Sunday, October 31, 2010

E mais uma saborosa traição!



Sonnet XLIII

Elizabeth Barrett Browning


How do I love thee? Let me count the ways.
I love thee to the depth and breadth and height
My soul can reach, when feeling out of sight
For the ends of Being and ideal Grace.
I love thee to the level of everyday's
Most quiet need, by sun and candle-light.
I love thee freely, as men strive for Right;
I love thee purely, as they turn from Praise.
I love thee with the passion put to use
In my old griefs, and with my childhood's faith.
I love thee with a love I seemed to lose
With my lost saints,—I love thee with the breath,
Smiles, tears, of all my life!—and, if God choose,
I shall but love thee better after death

Soneto XLIII

Por que te amo? Deixe-me dizer as razões.
Eu te amo até a profundidade, largura e a altura
Que minha alma pode alcançar, sentir e ter visões
Para além do fim, do ser e da graça mais pura.
Eu te amo ao nível de cada dia, do cotidiano
Por uma quieta necessidade, pelo sol e à luz de velas.
Eu te amo livremente, como os bons pelas causas boas;
Eu te amo puramente, como as preces trazem retorno.
Amo-te com a paixão liberta ao ser utilizada
Das minhas velhas mágoas e com a fé que infância requer.
Amo-te com um amor de uma força que pensei perdida
Com meus perdidos santos, eu amo-te com ar mais forte,
Sorrisos, lágrimas, com toda a minha vida! E, se Deus quiser,
Mas, eu te amo melhor na vida e até depois da morte!

Com amor e sem promessas



O verdadeiro ouro, meu tesouro

Eu não te farei promessas
Que as promessas,
Como o tempo, são volúveis...

Só te direi agora, neste instante
Que te amar é como acender as luzes,
Desvendar a beleza que, no escuro,
Pedia para ser revelada
E resplandecer no prazer
Que, para nós dois, até parece ser prece.

Só direi que te amar
È ser feliz
E celebrar o encontro
Que estava escrito
E nós sempre soubemos
Sem saber
Que para cumprir um ciclo da vida
Teria que acontecer.

Só direi que te amar
É um prêmio que a vida me dá
E que só posso fazer para merecer
Te beijar, te fazer com todo o meu carinho
As carícias que teu corpo requer
E tentar despertar o melhor que em ti há
Que é teu instinto nato de mulher.

Só direi que hei de buscar teu sorriso
E o prazer que teus olhos irradiam
Como se fosse o pássaro que, no estio,
Abre as asas em busca da ilusão
De que é capaz de alcançar a amplidão.

Só direi que em teu corpo, de repente,
Pode ser que descubra ternamente
Que, se não há arco-íris,
O pote de ouro existe
E, apesar de não estar cheio de metal,
Esconde o valor mais valioso,
Que é doce, generoso, saboroso mel,
Porta do prazer, entrada do céu!

Crystal Jansen



What I Love About You

Crystal Jansen

I love the way you look at me,
Your eyes so bright and blue.
I love the way you kiss me,
Your lips so soft and smooth.
I love the way you make me so happy,
And the ways you show you care.
I love the way you say, “I Love You,”
And the way you’re always there.
I love the way you touch me,
Always sending chills down my spine.
I love that you are with me,
And glad that you are mine.


O que amo em você!

Eu amo o teu modo de olhar para mim,
Com teus olhos tão brilhantes e azuis.
Amo o teu jeito de me beijar sem fim,
Teus lábios tão macios, tão sutis.
Amo o jeito com que me faz assim feliz,
E as maneiras como mostra teu cuidado.
Amo a maneira como “Eu te amo”, me diz,
E o jeito de como teu amor me é dado.
Amo o jeito tão teu de me tocar,
Que desperta arrepios em minha espinha.
Amo o fato de que és toda minha,
E que tu estais satisfeita de me amar.

A traição, porém, aprendi com Pessoa...



É privilégio dos poetas

You are special

Deepak Kumar

You remain with me
you make me laugh
you make me smile
you connect me
with my friends
and near and
dear ones
you help me hear
enchanting voices
you help me click
magnificient photographs
and help me shoot videos
you help me see
those vibrant clicked
photographs and videos
you entertain me
with enthralling music
you wake me up everyday
early in the morning
you help me remind about
important tasks and
birthdays and anniversaries
of my dear friends
and relatives
you have become
part and parcel of
my life
I cannot live without
You - my dear cell phone.

Você que é tão especial

Você permanece comigo
você me faz rir
você me faz sorrir
me liga
com os meus amigos
próximos e
queridos
Você me ajuda a ouvir
encantadoras vozes
voce me ajuda a ver com um clique
fotografias magníficas
e me ajuda a filmar vídeos
você me ajuda
Com um simples clicar
a ver vibrantes
fotografias e vídeos
você ajuda a me entreter
com músicas encantadoras
você me acorda todos os dias
de manhã cedo
Você me ajuda a lembrar de
tarefas importantes e
aniversários e datas especiais
dos meus queridos amigos
e parentes
você se tornou
parte e parcela da
minha vida
Eu não posso viver sem
Você - meu querido celular.

