Tuesday, April 14, 2015

Uma poesia de Julio Flórez Roa



Aún

Julio Flórez Roa

Mil veces me engañó; más de mil veces
Abrió en mi corazón sangrienta herida;
De los celos, la copa desabrida,
Me hizo beber hasta agotar las heces.
Fue en mi vida, con todos sus dobleces,
La causa de mi angustia no extinguida
Aunque, ¡pobre de mí!, toda la vida
Su mentiroso amor pagué con creces.
Los tiempos han pasado; ya su boca
No me da sus caricias, no me abrasa
El fuego de sus ósculos de loca;
Y sin embargo mi pasión persiste
Pues, cuando a veces por mi senda pasa,
¡Me alejo mudo, cabizbajo y triste!

Ainda

Mil vezes me enganou; mais de mil vezes
Abriu em meu coração sangrenta ferida;
Do ciúme, a bebida desabrida,
Me fez beber até esgotar as fezes.
Foi na minha vida, com todas as suas dobras,
A causa da minha angústia não extinguida
Embora, pobre de mim!, toda a vida
Seu mentiroso amor pago com sobras .
Os tempos hão passado; já sua boca
Não me dá suas carícias, não me abrasa
O fogo de seus beijos de louca;
E, sem embargo, minha paixão persiste
Pois,quando, às vezes, por minha rua passa,
Me alheio mudo, cabisbaixo e triste!



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