascas de ouriço,
ovos de
tubarão tecidos com alga de litoral.
Considera
este artefato de colágeno e curvas
suaves.
Os
tubarões põem ovos em forma de parafusos:
espirais
que se enroscam em solo marinho para ficar em seu lugar.
Olhe como
respiram através de sua concha translúcida.
Considera
sua violenta geometria.
Em alguns
se agitam uma semente viva, um embrião
que
habita este poço de umidade e que, visto, à contraluz, palpita como dizendo:
Eu não
sou daqui
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