Sei que a minha mais querida tradutora...




Vai querer me matar pelas traduções...


i like chineese

Becky Hennigan

i like Chinese

especially with cheese

many different dishes

made with different fishes

my favourite is prawn crackers

it makes me go quackers

the peppers are hot

i eat them alot

i drink loads of coke

so that i don’t choke



Eu gosto dos chineses


Eu gosto de chinês

especialmente com queijo

e muitos pratos diferentes

feitos com diferentes peixes

meu favorito é biscoito de camarão

isto me faz ir para os patos,

para as pimentas quentes

e para comê-los muito

eu bebo muitas doses de bebida

para não me engasgar

Saturday, October 30, 2010

E Eluard novamente



L'extase

Paul Eluard

Je suis devant ce paysage féminin
Comme un enfant devant le feu
Souriant vaguement et les larmes aux yeux
Devant ce paysage où tout remue en moi
Où des miroirs s'embuent où des miroirs s'éclairent
Reflétant deux corps nus saisons contre saisons

J'ai tant de raison de me perdre
Sur cette terre sans chemins et sous ce ciel sans horizon
Belle raison que j'ignorais hier
Et que je n'oublierai jamais
Belles clés des regards clés filles d'elles-mêmes
Devant ce paysage où la nature est mienne

Devant le feu le premier feu
Bonne raison maîtresse

Etoile identifiée
Et sur la terre et sous le ciel hors de mon coeur et dans mon coeur
Second bourgeon première feuille verte
Que la mer couvre de ses ailes
Et le soleil au bout de tout venant de nous

Je suis devant ce paysage féminin
Comme une branche dans le feu.

O Êxtase

Eu estou diante do teu corpo feminino
Como uma criança diante do fogo
Sorrindo vagamente com lágrimas nos olhos
Diante das formas que completamente me emocionam
Onde espelhos se embaçam e se clareiam
Refletindo dois corpos desnudos estação a estação

Tenho muitas razões para me perder
Nesta terra sem caminhos sob este céu sem horizontes
Bela razão que ontem ignorava
E que jamais esquecerei
As belas chaves do olhar que me abriram as meninas bonitas
Ante esta paisagem cuja natureza é minha

Diante incêndio do primeiro fogo
Um bom motivo para o amante

Estrela identificada
Na terra e sob o céu, fora e dentro do meu coração
Segundo brote a primeira folha verde
Que o mar cobre com suas ondas
E o sol no fim de tudo que vem nós mesmos

Estou diante deste corpo feminino
Como um galho no fogo.

Um poema francês...



De um autor desconhecido, porém, vivo!

Celle que tu aime t'as chassé,
Oui l'amour est décidement un étrange sentiment,
Qui vous étreint sans que l'on sache comment,
Qui vous frappe en plein coeur,
Quand on s'y attend le moins,
Et quand tu t'y sens le moins près,
Oui car c'est les dures lois de la vie,
Que ceux qui s'aiment ne savent pas forcément,
Que ceux qui s'aiment ne savent pas toujours en même temps.
Oui l'amour est parfois triste comme une complainte,
Mais l'amour c'est ce qui donne du sel à la vie.
Crois moi l'ami,
Il vaut mieux aimer sans retour,
Que d'avoir le coeur sec comme une pierre,
Car vois tu,
Aimer sans être aimé,
C'est déjà de l'amour,
Et cela prouve au moins que tu vis.


A pessoa que tu amas te expulsou,
Sim o amor é decididamente um sentimento estranho,
Podes abraçar alguém sem saber como,
Nem sempre sabes quem te faz bater o coração,
Quando menos esperas,
E amar quem não te sente, pelo menos próximo,
Sim, porque são duras as leis da vida,
E aqueles que se amam podem nem saber,
E aqueles que amam nem sempre sabem ao mesmo tempo.
Sim, o amor, às vezes, é como um lamento triste
Mas, o amor é o que dá sabor à vida.
Acredite em mim amigo,
É melhor amar sem retorno,
Do que ter o coração seco como uma pedra,
Para você ver,
Amar sem ser amado
Não deixa de ser amor,
E isto prova que estais vivo.

Eluard ainda



Mème quand nous dormons...


Paul Eluard


Mème quand nous dormons nous veillons l’un sur l’autre,
Et cet amour plus lourd que le fruit mûr d’un lac,
Sans rire et sans pleurer dure depuis toujours,
Un jour après un jour une nuit après nous.

Mesmo quando nós dormimos...

Mesmo quando nós dormimos cada um de nós
Continua velando pelo outro
E este amor é mais pesado que o fruto maduro de um lago
Sem rir e sem chorar e desde sempre
Dura dia após dia e noite após noite além de nós.

