Tuesday, November 27, 2007

UMA POETISA DO URUGUAI


Decisión

Tirzah Ribeiro

Todo lo que haces o no haces
(al filo de la navaja decidiéndolo)
compromete el girar del mundo

hilo invisible
transparenta sin embargo
lo ingrato de cargar un mundo sobre el
hombro
cuando todo lo que de verdad quieres
es que el mundo se encargue
de llevarte
decidiendo por ti
lo que tú quieres

Decisão

Tudo o que fazes ou não fazes
(no fio da navalha decidindo)
compromete o girar do mundo

fio invisível
transparece sem embargo
o ingrato fardo de carregar um mundo
nos teus ombros
quando tudo o que de verdade queres
é que o mundo se encarregue
de levar-te
decidindo por ti
o que tu queres

UM POETA URUGAIO


DESPEDIDA

Líber Falco

La vida es como un trompo, compañeros,
la vida gira como todo gira,
y tiene colores como los del cielo.
La vida es un juguete, compañeros.

A trabajar jugamos muchos años,
a estar tristes o alegres, mucho tiempo.
La vida es lo povo y lo mucho que tenemos;
la moneda del pobre, compañeros.

A gastarla jugamos muchos años
entre risas, trabajos y canciones.
Así vivimos días y compartimos noches.
Mas, se acerca el invierno que esperó tantos años.

Cuando el sol se levanta despertando la vida
y penetra humedades y delirios nocturnos,
cómo quisiera, de nuevo, estar junto a vosotros
con mi antigua moneda brillando entre las manos.

Mas se acerca el invierno que esperó tantos años.
Adiós, adiós, adiós, os saluda un hermano
que gastó la moneda de un tiempo ya pasado.
Adiós, ya se acerca el invierno que esperó tantos años.

Despedida

A vida é como um pião, companheiros.
A vida gira como tudo gira,
e tem as mesmas cores do céu.
A vida é um brinquedo, companheiros.

De trabalhar brincamos muitos anos,
de estar tristes ou alegres, muito tempo.
A vida é o pouco e o muito que nós temos;
a moeda do pobre, companheiros.

De gastá-la brincamos muitos anos
entre risos, trabalhos e canções.
Assim vivemos dias e compartilhamos noites.
Mas se acerca o inverno que esperou tantos anos.


Quando o sol se levanta despertando a vida
e penetra umidades e delírios noturnos,
quisera novamente estar junto convosco
com minha antiga moeda a brilhar entre as mãos.

Mas se acerca o inverno que esperou tantos anos.
Adeus, adeus, adeus, os saúda um irmão
que gastou a moeda de um tempo já passado.
Adeus, já chega o inverno que esperou tantos anos.

Monday, November 26, 2007

UM POETA DE COSTA RICA



La contemplación de las horas.

César Gonzalez Granados

El insomnio es una casa abierta,
una recopilación de goteras golpeteando contra el piso,
la pena capital para Morfeo,
la reina incertidumbre, el peso por lo hecho,
el miedo por lo muerto, el tiempo para anhelarte,
el precio por tus besos.

El tiempo de algunas noches parece muerto,
y hay que velarlo en la contemplación de las horas
soñando despierto,
inventándome tonos similares a los tuyos
que me arrullen con su canto, para soñar con tu cuerpo.

El insomnio es el trance delicioso del recuerdo,
el trago de vinagre por miedo a morirse seco,
el resonar del reloj
con arritmia en los minutos,
las cataratas del cuerpo
y vos en un barril;
como decir, es el sueño…

A Contemplação das horas.

A insônia é uma casa aberta,
Uma compilação das goteiras golpeando de encontro ao assoalho,
A pena capital para Morfeu,
O reino da incerteza, o peso do fato,
O medo pelos mortos, o momento para desejar-te,
O preço por seus beijos.

O tempo de algumas noites parece morto,
E é necessário velá-lo na contemplação das horas
Sonhando desperto,
Inventando tons similares aos teus
Que sejam no seu canto, para sonhar com teu corpo.

