Thursday, November 02, 2023

Uma poesia de Rafael Barret

 


 

DECADENTE

Rafael Barret

¡Oh vírgenes desnudas!

¡Oh cabelleras de color de otoño!

¡Oh rocío inocente

Que luce en la sonrisa de los ojos,

Ojos silvestres, ágiles y nuevos,

Los más dulces de todos!

¡Oh pies desnudos, caricia de la tierra,

Pies que besa el arroyo

Temblando! ¡Oh senos en capullo, donde

El sol hace bailar sus manchas de oro

Debajo de las hojas! ¡Oh muchachas!

Jugad. Os reconozco,

Tropel de mis lejanas primaveras...

Dejadme contemplaros. Ya no corro

Con mi pasado a cuestas tras vosotras,

Y a la sombra que baja me abandono.

Huisteis, maliciosas, con las alas

De mi propia ilusión, dejando plomo

En mis plantas cansadas, y en mi vida

Amargura sin fondo...

¡Oh vírgenes desnudas!

¡Oh cabelleras de color de otoño!

DECADENTE

Oh! Virgens nuas!

Oh! Cabelos da cor do outono!

Oh! Orvalho inocente

Que brilha no sorriso dos olhos,

Olhos selvagens, ágéis e novos,

O mais doce de todos!

Oh! pés descalços, carícia da terra,

Pés que beijam o riacho

Agitando! Oh! Seios em casulo, onde

O sol faz dançar suas manchas douradas

Debaixo das folhas! Oh! Meninas!

Jogada. Os reconheço,

Tropel das minhas distantes primaveras...

Deixe-me contemplá-lo. Já não corro

Com meu passado atrás de vocês,

E na sombra que baixa me abandono.

Fugistes, maliciosas, com as asas

Da minha própria ilusão, deixando a liderar

Nas minhas plantas cansadas e na minha vida

A amargura sem fim...

Oh! Virgens nuas!

Oh! Cabelos da cor do outono!

Ilustração: Cultura Genial.

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