Wednesday, September 30, 2015

Outra poesia de Angel González

Epílogo                                                                          

Angel González Muñiz

Me arrepiento de tanta inútil queja,
De tanta
Tentación improcedente.
Son las reglas del juego inapelables
Y justifican toda, cualquier pérdida.
Ahora
Sólo lo inesperado o lo imposible
Podría hacerme llorar:

Una resurrección, ninguna muerte.

Epílogo

Me arrependo de tanta queixa inútil,
De tanta
Tentação improcedente.
São as regras do jogo inapelável
E justificam toda, qualquer perda.
Agora
Somente o inesperado e o impossível
Poderia me fazer chorar:

Uma ressurreição, nenhuma morte.

Ilustração: www.hospedevip.com.br

Tuesday, September 29, 2015

Uma poesia de Inés María Luna

BAEZA                                                                                

Inés María Luna

Pensé que la juventud no volvería,
pero he sido joven de nuevo.
Y no quiero decir que tenga edad
como para ir cayendo en la tragedia.
Pero hay una juventud de la sorpresa,
una juventud en el milagro,
en el vivir aquí fuera del tiempo,
que creí que ya me quedaba lejos.
Y ya ves, lo inesperado ha vuelto en estos días,
y estoy aquí,
para esto vivo.

Baeza

Pensei que a juventude não voltaria,
porém, voltei a ser jovem de novo.
Eu não quero dizer que não tenha idade
como a de ir caindo na tragédia.
Porém, há uma juventude da surpresa,
uma juventude do milagre,
em viver aqui fora do tempo,
do qual pensei que já estava distante.
E já vês, o inesperado voltou a tornar nestes dias,
e estou aqui,
para isto vivo.

Monday, September 28, 2015

Cortazár de volta

                                                                                                      
Después de las fiestas

Julio Cortazár

Y cuando todo el mundo se iba
Y nos quedábamos los dos
Entre vasos vacíos y ceniceros sucios,

Qué hermoso era saber que estabas
Ahí como un remanso,
Sola conmigo al borde de la noche,
Y que durabas, eras más que el tiempo,

Eras la que no se iba
Porque una misma almohada
Y una misma tibieza
Iba a llamarnos otra vez
A despertar al nuevo día,
Juntos, riendo, despeinados.

Depois das festas

E quando todo mundo estava indo
E nós ficávamos os dois
Entre copos vazios e cinzeiros sujos,

Quão belo era saber que estavas
Alí como um refúgio,
Sós comigo nos limites da noite,
E que duravas, eras mais do que o tempo,

Eras a que não se ia
Porque um mesmo travesseiro
E um mesmo calor
Ia nos chamar outra vez
Ao despertar de um novo dia,
Juntos, rindo, despenteados.


Ilustração: residenciais.org

Sunday, September 27, 2015

Mais um poema de Angel González

Cumpleaños                                                              
Angel González Muñiz

Yo lo noto: cómo me voy volviendo
Menos cierto, confuso,
Disolviéndome en aire
Cotidiano, burdo
Jirón de mí, deshilachado
Y roto por los puños.

Yo comprendo: he vivido
Un año más, y eso es muy duro.
¡Mover el corazón todos los días
Casi cien veces por minuto!

Para vivir un año es necesario
Morirse muchas veces mucho.


Aniversário

Eu o noto: como me vou fazendo
Menos certo, confuso,
Dissolvendo-me no ar
Cotidiano, bruto
Fiapo de mim mesmo, desfibrado
E roto pelos punhos.

Eu compreendo: tenho vivido
Um ano mais, e isso é muito duro.
Mover o coração todos os dias
Quase cem vezes por minuto!

Para viver um ano é necessário
Morrer-se muitas vezes, muitas.


Ilustração: entretodasascoisas.com.br

Saturday, September 26, 2015

Amado Nervo e o amor eterno

Dilema                                                                      
Amado Nervo

O no hay alma, y mi muerta ya no existe
(Conforme el duro y cruel "polvo serás")...
O no puede venir, y está muy triste;
Pero olvidarse de mi amor, ¡jamás!

