MARIONETA
Pablo Romero
En mi poema estás de pie,
que es otra forma
de decir:
aguantas la vida en tus huesos
frente a mi muerte
que se acumula
y bombea.
Escribo con los ojos
ciegos de memoria:
en mi poema no te
fuiste ni te vas a ir
ni te pedí
que lo hicieras
no dijimos las palabras
de la furia
ni prendimos fuego
el corazón
que no supo
darnos vida.
Quisiera saber pronunciar
tu nombre
sin violencia:
en mi poema estás de pie
y te acercas
con los brazos abiertos.
Nos miramos
(sin
saña) como si estuviéramos a salvo.
Mi deseo es triste: pensé
en la angustia
de querer todo aquello
que no se tiene.
Escribo desde el balcón
hay un sol que te
quedaría precioso
(si estuvieras)
MARIONETE
No meu poema estás de pé,
o que é outra forma
de dizer: aguentas a vida
em seus ossos
frente a minha morte que
acumula
e bombeia.
Escrevo com os olhos
cegos de memória:
no meu poema não te fostes
embora nem vás ir
nem te pedi que fizesses
não dissemos as palavras
de fúria
nem colocamos fogo em
nossos corações
que não sabemos dar vida.
quisera saber como se
pronuncia
teu nome sem violência:
no meu poema você está de
pé e se aproximas
de braços abertos. Nós
olhamos um para o outro
(sem crueldade) como se
estivéssemos salvo.
Meu desejo é triste:
pensei na angústia
de querer tudo o que não
se tem.
escrevo da varanda
há um sol que te deixaria
linda
(se estivesses aqui)
Ilustração: CaririCult.
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