Paul Eluard



Un seul sourire

Paul Eluard

Un seul sourire disputait
Chaque étoile à la nuit montante
Un seul sourirepour nous deux.

Et l'azur en tes yeux ravis
Contre la masse de la nuit
Trouvant sa flamme dans mes yeux.

J'ai vu par besoin de savoir
La haute nuit créer le jour
Sans que nous changions d'apparence.


Um só sorriso

Um só sorriso disputava
Cada estrela à noite ascendente
Um só sorriso para nós dois.

E no azul dos teus olhos deslumbrados
Contra a massa da noite
Encontrava tua chama nos meus olhos

Eu vi pela ânsia de saber
A noite alta criar o dia
Sem que mudássemos nós dois.

Jorge Carrera Andrade



Mujer de estío

Jorge Carrera Andrade

Tu cuerpo está hecho de frutas,
exprimes en la noche un olor a duraznos.
Tu beso va por mi garganta
hasta mi corazón, como el agua de un caño.
Tiembla toda mi piel con tu caricia
como al soplo de Dios las alfalfas del campo.
Eres una bandeja de frutas
puesta todos los días a orillas de mis labios.

Mulher de verão

Teu corpo é feito de frutas,
exprimes na noite um odor de pêssegos.
Teu beijo desce por minha garganta
até o meu coração, como a água de um cano.
Treme toda a minha pele com tua carícia
como o sopro de Deus faz aos trigos do campo.
És uma bandeja de frutas
Posta todos os dias à beira dos meus lábios.

José Luis Díaz



Pasión de encuentro

José Luis Díaz

Espero tu cuerpo y tus dientes
con la vehemencia de las palomas,
espero tu sueño y tu reloj parado
justo en la palma de la risa,
espero tu boca, tus muslos, tu cabellera
lisa e infinita cuando no ríes o cuando no lloras,
espero tus procelosas manos y tu vientre ágil
como las golondrinas,
espero tus pies de luz, descalzos de ciudad,
espero tu silencio y el sonoro vaivén de tus labios.
Mar , déjame recordarte como entonces,
como siempre,
con la ceniza en mis ojos
y mirarte ahora que la tierra toda me rodea
y se me sube hasta los hombros,
como siempre, sábado y rocas grises,
espero volver a tus olas
y que me devuelvas como un tren mi abrazo
y que me dejes ver tus estrellas más profundas.
Tú llegabas, risa de las aguas...

De "Los pasos de la ceniza"


A paixão do encontro

Espero o teu corpo e os teus dentes
com a veemência dos pombos
Espero o teu sonho e o teu relógio parado
justo na hora do teu riso,
espero tua boca, tuas coxas, teus cabelos
suaves e infinitos quando riem ou não choras,
espero as tuas mãos agitadas e os teus meneios agéis
como as andorinhas,
espero teus pés luminosos, descalços da cidade,
espero o teu silêncio e o sonoro balanço dos teus lábios.
Mar, deixe-me lembrá-lo, como então,
como sempre
com as cinzas dos meus olhos
e olhar-te agora que a terra toda me rodeia
e me sobe até os ombros,
como sempre, sábado e as rochas cinzentas,
espero voltar a ver tuas ondas
e me devolvas como um trem o meu abraço
e que me deixes ver tuas estrelas mais profundas
quando chegares, rindo como as águas....

Friday, October 29, 2010

Tomás Segovia



La semana sin ti

Tomás Segovia

Quisiera haber nacido de tu vientre,
haber vivido alguna vez dentro de ti,
desde que te conozco soy más huérfano.
¡Oh! gruta tierna,
rojo edén caluroso.
Qué alegría haber sido esa ceguera!
Quisiera que tu carne se acordara
de haberme aprisionado,
que cuando me miraras
algo se te encogiese en las entrañas,
que sintieras orgullo al recordar
la generosidad sin par con que tu carne
desanudaste para hacerme libre.
Por ti he empezado a descifrar
los signos de la vida,
de ti quisiera haberla recibido.


A semana sem ti

Quisera haver nascido do teu ventre,
haver vivido alguma vez dentro de ti,
desde que te conheço sou mais órfão.
Oh! Gruta terna
roxo éden caloroso.
Que alegria haver sido esta cegueira!
Quisera que tua carne se acordasse
de haver me aprisionado,
que quando me olhastes
algo se encolheu em tuas entranhas,
que sentirá orgulho ao recordar
a generosidade incomparável com que tua carne
desnudastes para me libertar.
Por ti comecei a decifrar
os sinais de vida
que de ti quisera havê-la recebido.

Bécquer outra vez



X

Gustavo Adolfo Bécquer

Como en un libro abierto
leo de tus pupilas en el fondo.
¿A qué fingir el labio
risas que se desmienten con los ojos?
¡Llora! No te avergüences
de confesar que me quisiste un poco.
¡Llora! Nadie nos mira.
Ya ves; yo soy un hombre... y también lloro.

