Tuesday, May 23, 2017

Uma poesia de Antonio Deltoro



ÁNGELES COBARDES

 Antonio Deltoro

Tienen alas y no vuelan. Su mirada estúpida y cruel, su grotesco y ridículo estar aquí. Desterradas del infierno, insoportable su mezquindad para los seres grandiosos y soberbios. Ángeles caídos con las alas atrofiadas por la impotencia. A ciegas, sin saberlo, buscan con el pico sus infernales orígenes. Condenadas por su cobardía a la superficie, llevan en su carne, carne de gallina, el castigo. Muchedumbre de soledades en el corral que en venganza se matan a picotazos. Demonios desterrados, ángeles caídos, tienen alas y no vuelan, condenados por su cobardía a la superficie.

ANJOS COVARDES

Tem asas e não voam. Seu olhar estúpido e cruel, seu grotesco e ridículo estar aqui. Desterradas do inferno, insuportável em sua mesquinhez para os seres grandiosos e soberbos. Anjos caídos com as asas atrofiadas pela impotência. Às cegas, sem saber, buscam o pico de suas infernais origens. Condenadas por sua covardia à superfície, levam em sua carne, carne de galinhas, o castigo. Multidão de solidões no curral em que em vingança se matam em pedacinhos. Demônios desterrados, anjos caídos, tem asas e não voam, condenadas por sua covardia  à superfície.


Ilustração: Fallen Brasil - blogger

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