THE LAST ORGASM
Tobias Wray
Stars and people and daffodils won’t last
forever.
Hands down, forever will succumb to a single
sensation,
one last heaven, one last shudder
lost voice carried over the winds of the body,
the canyons
of the hands in a shower, snow or warm? Last
ashes
of satisfaction dance above an open mouth, teeth
like light
in an emptied room, the wet music of the tongue.
Somebody will find the edge to all of humanity’s
joy, a flood,
a punctuation will flood her with its certainty,
or them, or us, all at once, and that lonely
breach
will ripple through, on and out, with
indefatigable atoms.
Those asking hands never to slow their speeding
ship
one last starry daffodil excess will blow its
soft dunes,
that lost voice, back, over everything that ever
came
before. Until emptied out. And if you slow, if
you slowly reach
across your own body until you feel it, too,
even now?
You can come to an end, even now. It lasts,
wanting to.
O ÚLTIMO ORGASMO
Estrelas e pessoas e narcisos não durarão para sempre.
Mãos abaixo, para sempre, irão sucumbir a uma única sensação,
um último céu, um último arrepio
uma voz perdida carregada pelos ventos do corpo, pelos desfiladeiros
das mãos no chuveiro, na neve ou no calor? Últimas cinzas
de satisfação dançam acima de uma boca aberta, dentes como luzes
numa sala vazia, a molhada música da língua.
Alguém irá encontrar o limite para toda a alegria da humanidade, uma
inundação,
uma pontuação a inundará com sua certeza,
ou eles, ou nós, de uma só vez, e aquela brecha solitária
irá ondular, dentro e fora, com infatigáveis átomos.
Aqueles que pedem às mãos para nunca desacelerarem seu navio em alta
velocidade
um último excesso de narciso estrelado irá explodir nas suas dunas
macias,
aquela voz perdida, de volta, sobre todas as coisas que já vieram
antes. Até esvaziar. E se você desacelerar, se você alcançar lentamente
através do seu próprio corpo até você sentir isto também, mesmo agora?
Você pode chegar ao fim, mesmo agora. Isto dura, querendo.
Ilustração: A Gazeta.