ÁNGELES COBARDES
Antonio Deltoro
Tienen
alas y no vuelan. Su mirada estúpida y cruel, su grotesco y ridículo estar
aquí. Desterradas del infierno, insoportable su mezquindad para los seres
grandiosos y soberbios. Ángeles caídos con las alas atrofiadas por la
impotencia. A ciegas, sin saberlo, buscan con el pico sus infernales orígenes.
Condenadas por su cobardía a la superficie, llevan en su carne, carne de
gallina, el castigo. Muchedumbre de soledades en el corral que en venganza se
matan a picotazos. Demonios desterrados, ángeles caídos, tienen alas y no
vuelan, condenados por su cobardía a la superficie.
ANJOS COVARDES
Tem
asas e não voam. Seu olhar estúpido e cruel, seu grotesco e ridículo estar
aqui. Desterradas do inferno, insuportável em sua mesquinhez para os seres
grandiosos e soberbos. Anjos caídos com as asas atrofiadas pela impotência. Às
cegas, sem saber, buscam o pico de suas infernais origens. Condenadas por sua
covardia à superfície, levam em sua carne, carne de galinhas, o castigo.
Multidão de solidões no curral em que em vingança se matam em pedacinhos.
Demônios desterrados, anjos caídos, tem asas e não voam, condenadas por sua
covardia à superfície.
Ilustração:
Fallen Brasil - blogger
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