A insônia é o momento delicioso da recordação,
O trago do vinagre pelo medo de morrer a seco,
O ressonar do relógio
Com arritmia nos minutos,
As cataratas do corpo
E duas vozes num tambor;
como a dizer, é o sonho.

Monday, November 19, 2007

NOVAMENTE CANESE



¡A CALLAR!

Jorge Canese

Aprendí a callar,
a sonreír
cuando era absolutamente necesario,
a correr, a no sentir,
a amar sin que se note,
a comer sin placer,
a olvidar pronto,
a vivir solo,
a pensar en los demás
para no pensar en uno mismo
y a rezar para no despertarme,
porque a veces
(aún a pesar de todo)
a uno le entran ganas de vivir
y como el monstruo sigue firme
a nuestro lado
no nos queda más remedio que olvidar
y recurrir a la oración,
al maratonismo y al silencio
para seguir huyendo y temiendo,
para no pensar
que algún día
las cosas puedan ser de otra manera.

( El trino soterrado, vol. II, 1986)

A Calar

Aprendi a calar,
a sorrir
quando era absolutamente necessário,
a correr, a não sentir,
a amar sem que se note,
a comer sem prazer,
a esquecer logo,
a viver só,
a pensar nos demais
para não pensar em si mesmo
e a rezar para não despertar,
porque, às vezes,
(ainda apesar de tudo)
surge um desejo de viver
e o monstro segue firme
ao nosso lado
mesmo se resta apenas o remédio de esquecer
e recorrer à oração,
ao maratonismo e ao silêncio
para continuar fugindo e temendo,
para não pensar
que outro dia
as coisas podem ser de outra maneira.

Saturday, November 17, 2007

UM POETA DO PARAGUAI


PARABOLA DE LA ROSA

Rubén Bareiro Saguier

Anoche un guardia,
un hombre con el rostro
oculto por una máscara de sombra,
entre las rejas me pasó una rosa
cortada de algún jardín público.
"Viene de afuera", me dijo,
y sentí que un hálito de vida
me invadía.
Supe que en el fondo del pozo,
en el charco de un pecho
puede florecer una rosa.
Aunque la felidez
la marchitó enseguida,
la rosa existe.
(De: Estancias, errancias, querencias, 1985)

A PARÁBOLA DA ROSA A noite um guarda,
um homem com o rosto
oculto por uma máscara de sombra,
entre os grades me passou uma rosa
cortada de algum jardim público.
“Vem de fora”, me disse,
e senti um hálito de vida
me invadir.
Supus que no fundo do poço,
No charco de um peito
pode florescer uma rosa.
Embora com o tempo
Tenha murchado em seguida,
a rosa existe.

NEM TE ENGANANDO...



Coraçãozinho ateu

Eu não sei não
Como foi que perdi
teu coração.
Ainda agora o tive
tão vivido.
na minha mão.

Não se pode nem dizer
Que não o tratei com carinho
Que não lhe dei ilusão.
Até dei uma pancadas nele
Tentando injetar adrenalina
pensando que tivesse salvação.

Ó coraçãozinho sem-vergonha!
Voou feito um passarinho
E nem cantou nem gemeu
Deve ser um coração ateu
nem acreditou
quando lhe disse
que era Deus!

Friday, November 16, 2007

AS FILHAS TAMBÉM SÃO DIFERENTES



SUSTINHO

Mamãe,
Tenho um breve comunicado:
-Fiz algo muito errado.
Tomei seu namorado.

Sei. É um homem muito mais velho do que eu,
Mas, quem, numa noite, já não se perdeu?
E, convenhamos, pagando tantas despesas
Deve ter uma boa conta bancária.
Posso ser jovem, porém não otária.
Aprendi a lição de tanto repetir
Não seria qualquer um
Que iria me seduzir.