Si de lo que ella fue sólo viviese
Un átomo consciente, tras la fría
Transmutación de los sepulcros, ¡ese
Átomo de conciencia me amaría!

Dilema

Ou não há alma, e minha morte já não existe
(conforme o duro e cruel “de pó serás”)
Ou não podes vir, e estais muito triste;
Porém, esquecer-se de meu amor, jamais!

Se do que ela foi somente vivesse
Um átomo consciente, por detrás da fria
Transmutação dos sepulcros, este
Átomo de consciência em amaria!


Ilustração: www.beeldmotion.com

Friday, September 25, 2015

Eu, o cruel



Você que é excessiva e alegre,
na sua forma serena de ser,
que tem nos lábios o gosto
de quem oferece o prazer,
como se fosse um riso,
é a mulher que preciso
quando bebo, ou não,
para me despertar a ilusão
e o desejo de te matar.. de beijos!

Thursday, September 24, 2015

Hai kaizinho da salvação


Nosso amor não é causa perdida.

Se até para buraco negro, minha vida,

Hawking já detectou que tem saída.


Cortázar mais uma vez

La lenta máquina del desamor                        

Julio Florencio Cortázar

La lenta máquina del desamor,
Los engranajes del reflujo,
Los cuerpos que abandonan las almohadas,
Las sábanas, los besos,
Y de pie ante el espejo interrogándose
Cada uno a sí mismo,
Ya no mirándose entre ellos,
Ya no desnudos para el otro,
Ya no te amo,
Mi amor.

A lenta máquina do desamor

A lenta máquina do desamor,
As engrenagens do refluxo,
Os corpos que abandonam as almofadas,
As folhas, os beijos,
E de pé ante o espelho se interrogando
Cada um a si mesmo,
Já não se olhando entre eles,
Já não desnudo para o outro,
Já não te amo,
Meu amor. 

Wednesday, September 23, 2015

Poeminha do excesso de sonhos


Se fosse contar               perceberias
que estais nos meus sonhos
de todos os dias,
e, que, acordo, desiludido,
constatando
que tenho sonhado mais contigo
do que tenho dormido. 

Mais uma poesia de Lorca

Ni tú ni yo estamos en disposición                             

Federico García Lorca

Ni tú ni yo estamos
En disposición
De encontrarnos.
Tú por lo que ya sabes.
¡Yo la he querido tanto!
Sigue esa veredita.
En las manos
Tengo los agujeros
De los clavos.
¿No ves cómo me estoy
Desangrando?
No mires nunca atrás,
Vete despacio
Y reza como yo
A San Cayetano,
Que ni tú ni yo estamos
En disposición
De encontrarnos.

Nem tu nem eu estamos prontos

Nem tu nem eu estamos
prontos
para nos encontrarmos.
Tu porque já sabes.
Eu te amei tanto!
Segue este veredito.
Nas mãos
tenho os furos
das agulhas.
Não vês como estou
sangrando até a morte?
Não olhes nunca para trás,
vá devagar
e reza como eu
a São Caetano,
Que nem tu nem eu estamos
prontos
para nos encontrarmos.


Ilustração: pecep.wordpress.com

Tuesday, September 22, 2015

Mais uma vez a poesia de Consuelo Tomás Fitzgerald

Confieso Estas Ternuras                                 

Consuelo Tomás Fitzgerald

Confieso estas ternuras
porque te he conocido
vertical sobre la tierra
y he amado tu ser de hombre a tiempo
y tu paso de gacela
herida de razones

Confieso estas ternuras
porque te he visto crecer
en tus ojos como pájaros
volando de una idea a otra
en la tormenta
para encontrar el camino de todos
tu afán de no morir
enredada entre tus dedos
tu voz
con la canción de quién se entrega
total
a la tarea de amor entre los hombres

Confieso estas ternuras
porque he caminado la ruta de tu alma
y he encontrado
las señales del asombro.

