Thursday, April 30, 2015

Mais um poema de Langston Hughes

Dreams                                                              
Langston Hughes

Hold fast to dreams
For if dreams die
Life is a broken-winged bird
That cannot fly.
Hold fast to dreams
For when dreams go
Life is a barren field
Frozen with snow.

Sonhos

Agarre velozmente os sonhos
porque, se os sonhos morrem
a vida é como um pássaro de asas quebradas
que não pode voar.
Agarre velozmente os sonhos
Pois, quando eles se vão,
a vida é como um campo devastado

congelada pela neve.

Mais dois poemas de Langston Hudges

















April Rain Song                                                            

Langston Hughes

Let the rain kiss you
Let the rain beat upon your head with silver liquid drops
Let the rain sing you a lullaby
The rain makes still pools on the sidewalk
The rain makes running pools in the gutter
The rain plays a little sleep song on our roof at night
And I love the rain. 

Poema das chuvas de abril

Deixe a chuva beijar você
Deixe a chuva bater sobre sua cabeça com as suas gotas líquidas de prata
Deixe a chuva lhe cantar uma canção de ninar
A chuva faz ainda piscinas na calçada
A chuva faz as águas correrem pelo meio-fio  
A chuva executa uma pequena música para dormir em nosso telhado na noite
E eu amo a chuva.

Bouquet

Langston Hughes

Gather quickly
Out of darkness
All the songs you know
And throw them at the sun
Before they melt
Like snow

Buquê

Reúna velozmente
Além da escuridão
Todas as músicas que você conhece
E lance-as ao sol
Antes que derretam
como a neve

Ilustração: sulidao.blogspot.com




Mais dois poemas curtos de Leonard Cohen

 
The sweetest little song                                           

Leonard Cohen

You go your way
I'll go your way too

A mais doce e pequenina canção (minha versão)

Você segue o seu caminho.
Eu irei seguir o meu também.

I wrote for love

Leonard Cohen

I wrote for love.
Then I wrote for money.
With someone like me
it's the same thing.

Eu escrevi por amor

Eu escrevi por amor.
Então, eu escrevi por dinheiro.
Para alguém igual a mim
é a mesma coisa.


Ilustração: 3.bp.blogspot.com

Wednesday, April 29, 2015

Ainda uma poesia de Cohen

Song                                                                      
Leonard Cohen

I almost went to bed
without remembering
the four white violets
I put in the button-hole
of your green sweater
and how i kissed you then
and you kissed me
shy as though I'd
never been your lover 

Canção

Eu quase fui para a cama
sem relembrar
as quatro violetas brancas
que coloquei nos buracos de botão
de sua camisola verde
e como eu beijei você, então,
e você me beijou
tímida como se nunca tivesse
sido o seu amante


Mais uma poesia de Leonard Cohen

Do not forget old friends                                                      
Leonard Cohen

Do not forget old friends
you knew long before I met you
the times I know nothing about
being someone
who lives by himself
and only visits you on a raid 

Não se esqueça dos velhos amigos

Não se esqueça dos velhos amigos
você os conheceu muito antes de eu te encontrar
nos tempos em que eu não sabia nada sobre
ser alguém
que vive por si mesmo
e só visitava você de surpresa.

Ilustração: www.simonejoias.com.br

Tuesday, April 28, 2015

O Poema X de Neruda

Poema X                                                                               

Pablo Neruda

Hemos perdido aun este crepúsculo.
Nadie nos vio esta tarde con las manos unidas
mientras la noche azul caía sobre el mundo.

He visto desde mi ventana
la fiesta del poniente en los cerros lejanos.

A veces como una moneda
se encendía un pedazo de sol entre mis manos.

Yo te recordaba con el alma apretada
de esa tristeza que tú me conoces.

Entonces, dónde estabas?
Entre qué gentes?
Diciendo qué palabras?
Por qué se me vendrá todo el amor de golpe
cuando me siento triste, y te siento lejana?

Cayó el libro que siempre se toma en el crepúsculo,
y como un perro herido rodó a mis pies mi capa.

Siempre, siempre te alejas en las tardes
hacia donde el crepúsculo corre borrando estatuas.

