Wednesday, November 27, 2024

Uma remessa de Ezra Pound

 


ENVOI

Ezra Pound
Go, dumb-born book,
Tell her that sang me once that song of Lawes:
Hadst thou but song
As thou hast subjects known,
Then were there cause in thee that should condone
Even my faults that heavy upon me lie
And build her glories their longevity.

Tell her that sheds
Such treasure in the air,
Recking naught else but that her graces give
Life to the moment,
I would bid them live
As roses might, in magic amber laid,
Red overwrought with orange and all made
One substance and one colour
Braving time.

Tell her that goes
With song upon her lips
But sings not out the song, nor knows
The maker of it, some other mouth,
May be as fair as hers,
Might, in new ages, gain her worshippers,
When our two dusts with Waller’s shall be laid,
Siftings on siftings in oblivion,
Till change hath broken down
All things save Beauty alone.

ENVOI

Vai, livro nascido mudo,

Diz a ela que me cantou uma vez aquela canção de Lawes:

Houvesse apenas uma canção

Como conheces os teus súditos,

Então haveria em ti causa que deveria tolerar

Até mesmo as minhas faltas que pesam sobre mim

E construiria suas glórias sua longevidade.

Diz a ela que derrama

Tal tesouro no ar,

Não contando nada além de que suas graças dão

Vida ao momento,

Eu as convidaria a viver

Como rosas, deitadas em âmbar mágico,

Vermelhas coberta de laranja e todas feitas

De uma substância e uma cor

Desafiando o tempo.

Diga a ela que vai

Com uma canção nos lábios

Mas não canta a canção, nem sabe

O criador dela, de alguma outra boca,

Que pode ser tão bela quanto a dela,

Pode, em novas eras, ganhar seus adoradores,

Quando nossas duas poeiras com as de Waller forem colocadas,

Peneiramento sobre peneiramento no esquecimento,

Até que a mudança posto abaixo

Todas as coisas, salvo a Beleza solitária.

Ilustração: Segredos do Mundo.

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