Confesso estas ternuras

Confesso estas ternuras
porque te tenho conhecido
vertical sobre a terra
e tenho amado teu ser de homem a tempo
e teu passo de gazela
ferida de razões

Confesso estas ternuras
porque tenho visto crescer
nos teus olhos como pássaros,
voando de uma ideia a outra
na tormenta
para encontrar o caminho de todos,
teu afã de não morrer,
enredada entre teus dedos,
tua voz
com a canção de quem se entrega
totalmente
à tarefa de amor entre os homens

Confesso estas ternuras
porque tenho caminhado pela rota de tua alma
e encontrado
os sinais de assombro.


Ilustração: www.artelista.com

Monday, September 21, 2015

Dois poemas de Raúl Gómez Jattin

 
Los poetas, amor mío                                                
Raúl Gómez Jattin

Los poetas, amor mío, son
Unos hombres horribles, unos
Monstruos de soledad, evítalos
Siempre, comenzando por mí.
Los poetas, amor mío, son
Para leerlos. Mas no hagas caso
A lo que hagan en sus vidas.

Os poetas, amor meu

Os poetas, amor meu, são
Uns homens horríveis, uns
Monstros de solidão, evitá-os
Sempre, começando por mim.
Os poetas, amor meu, são
Para lê-los. Mas, não faças caso
Do que fazem de suas vidas.
  
Pequeña elegía

Raúl Gómez Jattin

Ya para qué seguir siendo árbol
Si el verano de dos años
Me arrancó las hojas y las flores
Ya para qué seguir siendo árbol
Si el viento no canta en mi follaje
Si mis pájaros migraron a otros lugares
Ya para qué seguir siendo árbol
Sin habitantes
A no ser esos ahorcados que penden
De mis ramas
Como frutas podridas en otoño.

Pequena elegia

Para que seguir sendo árvore
Se o verão de dois anos
Me arrancou as folhas e as flores
Para que seguir sendo árvore
Se o vento não canta em minha folhagem
Se meus pássaros migraram a outros lugares
Para que seguir sendo árvore
Sem habitantes
A não ser esses enforcados que pendem
Dos meus ramos
Como frutas podres de outono.


Ilustração: obviousmag.org

Sunday, September 20, 2015

E, mais uma poesia de Cuesta

Hora que fue, feliz y aún incompleta                                 
Jorge Cuesta

Hora que fue, feliz y aún incompleta,
Nada tiene de mí más todavía,
Sino los ojos que la ven vacía,
Despojada de mí, de ella sujeta.

La vida no se ve ni se interpreta;
Ciega asiste a tener lo que veía.
No es, ya pasada, suyo lo que cría
Y ya no goza más lo que sujeta.

Es el eterno gozo quien apura
El ocio vivo y la pasión futura.
Sobreviviendo a su interior abismo,

El amor se obscurece y se suprime,
Y mira que la muerte se aproxime
A la vana insistencia de mí mismo.

Hora que foi, feliz e incompleta

Hora que fui feliz e ainda incompleta,
Nada tem de mim, mas, todavia,
Senão os olhos que a veem vazia,
Despojada de mim, dela sujeita.

A vida não se vê nem se interpreta;
Cega assiste a ter o que via;
Não é, já passado, seu o que cria
E já não goza mais o que sujeita.

É o eterno gozo quem apura
O ócio vivo e a paixão futura.
Sobrevivendo ao seu interior abismo,

O amor se obscurece e se suprime
E ainda que a morte se aproxime
Da vã insistência de si mesmo.


Ilustração: firmeateofim.blogspot.com

Hai Kai mal comportado





Reminiscências                                                 

Faz tempo que voltei a ser criança.

Minha vida sexual?

Se lembro é uma remota lembrança.



Ilustração: www.vice.com

Saturday, September 19, 2015

E, de volta, o grande poeta Mario Benedetti

Viceversa                                                  
Mario Benedetti

Tengo miedo de verte,
Necesidad de verte,
Esperanza de verte,
Desazones de verte.

Tengo ganas de hallarte,
Preocupación de hallarte,
Certidumbre de hallarte,
Pobres dudas de hallarte.

Tengo urgencia de oírte,
Alegría de oírte,
Buena suerte de oírte,
Y temores de oírte.