Mamãe,
Repito o que me disse:
-Seja uma mulher de classe!
Se errei-tudo bem- valorizei meu passe.
O resto é tolice e se ajeita.
Só abusei de sua receita.

Não fique triste à-toa.
Depois da notícia ruim
Tenho uma boa:
-Parabéns, coroa!
Ou será melhor dizer vovó!

De "Poemas Mal Comportados"

AS MÃES JÁ NÃO SÃO AS MESMAS



Super-filha

Sinto lhe comunicar
Que, ontem, a senhora foi demais!
Fez coisas da quais nunca lhe julguei capaz.

Nunca critiquei seu desejo de ser moderna,
Mesmo quando abria as pernas
Para rapazes de dezesseis anos
Que podiam ser seus netos
E bêbada me embaraçava
Querendo dançar
Quando não conseguia se equilibrar.

Meu pai, que era acusado de ser sem-vergonha,
Sempre me aconselhou a contemporizar.
Me alertava: -Sua mãe é ótima.
Só tem o defeito de não saber amar
E das besteiras que faz
Costuma os outros culpar.

Até agüentei que me tomasse os namorados
E, se passasse, apesar dos risos, por minha irmã
Com a esperança sempre vã
De que uma hora fosse sossegar.
Afinal a idade sempre traz sabedoria.
E esperava, paciente, quem sabe...um dia.

Infelizmente preciso lhe informar com urgência
Que seu caso está tendendo para a demência;
Que não é bom nem delicado
Dizer que não tem homem na mesa
Por não querer pagar sua despesa
Nem lhe levar para a cama.
Afinal só a filha tem obrigação
De cuidar da mãe bêbada e insana.
Aconselho a não sair esta semana.

De "Poemas Mal Comportados"

Thursday, November 15, 2007

UMA POETISA DO PARAGUAI


UNA VEZ

María Luisa Artecona de Thompson

Hoy anduvimos celosamente humanos,
rescatando el idilio de las horas.
Por eso fui buscando un lapso claro
para ofrecerte mi vendimia simple.
Pero tú, generoso hasta el convite del vino
de mi agrazón oscura, hiciste uvas doradas,
y un poco deslumbrado
de pronto, todo lo cambiaste
y se tiñeron tus ojos de dulzura
y nada más que así fue nuestro encuentro.
Había una vez. No.
Erase una vez. No.
Que fueron muy felices. No.
Ya lo sé, amor,
son los tenaces juegos de tu ausencia.
(1984)

De: El canto a oscuras

Uma Vez

Hoje nós andamos zelosamente humanos,
resgatando o idílio das horas.
Por isso fui buscando um lapso claro
para oferecer-te minha vindima simples.
Porém, tu, generoso até o convite do vinho
escuro da minha amargura, fizestes uvas douradas,
e um pouco deslumbrado
de pronto, tudo mudastes
e se tingiram teus olhos de doçura
e nada mais que assim nosso encontro.
Houve uma vez. Não
Apague uma vez. Não
Que foram muito felizes. Não
Eu sei- era o amor,
são os tenazes jogos de tua ausência.

DEVANEIOS JUVENIS



ORIGEM

Um dia a loucura de ser Ninguém
Assumi sem medo.
Transformando as regras mais elementares
Fiz de cada anúncio um segredo,
De cada momento, um alarde.
Criei uma ilusão que, de furiosa, arde,
Uma paixão que, de violenta, fere,
Porém que esconde, por mais que revele,
O egoísmo que me impele.
E como a Ninguém se nega o sentimento,
Pois o real sempre lhe é negado,
Reclamei, num gesto tresloucado,
Como único legado dos que, igual a mim,
nada são,
O direito de sonhar.
Abri, então, as porteiras da fantasia
E os cavalos da ilusão
Num tropel louco
Espalharam na cidade
Um vendaval de sonhos
E os sonhos de Ninguém
Povoaram o mundo todo
E de tudo, então,
O sonho, agora, é parte.
(De Viagem aos Sonhos de Ninguém)

