Thursday, December 24, 2015

Outro poema de Dionísio Ridruejo

 
El amor desierto

Dionísio Ridruejo

Quien le dé un corazón a este minuto
yerto, a este fluir sin armonía,
a esta mi sangre dolorosa y fría,
a este seco dolor sin voz ni luto.
Quien pula aristas al diamante bruto,
quien vuelva al ave su perdida guía,
quien haga soledad y compañía,
voz y silencio al cántico absoluto.
Quien me devuelva todos mis paisajes
y vea, en mis quietudes recogida,
costa anhelada y velo de mis viajes;
Quien la salud me torne con su herida,
quien a mis sueños vista con sus trajes,
¡ansia sin forma! cumplirá mi vida.


Deserto do Amor

Quem lhe dá um coração este momento
rígido, a este fluir sem harmonia
a este meu sangrar doloroso e frio
a esta seca dor sem voz ou luto.

Quem puliu as arestas do diamante bruto,
quem retorna o pássaro a sua perdida guia
quem faz traz a solidão e a companhia,
voz e silêncio ao cântico absoluto.

Quem me devolve todas as minhas paisagens
e vê, em minhas quietudes recolhidas,
a costa ansiada e o véu das minhas viagens;

Quem a saúde me devolve com a sua ferida,
meus sonhos veste com os seus trajes,
Ânsia sem forma! Cumprirá a minha vida.

Ilustração: vilmaadelaide.xpg.uol.com.br

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