X

Como um livro aberto
Eu li no fundo dos teus olhos.
Por que fingir os lábios
os risos que o olhar desmente?
Chora! Não te envergonhes
de confessar que me quisestes um pouco.
Chora! Ninguém nos olha.
Veja, eu sou um homem ... e também choro.

Bécquer



VII

Gustavo Adolfo Bécquer

Voy contra mi interés al confesarlo,
no obstante, amada mía,
pienso cual tú que una oda solo es buena
de un billete del Banco al dorso escrita.
No faltará algún necio que al oírlo
se haga cruces y diga:
Mujer al fin del siglo diez y nueve
material y prosaica... ¡Boberías!
¡Voces que hacen correr cuatro poetas
que en invierno se embozan con la lira!
¡Ladridos de los perros a la luna!
Tú sabes y yo sé que en esta vida,
con genio es muy contado el que la escribe,
y con oro cualquiera hace poesía.

VII

Vou contra os meus interesses ao confessar,
não obstante, meu amor,
penso que uma ode só é boa
se escrita no verso de um bilhete de banco.
Não faltará um tolo que ao me ouvir
Faça o sinal da cruz e diga:
As mulheres, no início do século XXI
são materiais e prosaicas ... Bobagem!
São vozes que fazem correr quatro poetas
que, no inverno, se embriagam com a lira!
Latidos de um cão para a lua!
Tu sabes e eu sei que nesta vida,
com gênio é muito pouco o que escreve,
e com ouro qualquer um faz poesia.

Sunday, October 24, 2010

Storni



VOY A DORMIR

Alfonsina Storni

Dientes de flores, cofia de rocio,
manos de hierbas, tú, nodriza fina,
tenme prestas las sábanas terrosas
y el edredón de musgos encardados.
Voy a dormir, nodríza mía, acuéstame.
Ponme una lámpara a la cabecera;
una constelacíón; la que te guste;
todas son buenas; bájala un poquito.
Dejame sola: oyes romper los brotes…
te acuna un pie celeste desde arriba
y un pájaro te traza unos compases
para que olvides… Gracias.
Ah, un encargo:
si él llama nuevamente por teléfono
le dices que no insista, que he salido…

Vou dormir

Dentes de flores, tampa de spray,
mãos de ervas, tu, gentil enfermeira
me emprestes as folhas da terra
e um edredon de musgos encardidos.
Vou dormir, minha doce mãe, para a cama.
Dê-me uma luz na cabeceira;
uma constelação, a que tu gostas;
todas são boas, só baixa um pouquinho.
Deixe-me só: ouves os brotos nascendo...
te embala um pé celeste lá de cima
e um pássaro irá traçar alguns compassos
para que esqueças ... Obrigado.
Ah, um pedido:
se ele chamar novamente por telefone
diga-lhe que não insista, que eu sai ...

Monday, October 18, 2010

Puigcarbó



Viajar

Francesc Puigcarbó

Viajar, viajar siempre,
no ser de ningún sitio
ni de ningún lugar,
sin vínculos de ningún tipo y
evadirme así de todo.
Vivir dentro de un mundo
imaginario donde olvidarme de la difícil
y dura realidad.
Y volar, volar como un pájaro,
marchando muy lejos
más lejos de más allá,
hasta que agotado,
cuando las alas dijeran basta,
dejarme caer en un abismo profundo infinito.

Viajar

Viajar, viajar sempre
Não ser de nenhum local,
De nenhum lugar,
Sem vínculos de nenhum tipo,
Evadir-me assim de tudo.
Viver dentro de um mundo
Imaginário onde possa me esquecer da difícil
E dura realidade.
E voar, voar como um pássaro,
Subindo muito alto,
Muito mais alto que o mais alto possível,
Até que esgotado,
Quando as asas disserem basta,
Possa me deixar cair num abismo profundo infinito.

O Gosto verdadeiro



Uma hora o tempo da sabedoria
desce suavemente como uma lua,
que clareia os sonhos e os desejos,
como se estrelas que do chão brotassem,
e escolher se torna tão-somente
uma questão de provar os frutos da terra.
É verdade que os dentes
não são mais os mesmos;
que a carne, talvez, esteja
batida pela espera,furada pela incerteza,
mas, nada melhor que uma taça de vinho
ou mesmo um copo de cerveja, uma boa mesa
e a mulher que se ama
para sentir, em qualquer idade,
que a vida é uma beleza!

