Tuesday, September 26, 2023

Uma poesia de Natalia Litvonova

 


DISPARO

Natalia Litvinova

El tiempo se rompe como un vaso.

Puedo juntarlo con las manos y admirar

el mundo en sus cristales rotos.

O juntar las manos como quien reza.

No juntar más que mis manos.

Apuntar con los dedos a mi pecho

disparando sin darme muerte.

Tan sólo acomodarlas allí

como a dos palomas débiles y frías

después de una vida de lluvia.

DISPARO

O tempo quebra como um copo.

Posso juntá-lo com as mãos e admirar

o mundo de seus vidros quebrados.

Ou juntar as mãos como quem reza.

Não juntar mais do que minhas mãos.

Apontar com os dedos o meu peito

disparando sem me matar.

Tão só acomodá-las ali  

como duas pombas débeis e frias

depois de uma vida de chuva.

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