Poema X

Nós perdemos ainda este crepúsculo.
Ninguém nos viu esta tarde de mãos dadas
Enquanto a noite azul caía sobre o mundo.

Havia visto desde minha janela
A festa do por do sol nos morros distantes.

Às vezes, como uma moeda
Se acendia um pedaço de sol entre as minhas mãos.

Eu te recordava com a alma apertada
Desta tristeza que em mim conheces.

Então, onde estavas?
Entre que gentes?
Dizendo que palavras?
Por que me vem toda esta vontade de amor de um só golpe
Quando me sinto triste e te sinto distante?

Cai o livro que sempre leio ao crepúsculo,
E, como um cão ferido, roda em meus pés sua capa

Sempre, sempre te afastas nas tardes
Até onde o crepúsculo corre apagando estátuas.  


Ilustração: 2bp.blogspot.com

Uma poesia de José Batres Montúfar

 
Yo pienso en ti

José Batres Montúfar

Yo pienso en ti, tú vives en mi mente,
sola, fija, sin tregua, a toda hora,
aunque tal vez el rostro indiferente
no deje reflejar sobre mi frente
la llama que en silencio me devora.
En mi lóbrega y yerta fantasía
brilla tu imagen apacible y pura,
como el rayo de la luz que el sol envía
a través de una bóveda sombría
al roto mármol de una sepultura.
Callado, inerte, en estupor profundo,
mi corazón se embarga y se enajena,
y allá en su centro vibra moribundo
cuando entre el vano estrépito del mundo
la melodía de su nombre suena.
Sin lucha, sin afán y sin lamento,
sin agitarme, en ciego frenesí,
sin proferir un sólo, un leve acento,
las largas horas de la noche cuento
y pienso en ti!

E penso em ti

Na minha escura e dura fantasia
Brilha tua imagem aprazível e pura
Como o raio de luz que o sol envia
Através de uma abóbada sombria
Ao desgastado mármore de uma sepultura.

Calado, inerte, em estupor profundo,
Meu coração se embarga e se alheia,
E além de seu centro vibra moribundo
Quando entre o vã estrépito do mundo
A melodia de seu nome sonha.

Sem luta, sem afã e sem lamento,
Sem agitar-me, em cego frenesi,
Sem proferir um só, um leve acento,
As largas horas da noite conto
E penso em ti.


Ilustração: sp1.fotolog.com 

Monday, April 27, 2015

Uma poesia de Julán Marchena Valle-Riestra

                                                                                   
Anochecer campestre     
  
Julián Marchena Valle-Riestra

Cuando la tarde muere y soñolientos
Van hundiéndose en sombras los caminos,
Se duerme entre las frondas ya sin trinos
El alma vagabunda de los vientos.
Rezan las viejas sus rosarios lentos
En tanto que, al fulgor de mortecinos
Faroles, ruidos mozos cuentan cuentos
De brujas y fantasmas y asesinos.
Sube del valle virginal fragancia;
Una campana sueña en la distancia.
El paisaje se borra. Se diría
Que la noche cerró, muda y avara,
Como un tintero que se derramara
Sobre una página de tricomía.

Anoitecer campestre

Quando a tarde morre e sonolentos
Vão se fundindo em sombras os caminhos,
Adormece entre as folhas já sem trinos
A alma vagabunda dos ventos.
Rezam as velhas os seus rosários lentos
Enquanto que aos brilhos embotados
De lanternas,  moços ruidosos contam contos
De bruxas e fantasmas e assassinos.
Sobe do vale virginal fragrância;
Um sino que badala na distância.
A paisagem já esfumaçada. Se diria
Que na noite fechada, muda e avara,
Como um tinteiro que se derramará
Em uma página de tricromia.

Ilustração: www.caer.org.br 


Mais uma poesia de Rafael Humberto Lizarazo

RETRATO                                                          

Rafael Humberto Lizarazo

Escribiré un poema
de amor
que hable de ti,
en dos
o tres renglones
recordaré
el instante en que
te conocí.

El canto de un gorrión
- lejano -
me traerá la brisa,
entonces
entre estrofas
redondillas
capturaré
tu risa.