Sunday, October 17, 2010

GELMAN



Sefiní

Juan Gelman


basta por esta noche cierro
la puerta me pongo
el saco guardo
los papelitos donde
no hago sino hablar de ti
mentir sobre tu paradero
cuerpo que me has de temblar

Fim

Basta por esta noite fecho
a porta e me deito
no bolso guardo
os papeizinhos onde
não faço senão falar de ti
mentir sobre teu paradeiro
sobre o corpo que me faz tremer

JUAN GELMAN



Oración

Juan Gelman

Habítame, penétrame.
Sea tu sangre una como mi sangre.
Tu boca entre a mi boca.
Tu corazón agrande el mío hasta estallar.
Desgárrame.
Caigas entera en mis entrañas.
Anden tus manos en mis manos.
Tus pies caminen en mis pies, tus pies.
Árdeme, árdeme.
Cólmeme tu dulzura.
Báñeme tu saliva el paladar.
Estés en mí como está la madera en el palito.
Que ya no puedo así, con esta sed
quemándome.
Con esta sed quemándome.
La soledad, sus cuervos, sus perros, sus pedazos.

Oração

Habita-me, penetra-me
Seja teu sangue um com o meu sangue.
Que tua boca entre na minha boca.
Teu coração apresse o meu até estalar.
Desgarra-me.
Que caibas inteira nas minhas entranhas.
Que andem as tuas mãos nas minhas mãos.
Que teus pés caminhem nos meus pés, teus pés.
Queima-me, queima-me.
Envolva-me na tua doçura.
Banha-me com tua saliva o paladar.
Estejas em mim como a madeira no palito.
Que já não posso assim, com esta sede
queimando-me.
Com esta sede queimando-me.
A solidão, seus corvos, seus cachorros, seus pedaços.

Melhor que o jardim dos deuses



Nem sei se há um jardim dos deuses
E se, por tédio de tanta perfeição,
Vez por outra olham para o nosso lado.
Se existe, tampouco há quem o tenha pisado.

Mas, se existe um jardim assim,
Com tantos imortais vivendo
Como só sabem viver os imortais,
Que fiquem com seu jardim.

Não os invejo mais.
Melhor não viver tanto tempo
Se jamais poderão saber
Do sabor de teu beijo.

Saturday, October 16, 2010

Sanz de volta



La profecia

Maria Sanz


Aunque ahora estos versos vaticinen
tu vida en sus metáforas, tan sólo
serán la voz que clame en el destierro
al que fuiste a parar, después que nadie
reconociese el eco de tus pasos
sobre tantos adioses. Un poema
dirá de ti la última palabra.
Para entonces, tal vez hayas vivido.

A profecia

Embora agora estes versos vaticinem
tua vida em suas metáforas, tão só
serão a voz clamando no exílio
em que fostes parar, depois que ninguém
reconhecer o eco de teus passos
após muitas despedidas. Um poema
dirá de ti a última palavra.
Talvez, então, hajas vivido.

Trapiello



Nocturno

Andrés Trapiello

Para Carlos Pujol

Como el llover doblaba aquel piano
mi soledad y en su cristal caía.
Eran lentas las notas que llegaban
hasta el torpe temblor de la hojarasca.

Sonaba a sombras frías esa tarde,
el laurel y la yedra, el pozo, el aire,
pero más dulce que el paisaje era
aquella melodía para nadie.

Yo la escuchaba atento y nada oía
salvo las gotas repicar monótonas.
Penumbrosa canción que en sí encerraba
al rosal, al mastín, al que naufraga.

Al que va peregrino no sabiendo
y a aquel que recorrió todo el camino
y ya nada le queda. Misteriosa
canción de viento, de hojarasca y miedo.
[...]
Lo que era jardín en la ventana
es noche al fin, espesa y negra noche,
y este silencio un eco también negro
de lo que no sonaba.
"El mismo libro" 1989


Noturno

Como a chuva que dobrava o piano
minha solidão em seu cristal caía.
eram lentas as notas que chegavam
até sacudir o torpor da cama.

Soavam as sombras frias da tarde,
o laurel e a pedra, o poço, o ar,
porém, mais doce que a paisagem era
aquela melodia para ninguém.

Eu só escutava atento e não nada ouvia
salvo as gotas a repicar monótonas.
Tristonha canção que em si se encerrava
ao rosal, ao mastin, ao que afundava.

Ao que vai peregrino não sabendo
e aquele que percorreu todo o caminho
e já nada o derruba. Misteriosa
Canção do vento, de torpor e medo.
[...]
O que era jardim na janela
é noite ao fim, espessa e negra noite
e este silêncio um eco também negro
do que não é soava.

Tuesday, October 12, 2010

Dickinson again



Time and Eternity, CXIX

Emily Dickinson

THE DYING need but little, dear,—
A glass of water’s all,
A flower’s unobtrusive face
To punctuate the wall,

A fan, perhaps, a friend’s regret,
And certainly that one
No color in the rainbow
Perceives when you are gone.


Tempo e Eternidade, CXIX

Da morte se necessita, mas, pouco, querida -
Um copo de água é tudo,
Uma flor que não esconda o rosto
Para pontuar a parede,

Um fã, talvez, lamente um amigo,
E certamente que alguém
A falta de uma cor no arco-íris
Perceberá quando você tiver ido.