O sea, resumiendo,
Estoy jodido y radiante,
Quizá más lo primero
Que lo segundo
Y también viceversa.

Vice-versa

Tenho medo de te ver,
Necessidade de te ver,
Esperança de te ver,
Inquietude de te ver.

Tenho vontade de te falar,
preocupação de te falar,
certeza de te falar,
muitas dúvidas de te falar.

Tenho urgência de te ouvir,
alegria de te ouvir,
boa sorte de te ouvir,
e temores de te ouvir.

Ou seja, em suma,
estou perdido e radiante,
talvez mais o primeiro
que o segundo
e vice-versa.


Ilustração: releiturademim.blogspot.com

Thursday, September 17, 2015

Mais uma bela poesia de Pedro Salinas

 
LA FORMA DE QUERER TÚ                                                      
Pedro Salinas Serrano

La forma de querer tú
Es dejarme que te quiera.
El sí con que te me rindes
Es el silencio. Tus besos
Son ofrecerme los labios
Para que los bese yo.
Jamás palabras, abrazos,
Me dirán que tú existías,
Que me quisiste: jamás.
Me lo dicen hojas blancas,
Mapas, augurios, teléfonos;
Tú, no.
Y estoy abrazado a ti
Sin preguntarte, de miedo
A que no sea verdad
Que tú vives y me quieres.
Y estoy abrazado a ti
Sin mirar y sin tocarte.
No vaya a ser que descubra
Con preguntas, con caricias,
Esa soledad inmensa
De quererte sólo yo.

A forma de te querer

A forma de teu querer
É deixar que te queira.
O sim com que me rendes
É o silêncio. Teus beijos
São oferecer-me os lábios
Para que os beije eu.
Jamais palavras, abraços,
Me dirão que tu existias,
Que me quisestes: jamais.
Me dizem as folhas brancas,
Mapas, presságios, telefones;
Tu, não.
E estou abraçado a ti
Sem perguntar-te, de medo
De que seja verdade
Que tu vives e me queres.
E estou abraçado a ti
Sem te olhar, sem te tocar.
Para que não venhas descobrir
Com perguntas, com carícias,
Esta solidão imensa
De apenas te amar.


Ilustração: thesecret.tv.br

Wednesday, September 16, 2015

Três poemas de Flor Codagnone

Flor Codagnone                                                                           
No vas a entender nunca mis lugares,
ni que los apropie y los quiera y los extrañe.
No sabés de mis calles ni de mis cortadas
ni de lo que sigue girando
en la calesita de la infancia.
No vas a entender esta tristeza
que es mía y que duele un cuerpo
recortado grave vacío conectado cosido.
Ni mis usos del lenguaje, ni mis deseos,
ni las pocas cosas de mí en las que creo.
Hay santas herejías de las que adolezco.


Não vais nunca entender meus lugares,
nem dos que se apropria e os queria e os estranha.
Não sabe das minhas ruas ou das minhas feridas
nem do que segue girando
no carrossel da infância.
Não vais entender esta tristeza
que é minha, e que dói no corpo
costurado grave vazio conectado cozido.
Nem o meu uso da linguagem, nem os meus desejos,
nem as poucas coisas de mim nas quais creio.
Há heresias santas das quais padeço. 

Las palabras van a morir
a la angustia
y no hay signo
que escape a ese paso.
Estamos condenados
a la música del adiós.

As palavras vão morrer
com a angústia
e não há sinal
que escape a esse passo.
Estamos condenados
à música do adeus.

La sangre circula sola
y la pregunta es “¿qué?”,
la respuesta no importa
ni lo que hayas escrito,
dónde están tus papeles
a qué huele mi carne.
Acabaremos heridos
de cualquier modo, el vino
no me gusta. Por la noche
hay palabras que sobran.

O sangue circula somente
e a pergunta é "o que?"
a resposta não importa
nem o que tenhas escrito,
Onde estão teus papéis
que cheiram à minha carne.
Acabaremos feridos
de qualquer forma, o vinho
não me agrada. Pela noite

há palavras que sobram.

Ilustração: www.ensaiosababelados.com.br