Thursday, November 14, 2024

O tédio na poesia de Paul Eluard

 


Défense de savoir (II)

Paul Eluard

I. Ma présence n'est pas ici...
Ma présence n'est pas ici.
Je suis habillé de moi-même.
Il n'y a pas de planète qui tienne
La clarté existe sans moi.
Née de ma main sur mes yeux
Et me détournant de ma voie
L'ombre m'empêche de marcher
Sur ma couronne d'univers,
Dans le grand miroir habitable,
Miroir brisé, mouvant, inverse
Où l'habitude et la surprise
Créent l'ennui à tour de rôle.

DEFESA DO CONHECIMENTO (II)

I. Minha presença não está aqui...

Minha presença não está aqui.

Estou vestido de mim mesmo.

Não há mais planeta que o eu

A clareza existe sem mim.

Nascido da minha mão sobre meus olhos

E me desviando do meu caminho

A sombra me impede de marchar

Sobre a coroa do meu universo,

No grande espelho habitável,

Espelho brisa, movendo-se, ao inverso

Onde o hábito e a surpresa

Criam, por sua vez, o papel do tédio.

Ilustração: CNN Brasil.

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