Sunday, December 22, 2024

Outra poesia de Pablo Romero

 


MARIONETA

Pablo Romero

En mi poema estás de pie, que es otra forma

de decir:          aguantas la vida en tus huesos

frente a mi muerte      que se acumula

y bombea.

 

Escribo con los ojos ciegos de memoria:

 

en mi poema   no te fuiste      ni te vas a ir

ni te pedí         que lo hicieras

no dijimos las palabras          de la furia

ni prendimos fuego    el corazón

que no supo                darnos vida.

 

Quisiera saber pronunciar

tu nombre       sin violencia:

 

en mi poema estás de pie y te acercas

con los brazos abiertos.          Nos miramos

(sin saña)        como si estuviéramos a salvo.

 

Mi deseo es triste: pensé en la angustia

de querer todo aquello           que no se tiene.

 

Escribo desde el balcón

 

hay un sol que te quedaría precioso

(si estuvieras)

MARIONETE

No meu poema estás de pé, o que é outra forma

de dizer: aguentas a vida em seus ossos

frente a minha morte que acumula

e bombeia.

Escrevo com os olhos cegos de memória:

 

no meu poema não te fostes embora nem vás ir

nem te pedi que fizesses

não dissemos as palavras de fúria

nem colocamos fogo em nossos corações

que não sabemos dar vida.

 

quisera saber como se pronuncia

teu nome sem violência:

 

no meu poema você está de pé e se aproximas

de braços abertos. Nós olhamos um para o outro

(sem crueldade) como se estivéssemos salvo.

 

Meu desejo é triste: pensei na angústia

de querer tudo o que não se tem.

 

escrevo da varanda

 

há um sol que te deixaria linda

(se estivesses aqui)

Ilustração: CaririCult.

 

 

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