ME LEVANTO, ME AFEITO, ME ACOMODO
Manuel Antonio Rueda González
Me levanto, me afeito, me acomodo
a la vida y doy bajo la ducha
a la piel de mis sueños tanta lucha
que al sumidero van, vueltos ya lodo.
Retomo mi lugar, mi voz, mi apodo
salgo al día: la luz ahora es mucha.
Hago ruido, me muevo: nadie escucha.
Vuelvo a mi soledad, después de todo.
Cada hora a mis ritos de hombre sano.
Sonreír al que pasa. Dar la mano
al amigo, al malvado, al pordiosero.
Pero al fin a mi cuarto nuevamente,
a encontrarme conmigo frente a frente
sin saber si es que vivo o es que muero.
ME LEVANTO, ME BARBEIO, ME ARRUMO
Eu me levanto, me
barbeio, me arrumo
para a vida e tomo um
banho de ducha
na pele dos meus sonhos
tanta luta
que vão para o ralo, feitos
lodo.
Retomo meu lugar, minha
voz, meu apelido
Saio para o dia: a luz
agora é muita.
Faço ruído, me movo:
ninguém escuta.
Volto à minha solidão,
depois de tudo.
Cada hora, aos meus ritos
de homem são.
Sorrio ao que passa. Dou
a mão
ao amigo, ao malvado, ao
mendigo.
Porém, ao fim no meu
quarto novamente,
me encontro comigo frente
a frente
sem saber estou vivo ou
se morro.
Ilustração: Pplware-SAPO.
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