Pintaré de memoria
tu cuerpo,
tus cabellos,
mirando
las estrellas
dibujaré también,
tus ojos
bellos.


¡Estarás en mis versos
prisionera,
tendré bajo
mi almohada
tu olor a
primavera..!

Retrato

Escreverei um poema
de amor
que fale de ti
em duas
ou três linhas
recordarei
o instante em que
te conheci

O canto de um pardal
- distante-
Me trará a brisa,
então
entre estrofes
redondilhas
capturarei
teu riso. 

Pintarei de memória
teu corpo,
teus cabelos
olhando
as estrelas
desenharei também
teus belos
olhos.

Estarás em meus versos
prisioneira,
terei debaixo
da minha almofada
o teu perfume
de primavera.


Ilustração: pt.dreamstime.com

Outra poesia de Gustavo Adolfo Bécquer



AMOR ETERNO

Gustavo Adolfo Bécquer

Podrá nublarse o sol eternamente;
Podrá secarse en un instante el mar;
Podrá romperse el eje de la terra
Como un débil cristal.
Todo sucederá! Podrá la muerte
Cubrirme con su fúnebre crespón;
Pero jamás en mi podrá apagar-se
La llama de tu amor  

Amor eterno

Poderá nublar-se o sol eternamente;
Poderá secar-se num instante o mar;
Poderá romper-se o eixo da terra
Como um débil cristal.
Tudo sucederá! Poderá a morte
Cobrir-me com seu fúnebre manto;
Porém, jamais, em mim, poderá apagar-se
A chama do teu amor


Ilustração: fashions-cloud.com

Saturday, April 25, 2015

Uma poesia sem nome de Tagore




Rabindranath Tagore

Clouds come floating into my life,
no longer to carry rain or usher storm,
but to add color to my sunset sky.


As nuvens flutuam na minha vida,
não para levar mais chuva ou inaugurar tempestade,
porém, para adicionar cor ao meu céu de por do sol.


Friday, April 24, 2015

Mais uma poesia de Benedetti

 
Fuego mudo
Mario Benedetti
A veces el silencio
convoca algarabías
parodias de coraje
espejismos de duende
tangos a contrapelo
desconsoladas rabias
pregones de la muerte
sed y hambre de vos

pero otras veces es
solamente silencio
soledad como un roble
desierto sin oasis
nave desarbolada
tristeza que gotea
alrededor de escombros
fuego mudo

Fogo mudo

Às vezes, o silêncio
convoca os rabiscos
paródias de coragem
miragens de duende
tangos à contrapelo
desconsoladas raivas
pregões de morte
fome e sede de ti

porém, outras vezes é
somente o silêncio
solidão como um carvalho
deserto sem oásis
navio desarvorado
tristeza que goteja
em redor de escombros,
fogo mudo


Ilustração: www.agracadaquimica.com.br

Saturday, April 18, 2015

Outra poesia de Octavio Paz


Soneto II


Octavio Paz
  
El mar, el mar y tú, plural espejo, 
el mar de torso perezoso y lento 
nadando por el mar, del mar sediento: 
el mar que muere y nace en un reflejo. 

El mar y tú, su mar, el mar espejo: 
roca que escala el mar con paso lento, 
pilar de sal que abate el mar sediento, 
sed y vaivén y apenas un reflejo. 

De la suma de instantes en que creces, 
del círculo de imágenes del año, 
retengo un mes de espumas y de peces, 

y bajo cielos líquidos de estaño 
tu cuerpo que en la luz abre bahías 
al oscuro oleaje de los días.

Soneto II


O mar, o mar e tu, plural espelho,
o mar de torso   preguiçoso  e lento
nadando pelo mar, de mar sedento:
o mar que morre e nasce num reflexo.

O mar e tu, seu mar, o mar espelho:
rocha que escala o mar com passo lento,
pilar de sal que abate o mar sedento,
sede e vaivém e apenas um reflexo.

Da soma de instantes em que cresces,
do círculo de imagens de um ano,
retenho um mês de espumas e de peixes,

e sob céus líquidos de estanho
teu corpo que na luz abre baías
na escuridão das ondas dos dias.  


Ilustração: files.poesiasecausos.webnode. com.br