Friday, April 11, 2025

Uma poesia de Manuel Rueda

 


ME LEVANTO, ME AFEITO, ME ACOMODO

Manuel Antonio Rueda González

Me levanto, me afeito, me acomodo
a la vida y doy bajo la ducha
a la piel de mis sueños tanta lucha
que al sumidero van, vueltos ya lodo.
Retomo mi lugar, mi voz, mi apodo
salgo al día: la luz ahora es mucha.
Hago ruido, me muevo: nadie escucha.
Vuelvo a mi soledad, después de todo.
Cada hora a mis ritos de hombre sano.
Sonreír al que pasa. Dar la mano
al amigo, al malvado, al pordiosero.
Pero al fin a mi cuarto nuevamente,
a encontrarme conmigo frente a frente
sin saber si es que vivo o es que muero.

ME LEVANTO, ME BARBEIO, ME ARRUMO

Eu me levanto, me barbeio, me arrumo

para a vida e tomo um banho de ducha

na pele dos meus sonhos tanta luta

que vão para o ralo, feitos lodo.

Retomo meu lugar, minha voz, meu apelido

Saio para o dia: a luz agora é muita.

Faço ruído, me movo: ninguém escuta.

Volto à minha solidão, depois de tudo.

Cada hora, aos meus ritos de homem são.

Sorrio ao que passa. Dou a mão

ao amigo, ao malvado, ao mendigo.

Porém, ao fim no meu quarto novamente,

me encontro comigo frente a frente

sem saber estou vivo ou se morro.

Ilustração: Pplware-SAPO.

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