Emily Dickinson



Time and Eternity, CXIV

Emily Dickinson

I SING to use the waiting,
My bonnet but to tie,
And shut the door unto my house;
No more to do have I,

Till, his best step approaching,
We journey to the day,
And tell each other how we sang
To keep the dark away.

Tempo e Eternidade, CXIV

Eu canto como forma de esperar,
Meu castelo, mas, também a gravata,
E a porta se fechou até minha casa;
Não há mais o que fazer,

Até que, tempos melhores se aproximem,
Nós viajaremos para o dia,
E dizem uns aos outros que nós cantamos
Para manter a escuridão afastada.

Oscar Wilde



La Fuite de la Lune

Oscar Wilde

To outer senses there is peace,
A dreamy peace on either hand,
Deep silence in the shadowy land,
Deep silence where the shadows cease.

Save for a cry that echoes shrill
From some lone bird disconsolate;
A corncrake calling to its mate;
The answer from the misty hill.

And suddenly the moon withdraws
Her sickle from the lightening skies,
And to her sombre cavern flies,
Wrapped in a veil of yellow gauze.


O voo da lua

Para os outros sentidos há paz,
Um sonho de paz em cada mão,
Silêncio profundo na terra sombria,
Silêncio profundo onde as sombras cessaram.

Salvo por um grito que estridente ecoa
De algum pássaro solitário e desconsolado;
Uma codorna chamando seu companheiro;
A resposta de uma colina enevoada.

E de repente a lua se retira
Sua foice corta os céus iluminados,
E para sua caverna sombria voa,
Envolta num véu de gaze amarela.

Sunday, October 10, 2010

Borges novamente



El sueño

Si el sueño fuera (como dicen) una
tregua, un puro reposo de la mente,
¿por qué, si te despiertan bruscamente,
sientes que te han robado una fortuna?

¿Por qué es tan triste madrugar? La hora
nos despoja de un don inconcebible,
tan íntimo que sólo es traducible
en un sopor que la vigilia dora

de sueños, que bien pueden ser reflejos
truncos de los tesoros de la sombra,
de un orbe intemporal que no se nombra

y que el día deforma en sus espejos.
¿Quién serás esta noche en el oscuro
sueño, del otro lado de su muro?

O sono

Se o sono fosse (como dizem) uma
trégua, um puro repouso da mente
porque, se te acordam bruscamente,
sentes que te roubaram uma fortuna?

Por que é tão triste acordar cedo? A hora
nos despoja um dom inconcebível,
tão íntimo que só traduzível
em um estupor que a vigília dora

de sonos, que bem podem ser reflexos
truncados dos tesouros da sombra
de um mundo intemporal, que não se nomeia

e que o dia deforma em seus espelhos.
Quem serás esta noite, no escuro
sono, do outro lado de seu muro?

Jorge Luis Borges


Al triste

Ahí está lo que fue: la terca espada
del sajón y su métrica de hierro,
los mares y las islas del destierro
del hijo de Laertes, la dorada
luna del persa y los sin fin jardines
de la filosofía y de la historia,
el oro sepulcral de la memoria
y en la sombra el olor de los jazmines.
Y nada de eso importa. El resignado
ejercicio del verso no te salva
ni las aguas del sueño ni la estrella
que en la arrasada noche olvida el alba.
Una sola mujer es tu cuidado,
igual a las demás, pero que es ella.


O triste

Aí está o que foi: a espada teimosa
do saxão e sua métrica de ferro,
os mares e as ilhas do exílio
do filho de Laertes, a dourada
lua do persa e os jardins infindáveis
da filosofia e da história,
o ouro sepulcral da memória
e na sombra, o aroma de jasmim.
E nada disto importa. O resigado
exercício do verso não te salva
nem as águas do sono ou a estrela
que na noite arrassada esqueceu o amanhecer.
A única mulher é o teu cuidado,
Igual as demais, porém é ela.

Louis Calaferte outra vez



Rues maintes fois parcourues...

Louis Calaferte

Rues maintes fois parcourues depuis tant d'années.
Les changements y sont lents.
Lente y est la vie.
Certaines physionomies connues à force d'être rencontrées soudainement disparaissent.
Les vitrines des boutiques se renouvellent tout en se ressemblant.
Il y a des magasins dont les propriétaires ne se montrent jamais.
Vieux magasins.
D'autres qui incitent à la dépense.
Il y a un chien noir aux oreilles cassées assis devant une entrée.
Un vieux chien qui ne se laisse pas approcher.
De vieilles personnes marchent lentement.
Avec de vieux vêtements aux couleurs usées.
Les trottoirs sont étroits.
Peut-être ces rues ne mènent-elles nulle part.
De vieilles personnes qui rentrent chez elles.
Vient une heure où les perspectives raccourcies se font désertes.
Heure de cette atroce agonie qu'on appelle le crépuscule.

