Monday, September 11, 2023

E, de volta, Pier Paolo Pasolini

 


Pier Paolo Pasolini

Io sono una forza del passato.

Solo nella tradizione è il mio amore.

Vengo dai ruderi, dalle chiese,

dalle pale d’altare, dai borghi

abbandonati sugli Appennini o le Prealpi,

dove sono vissuti i fratelli.

Giro per la Tuscolana come un pazzo,

 per l’Appia come un cane senza padrone.

 O guardo i crepuscoli, le mattine

 su Roma, sulla Ciociaria, sul mondo,

come i primi atti del Dopostoria,

cui io assisto, per privilegio d’anagrafe,

sull’orlo estremo di qualche età

sepolta. Mostruoso è chi è nato

dalle viscere di una donna morta.

E io, feto adulto, mi aggiro

più moderno di ogni moderno

a cercare i fratelli che non sono più.

 

Eu sou uma força do passado.

Só na tradição está o meu amor.

Venho das ruínas, da igreja,

do pé dos altares, das cidades

abandonadas nos Apeninos ou Prealpes,

onde viveram os irmãos.

Passeio pela Tuscolona feito um louco,

Pela Appia como um cão sem dono.

Ou assisto o crepúsculo, as manhãs

sobre Roma, Ciociaria, sobre o mundo,

como os primeiros atos depois da história,

aos quais assisto, por um privilégio do cartório,

na orla extrema de alguma idade

sepultada. Monstruoso é quem nasceu

das vísceras de uma mulher morta.

E eu, feto adulto, ando às voltas,

mais moderno que qualquer moderno,

à procura dos irmãos que não são mais.

Ilustração: Spring your English.

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