GRASS, 1967
Victoria Chang
When I open
the door, I smile and wave to people who
only
have eyes and who are infinitely joyful.
I see my children,
but only the backs of their heads. When they turn
around, I
don’t recognize them. They once had mouths but
now only
have eyes. I want to leave the room
but when I do, I am
outside, and everyone else is inside. So next time, I open
the
door and stay inside. But then everyone
is outside. Agnes
said that solitude and freedom
are the same. My solitude is
like the grass. I become so aware of its
presence that it too
begins to feel like an audience. Sometimes my solitude grabs
my phone and takes a selfie, posts it
somewhere for others
to see and like.
Sometimes people comment on how
beautiful my solitude is and sometimes my
solitude replies
with a heart. It begins to
follow the accounts of solitudes
that are half its age. What if my solitude is depressed?
What
if even my solitude doesn’t want to be alone?
GRAMA, 1967
Quando abro a
porta, sorrio e aceno para as pessoas que só
têm olhos e são
infinitamente alegres. Eu vejo meus filhos,
mas apenas a parte
de trás de suas cabeças. Quando eles se viram, eu
não os reconheço.
Eles já tiveram bocas, mas agora só
tem olhos. Quero
sair da sala, mas quando saio, estou
fora, e todos os
outros estão dentro. Então, da próxima vez, eu abro a
porta e fico
dentro. Mas então todo mundo está do lado de fora. Inês
disse que solidão
e liberdade são a mesma coisa. Minha solidão é
como a grama. Fico
tão consciente de sua presença que ela também
começa a se sentir
como um público. Às vezes minha solidão agarra
meu celular e tira
uma selfie, posta em algum lugar para outras pessoas
para ver e curtir.
Às vezes as pessoas comentam sobre como
é bela minha
solidão é e às vezes minha solidão responde
com um coração.
Começa a seguir os relatos das solidões
que têm metade da
sua idade. E se minha solidão for deprimida? O que
se até a minha
solidão não quer ficar sozinha?
Ilustração: Focused
Collection.
No comments:
Post a Comment