Thursday, August 24, 2023

Uma poesia inédita de Olga Jimenéz

 


MINOTAURA

Olga Jimenéz

Bajo tu yugo, humanidad, que es soledad y es laberinto,

me transformo en un engendro.

 

Toda masa uniforme de carne y pensar,

paso a asumir el castigo dictado por ser

(agravio maldito, que estallen los espejos)

lo que, sin pena, habéis hecho de mí.

 

Aquí me tenéis, ante vosotros,

desnuda y sangrando, desde las vértebras hasta los poros,

bailando vuestras pútridas melodías:

uno-dos, uno-dos.

 

Solo me falta ceñirme hasta el filo del cuello una cabeza grotesca de toro

 

para que podáis llamarme miedo

y prenderle fuego fatuo

al reflejo de mi libertad. 

MINOTAURA

Sob o teu jugo, a humanidade, que é solidão e labirinto,

Eu me transformo em uma aberração.

 

Toda massa uniforme de carne e pensamento,

passo a assumir o castigo ditado por ser

(maldita queixa, que estalem os espelhos)

o que, sem pena, fizestes de mim.

 

Aqui me tens, ante ti,

desnuda e sangrando, das vértebras aos poros,

dançando suas pútridas melodias:

um-dois, um-dois.

Só o que falta fazer é enrolar na ponta do pescoço uma grotesca cabeça de touro

 

Para que possa me chamar de medo

e ligar o fogo-fátuo

ao reflexo da minha liberdade.

Ilustração: Knight  of Hammer.

 

 

 

 

 

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