Monday, November 12, 2007

UM POETA URUGUAIO


RESPIRACIONES

Saúl Ibargoyen

La piel de esta bestia posible
acumula deshojadas láminas
y un hálito herrumbrado
se apega a sus raíces.
Esta piel que cruje así
entre ínfimas tormentas de sal
viene quizá
desde las primeras respiraciones
de una larva enroscándose
en sutiles gelatinas.
Un animal de las aguas
gira otra vez sobre el eje
de su cuerpo incompleto:
así prepara la disolución de su cola
el tamaño negro de sus hígados
el advenimiento de patas y pulmones.
Una atmósfera estremecida
le cierra las narices:
son burbujas y espumas sin olor
sólo son una cifra de sustancias
un ronquido un ahogo
que los aires de afuera
tendrán que beber.
Y aquella piel repite
la ausencia del oxígeno
la falta del silbido
del estertor de la queja:
aquella piel como una lengua
mezclándose ya
a un silencio de ceniza
y de canciones vacías.

RESPIRAÇÕES

A pele desta besta possível
acumula desfolhadas lágrimas
e um hálito oxidado
se uniu as suas raizes.
Esta pele que cruzas assim
entre ínfimas tempestades de sal
vem talvez
das primeiras respirações
de uma larva enroscando-se
em sutil gelatinas.
Um animal das águas
gira outra vez sobre o eixo
de seu corpo incompleto:
assim prepara a dissolução de sua cauda
o tamanho negro de seus fígados
o advento dos pés e dos pulmões.
Uma atmosfera agitada
fecha-lhe as narinas:
são bolhas e a espuma sem cheiro
é somente um número de substâncias
um ressonar um afogamento
que os ares externos
terão que beber.
E aquela pele repete
a ausência do oxigênio
a falta do assobio
do estertor da queixa:
aquela pele como uma língua
mesclando-se já
a um silêncio de cinzas
e de canções vazias.

UMA POETISA DO URUGUAI


LUPAS

Sylvia Riestra

es como una obligación
es a pesar mío
seguir las huellas digitales
de los sucesos
fijarlos
hacerlos tinta en papel
seudópodos alfabetarios
desde la gota de la fruta
a la sangre del corte -
para que se estén ahí
y entonces sí
que aparezca la certeza
de que existieron

LUPAS

São como uma obrigação,
para o meu pesar,
seguir as impressões digitais
dos eventos
fixá-los
fazê-los tintas nos alfarrábios
de papel dos pseudópodos
desde a gota da fruta
ao sangue do corte -
de modo que estejam aí
então sim
que apareça a certeza
de que existiram

Wednesday, November 07, 2007

GRANDEZA


Sinto que o amanhã
Não mais será
Capaz de nos legar
A grandeza que tentamos alcançar.

Infelizmente os caminhos
Que trilhamos foram traiçoeiros.
No fim perdi toda delicadeza
E flor que trago
Perdeu sua beleza.

Ainda posso dizer
Todas as palavras de amor
Que decorei para dizer,
Porém,eu já não sou eu,
Você não é você
E é bem possível
Que nem escute
O que tenho pra dizer.

Talvez o tempo tenha levado o momento
Ou o vento leve as palavras
Porque afinal tudo passa,
Inclusive o amor,
No longo palco do esquecimento.

E, quem sabe, fique a lenda ou mito
De como o nosso amor foi tão bonito!

Sunday, November 04, 2007

EMILY DICKINSON


XXVII

Emily Dickinson

I ’M nobody! Who are you?
Are you nobody, too?
Then there ’s a pair of us—don’t tell!
They ’d banish us, you know.

How dreary to be somebody!
How public, like a frog
To tell your name the livelong day
To an admiring bog!


XXVII

Eu não sou ninguém! Quem são vocês?
São ninguém, também?
Então há um par de nós-não me digam!
Eles nos baniram, vocês sabem.

