Saturday, November 23, 2024

Uma poesia de Annie Wenstrup


AS GIRL

Annie Wenstrup

At six being a girl meant Tinkerbell
nail polish and pointed, pink Barbie shoes.
Sequined fairy wands and slippers that fell
off my feet when I ran. Outside the blue
sky a backdrop for green grass, the sweet
gum tree that was home base. Everything caught
my eye and sparkled. Rain-freshened earthworms,
armored rollie-pollies, and firefly dots.
At night the television played the news.
Its cyclopean eye returned my stare.
The goat-like pupil reflected a parade
of women and girls like ewes. Fair
and lovely. I thought they were adored.
Later, I was not a girl anymore.

COMO UMA MENINA

Aos seis anos, ser menina era esmalte de Sininho,

unhas polidas e pontudas, sapatos rosa da Barbie.

Varinhas de fada com lantejoulas e sandálias que caíam

dos meus pés quando eu corria. Lá fora, o céu azul

um pano de fundo para grama verde, a árvore de goma doce que era a base. Tudo pegava

meu olhar e brilhava. Minhocas refrescadas pela chuva,

blindados de bole-mexe e pontos de vaga-lumes.

À noite, a televisão passava as notícias.

Seu olho ciclópico retribuía meu olhar.

A pupila de cabra refletia um desfile

de mulheres e meninas como ovelhas. Belas

e adoráveis. Eu pensava que elas eram adoradas.

Mais tarde, eu não era mais uma menina. 

Ilustração: Revista Direcional Escola.

 


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