Sombra
Enrique Banchs
Si la muerte es final, total olvido,
el alma, en ese sueño no sentido,
nada es, pues no sabe que ha vivido;
nada, pues de sí misma está vacía.
O, acaso, sombra es de lo que ha sido,
y en vena vana hay eco de un latido
y oye caer en ilusorio oído
hojas secas de extinta melodía.
Sombra. Sombra de todo lo perdido,
reflejo que por siempre ha recogido
fugaz amor e instante de agonía,
y por siempre, en el Tiempo detenido,
sueña que es cierto su vivir mentido
porque espera la muerte todavía.
Sombra
Se a morte, ao fim, é ser esquecido,
a alma, nesse sonho sem sentido,
nada é, pois, não sabe que há vivido;
nada, pois, de si está vazia.
O acaso, sombra é do que há sido,
e na veia vã há o eco de um latido
Se a morte, ao fim, é ser esquecido,
a alma, nesse sonho sem sentido,
nada é, pois, não sabe que há vivido;
nada, pois, de si está vazia.
O acaso, sombra é do que há sido,
e na veia vã há o eco de um latido
e ouve cair no ilusório ouvido
folhas secas de extinta melodia.
Sombra. Sombra tudo o já perdido,
reflexo que para sempre é recolhido
fugaz amor e instante de agonia,
e para sempre, em todo o tempo detido,
sonha que é certo o seu viver mentido
folhas secas de extinta melodia.
Sombra. Sombra tudo o já perdido,
reflexo que para sempre é recolhido
fugaz amor e instante de agonia,
e para sempre, em todo o tempo detido,
sonha que é certo o seu viver mentido
porque espera a morte, todavia.
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