Como secamente ser alguém!
Como ser público, como um sapo
Para dizer o seu nome ao longo do dia
Feito um idiota se auto-elogiando!

Saturday, November 03, 2007

UM POETA DE COSTA RICA


La contemplación de las horas.

César
Gonzalez Granados


El insomnio es una casa abierta,
una recopilación de goteras golpeteando contra el piso,
la pena capital para Morfeo,
la reina incertidumbre, el peso por lo hecho,
el miedo por lo muerto, el tiempo para anhelarte,
el precio por tus besos.

El tiempo de algunas noches parece muerto,
y hay que velarlo en la contemplación de las horas
soñando despierto,
inventándome tonos similares a los tuyos
que me arrullen con su canto, para soñar con tu cuerpo.

El insomnio es el trance delicioso del recuerdo,
el trago de vinagre por miedo a morirse seco,
el resonar del reloj
con arritmia en los minutos,
las cataratas del cuerpo
y vos en un barril;
como decir, es el sueño…

A Contemplação das horas.

A insônia é uma casa aberta,
Uma compilação das goteiras golpeando de encontro ao assoalho,
A pena capital para Morfeu,
O reino da incerteza, o peso do fato,
O medo pelos mortos, o momento para o desejar-te,
O preço por seus beijos.

O tempo de algumas noites parece morto,
E é necessário velá-lo na contemplação das horas
Sonhando desperto,
Inventando tons similares aos teus
Que sejam no seu canto, para sonhar com teu corpo.

A insônia é o momento delicioso da recordação,
O trago do vinagre pelo medo de morrer a seco,
O ressonar do relógio
Com arritmia nos minutos,
As cataratas do corpo
E duas vozes num tambor;
como a dizer, é o sonho

Friday, November 02, 2007

UM POETA PARAGUAIO


EL FUGITIVO

Luis bravo

Están vacíos, la vía láctea, el andén,
el gran reloj que sostiene.
Alguien que no se ve conduce la huida de la estrella,
el artefacto.
El tren que cae por la pendiente.

Entre las sombras una rebelión,
dicen, que ya no eres, sino
sólo una foto de ti sobre el espejo
harto de sí, su mismo igual, repetitivo.

El pez que grita bajo el agua infinita.

Congelado pasajero en el andén, al oído
el Olvido te susurra : "podrías morir ahora
y ningún dios negociará tus suertes".

Cobarde y seductor el fino puñal de atrás empuja.
No se ve la mano, la tuya, que lo sostiene.

O Fugitivo

Estão vazios, a Via Láctea, a plataforma,
O grande relógio que sustenta.
Alguém que não se vê conduz a queda da estrela,
o dispositivo.
O trem que que cai pela ladeira.

Entre as sombras uma rebelião,
diz, que já não é você, mas sim
só uma foto tua no espelho
farto de ti, a tu mesmo igual, repetitivo.

O peixe grita sob a água infinita.

O congelado passageiro na plataforma, escuta
o esquecimento que te sussurra: “poderias morrer agora
e nenhum deus negociará teu destino?”.

Covarde e sedutor o fino punhal por trás entra.
Não se vê a mão, a tua, que o sustenta.

SIAMESES


Há um anjo em mim que toca banjo
Que voa, voa, baila e não tem asas.
Há um anjo em mim que vê nas casas
só prisão
E quer a liberdade, a liberdade, a amplidão
dos campos.

Há um anjo em mim que é um demônio
Que acendeu o fogo no meu coração
E faz da minha vida um inferno
Fingindo-se de doce e terno
Quando somente quer voar liberto
E, eternamente esperto, quer só
Possuir toda mulher.

Há um anjo e um demônio em mim
Que são assim irmãos siameses,
Violentos e corteses,
E se dão as mãos, os pés, o sangue, as veias
E se alimentam com a insofismável aveia
Da sensualidade imaterial da ilusão
E brincam de esconder o que, de fato, são.