(Del libro Le monologue)

Ruas muitas vezes percorridas…

Ruas muitas vezes percorridas depois de tantos anos.
Ali são lentas as mudanças.
Lenta é a vida.
Certas fisionomias conhecidas à força de reencontros subitamente desaparecem.
As vitrines das lojas se renovam sem deixar de parecer as mesmas.
E há algumas cujos proprietários nunca se deixam ver.
Velhas lojas.
Outras que incitam a consumir.
Há um cão negro de orelhas quebradas sentado diante de uma entrada.
Um velho cão que não deixa que se acerquem.
De velhas pessoas que caminham lentamente.
Com velhas roupas de cores desbotadas.
Os passeios são estreitos.
Talvez estas ruas não elvem à parte alguma.
De velhas pessoas que voltam as suas casas.
Chega uma hora em que as perspectivas encurtadas ficam desertas.
Hora dessa atroz agonia que chamamos de crepúsculo.

Louis Calaferte



Et ta théière emmaillotée...

Louis Calaferte

Et ta théière emmaillotée
et tes deux grandes tasses roses
le temps autour de nous se pose
dans une chambre qu'ankylose
la pâleur d'une fin d'été

Rien peut-être n'a existé
que pour cette minute close
de fragile sérénité
moi qui suis ta métamorphose
et toi ma Charlotte Brontë
One for you
one for me
and one for the tea-pot
C'est l'heure du thé

(Del libro Londoniennes)

E tu enrolada no chá ...

E tu enrolada no chá
e tuas duas grandes taças rosas
o tempo em redor se posta
num quarto que se anquilosa
numa palidez de fim de época

Nada talvez nunca existiu
senão para este instante imóvel
de tão frágil serenidade
que eu sou sua metamorfose
E tu és minha Charlotte Brontë

Um para você
uma para mim
e outra para o bule de chá

É a hora do chá.

Tuesday, October 05, 2010

O poeta Carlos Gallardo novamente



Cada canción tiene su nube

Carlos Gargallo

Cada canción tiene su nube,
un soliloquio abierto al corazón,
la partitura suave
que llega desde un recuerdo cierto,
como la esencia misma de un mundo interior.

La música desplaza
la razón de la realidad,
al alma misma de todo aquello
que un día iluminó la simiente

de aquél amor que nunca nos olvidó.

Cada canção tem sua nuvem

Cada canção tem sua nuvem
um solilóquio aberto ao coração,
a partitura suave
que chega em forma de lembrete,
como a própria essência de um mundo interior.

A música desprega
a razão da realidade ,
a alma mesma de tudo aquilo
que um dia iluminou a semente

daquele amor do qual nunca nos esqueceremos.

Carlos Gargallo



Todo de todo, nada de nada

Carlos Gargallo

No me quedan ya más noches para arder
ni canto en la garganta
(ni silbido mudo siquiera).

Nada, nada.

¿Como podré decirle a mi hijo
cuanto pude haberlo querido,
como, si no llegó nunca a nacer...?

Todo aquello que amé
se fue cayendo por la borda de la vida,
toda injusticia,
amaneció en mi cama cada mañana...

Cada vez que escribo un verso para amar,
confundido
me atraganto con sus esquirlas.

!Ah!, si todo fuera tan sencillo
como dicen los poetas que escriben poemas de amor,
este mundo dejaría de llorar...

menos yo.


Tudo de tudo, nada de nada

Eu não tenho mais noites para arder
nem canto na garganta
(nem assobio mudo sequer.)

Nada, nada.

Como posso dizer ao meu filho
o quanto pude havê-lo querido,
como, ele nunca chegou a nascer ...?

Tudo aquilo que amei
foi ficando pleos caminhos da vida,
toda a injustiça,
amanheceu na minha cama cada manhã ...

Cada vez que eu escrevo uns versos para amar,
confuso
me atrapalho com as estrofes.

Ah, se tudo fosse tão simples
como dizem os poetas que escrevem poemas de amor
este mundo deixaria de chorar ...

menos eu.

Sunday, October 03, 2010

Pozzi outra vez



ESCOPOLAMINE


Catherine Pozzi


Le vin qui coule dans ma veine
A noyé mon cœur et l'entraîne
Et je naviguerai le ciel
À bord d'un cœur sans capitaine
Où l'oubli fond comme du miel.

Mon cœur est un astre apparu
Qui nage au divin nonpareil.
Dérive, étrange devenu !
Ô voyage vers le soleil —
Un son nouvel et continu
Est la trame de ton sommeil.
Mon cœur a quitté mon histoire
Adieu Forme je ne sens plus
Je suis sauvé je suis perdu
Je me cherche dans l'inconnu
Un nom libre de la mémoire.

Escopolamina

O vinho que flui por minhas veias
Afogou meu coração e se o leva
Pelo céu navegarei
Num coração sem capitão
Onde o esquecimento é suave mel.

