Paul Eluard
I. Ma présence n'est pas ici...
Ma présence n'est pas ici.
Je suis habillé de moi-même.
Il n'y a pas de planète qui tienne
La clarté existe sans moi.
Née de ma main sur mes yeux
Et me détournant de ma voie
L'ombre m'empêche de marcher
Sur ma couronne d'univers,
Dans le grand miroir habitable,
Miroir brisé, mouvant, inverse
Où l'habitude et la surprise
Créent l'ennui à tour de rôle.
DEFESA DO CONHECIMENTO
(II)
I. Minha presença não
está aqui...
Minha presença não está
aqui.
Estou vestido de mim
mesmo.
Não há mais planeta que o
eu
A clareza existe sem mim.
Nascido da minha mão
sobre meus olhos
E me desviando do meu
caminho
A sombra me impede de marchar
Sobre a coroa do meu
universo,
No grande espelho habitável,
Espelho brisa, movendo-se,
ao inverso
Onde o hábito e a surpresa
Criam, por sua vez, o
papel do tédio.
Ilustração: CNN Brasil.
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