Meu coração é uma estrela aparecida,
Que nada no divino insuperável.
Deriva, estranho acontecido!
Oh! Viagem, longa viagem para a luz.
Som novo e nunca interrompido
É a tecida trama do teu sonho.

O meu coração abandonou a minha história
Adeus, forma que já não sinto mais.
Estou a salvo e, ao fim, estou perdido
E vou buscando no desconhecido
Um nome livre da memória.

Catherine Pozzi



NYX

A Louise aussi de Lyon et d'Italie


Catherine Pozzi

Ô mes nuits, ô noires attendues
Ô pays fier, ô secrets obstinés
Ô longs regards, ô foudroyantes nues
Ô vol permis outre les cieux fermés.

Ô grand désir, ô surprise épandue
Ô beau parcours de l'esprit enchanté
Ô pire mal, ô grâce descendue
Ô porte ouverte où nul n'avait passé

Je ne sais pas pourquoi je meurs et noie
Avant d'entrer à l'éternel séjour.
Je ne sais pas de qui je suis la proie.
Je ne sais pas de qui je suis l'amour.

NYX

Oh! Noites minhas, oh! sombras esperadas
Oh! Terra orgulhosa, oh! segredos obstinados
Oh! Lentos olhos, oh! nuvens minguadas
Oh! Vôo livre mais além dos céus levados.

Oh! grande desejo, oh! surpresa expandida
Oh! bela marcha da alma embelezada
Oh! mal supremo, oh graça descida
Oh! porta aberta pela qual ninguém deu entrada

Não sei porque morro e me afogo
Antes de entrar na eterna morada.
Como saber de quem eu sou a presa.
Como saber a que amor sou destinada.

Saturday, October 02, 2010

Quando só temos o amor



Jacques Brel

Quand on n'a que l'amour
A s'offrir en partage
Au jour du grand voyage
Qu'est notre grand amour
Quand on n'a que l'amour
Mon amour toi et moi
Pour qu'éclatent de joie
Chaque heure et chaque jour
Quand on n'a que l'amour
Pour vivre nos promesses
Sans nulle autre richesse
Que d'y croire toujours
Quand on n'a que l'amour
Pour meubler de merveilles
Et couvrir de soleil
La laideur des faubourgs
Quand on n'a que l'amour
Pour unique raison
Pour unique chanson
Et unique secours
Quand on n'a que l'amour
Pour habiller matin
Pauvres et malandrins
De manteaux de velours
Quand on n'a que l'amour
A offrir en prière
Pour les maux de la terre
En simple troubadour
Quand on n'a que l'amour
A offrir à ceux-là
Dont l'unique combat
Est de chercher le jour
Quand on n'a que l'amour
Pour tracer un chemin
Et forcer le destin
A chaque carrefour
Quand on n'a que l'amour
Pour parler aux canons
Et rien qu'une chanson
Pour convaincre un tambour
Alors sans avoir rien
Que la force d'aimer
Nous aurons dans nos mains
Amis le monde entier.



Quando só temos o amor
Ao sofrer na partida
No dia da grande viagem
Que é o nosso grande amor
Quando só temos o amor
Meu amor, tu e eu
Na explosão de alegria
De cada hora de cada dia
Quando só temos o amor
Para viver nossas promessas
São nulas outras riquezas
Como muitos ainda acreditam
Quando só temos o amor
Para cobrir com as maravilhas
E cobrir com o sol
A feiúra dos subúrbios
Quando só temos o amor
È o único motivo
È a única canção
E o único recurso
Quando só temos o amor
Para vestir pela manhã
Pobres e vagabundos
casacos de veludo
Quando só temos o amor
Para oferecer em oração
Para os males da Terra
Tão simples
Quando só temos o amor
Para oferecer a estes
Cuja a única luta
É olhar para o dia
Quando só temos o amor
Para traçar um caminho
E forçar o destino
Em cada cruzamento
Quando só temos o amor
Para falar com canhões
E só uma canção
Para convencer um tambor
Assim, sem nada
Que o poder do amor
Temos em nossas mãos
Amigos em todo o mundo.

Angel Cruchaga



La seda de tus hombros

Angel Cruchaga

Ya no temo a la muerte.
Me defienden tus manos y tus ojos.
Estoy tranquilo como un prado verde
donde sonríen los infantes de oro.
Ya no temo a la muerte;
Dios empieza en el canto de tus ojos.
Mi corazón se duerme
como un ciego en la llama de un sollozo.
.. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. ..
Se alza la luna siempre
más allá de la seda de tus hombros...


A seda de seus ombros

Já não temo a morte.
Me defendem as tuas mãos e os teus olhos.
Estou calmo como um prado verde
Aonde sorriem crianças douradas.
Já não temo a morte;
Deus começa na canção dos teus olhos.
Meu coração adormece
como um cego na chama de um soluço.

.. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. ..

A lua sempre se levanta
mais além da seda de teus ombros ...