Monday, February 29, 2016

E, no fim de fevereiro, Borges outra vez

Un patio                                                                      
Jorge Luis Borges 

Con la tarde
Se cansaron los dos o tres colores del patio.
Esta noche, la luna, el claro círculo,
No domina su espacio.
Patio, cielo encauzado.
El patio es el declive
Por el cual se derrama el cielo en la casa.
Serena,
La eternidad espera en la encrucijada de estrellas.
Grato es vivir en la amistad oscura
De un zaguán, de una parra y de un aljibe.

Um pátio

Com a tarde
Se cansaram duas ou três cores  do pátio.
Esta noite, a lua, o claro círculo,
Não dominam seu espaço.
Pátio, céu enclausurado.
O pátio é o declive
Pelo qual o céu se derrama dentro da casa.
Serena,
A eternidade espera no cruzamento das estrelas.
Agradável é viver a escuridão da amizade
De um corredor, de uma videira e de uma cisterna.


Ilustração: www.venezuelatuya.com

Uma poesia de Julia de Burgos

 
Canción amarga                                           
Julia de Burgos

Nada turba mi ser, pero estoy triste.
Algo lento de sombra me golpea,
Aunque casi detrás de esta agonía,
He tenido en mi mano las estrellas.

Debe ser la caricia de lo inútil,
La tristeza sin fin de ser poeta,
De cantar y cantar, sin que se rompa
La tragedia sin par de la existencia

La batalla que agota toda espera,
Encontrarse, ya el alma moribunda,
Que en el mísero cuerpo aún quedan fuerzas.

¡Perdóname, oh amor, si no te nombro!
Fuera de tu canción soy ala seca.
La muerte y yo dormimos juntamente
Cantarte a ti tan solo me despierta.

Canção amarga

Nada perturba meu ser, porém, estou triste.
Algo lento de sombra me golpeia,
Ainda que quase detrás desta agonia,
Tenha conservado em minha mão as estrelas.

Deve ser a carícia do inútil,
A tristeza sem fim de ser poeta,
De cantar e cantar, sem que se rompa
A tragédia sem par da existência

A batalha que esgota toda espera,
De encontrar-se já a alma moribunda
Que, no mísero corpo, ainda as forças permanecem.

Perdoa-me, oh! Amor, se não te nomeio!
Fora de tua canção sou asa seca.
A morte e eu dormimos juntamente
Cantar a ti é tão só que me desperta.


Saturday, February 27, 2016

Um poema de Martín Caballero

                                               
DOLOR DE AMOR

Martín Caballero

Cual aguja punzante
clavas tu recuerdo en mi memoria
la verdad duele,
duele de veras.

Pero las heridas se curan,
Dios bien lo sabe,
y mañana amanecerá bien limpio
pues el día es puro, como mi mirada.

Dor de amor

Qual uma agulha afiada
cravas tua recordação na  minha memória
a verdade dói,
dói de verdade.

Porém, as feridas se curam,
Deus bem o sabe,
e, amanhã, amanhecerá bem limpo,
pois, o dia é puro, como meu olhar.


Ilustração: cincosentidosapuradosromypinto.blogspot.com

Uma poesia de María Clara González



SÚPLICA

María Clara González

Por hoy
dame la mano
para engañarme

Dame tu cuerpo
para saciar mi sed

Por hoy
sólo por hoy
enséñame a mentir
como te mientes
cuando repites

que únicamente el vuelo
de un ave migratoria
te une a mí

Súplica

Por hoje
dá-me a mão
para me enganar

Dá-me teu corpo
Para saciar minha sede

Por hoje
só por hoje
ensina-me a mentir
como tu mentes
quando repetes

que, unicamente, o voo
de uma ave migratória
te une a mim.


Ilustração: maicowill.wordpress.com

Friday, February 26, 2016

Mais uma poesia de Rosario Castellanos


DESTINO                                                                           

Rosario Castellanos

Matamos lo que amamos. Lo demás
No ha estado vivo nunca.
Ninguno está tan cerca. A ningún otro hiere
Un olvido, una ausencia, a veces menos.
Matamos lo que amamos. ¡Que cese esta asfixia
De respirar con un pulmón ajeno!
El aire no es bastante
Para los dos. Y no basta la tierra
Para los cuerpos juntos
Y la ración de la esperanza es poca
Y el dolor no se puede compartir.

El hombre es anima de soledades,
Ciervo con una flecha en el ijar
Que huye y se desangra.

Ah, pero el odio, su fijeza insomne
De pupilas de vidrio; su actitud
Que es a la vez reposo y amenaza.

El ciervo va a beber y en el agua aparece
El reflejo del tigre.

El ciervo bebe el agua y la imagen. Se vuelve
-Antes que lo devoren- (cómplice, fascinado)
Igual a su enemigo.

Damos la vida sólo a lo que odiamos.

DESTINO

Matamos o que amamos. Ademais
Não esteve vivo nunca.
Ninguém está tão próximo. A ninguém outro fere.
Um esquecimento. Uma ausência. Às vezes, menos.
Matamos o que amamos. Que cesse esta asfixia
De respirar com um pulmão alheio.
O ar não é bastante
Para os dois. E não basta a terra
Para os corpos juntos
E a ração da esperança é pouca
E a dor não se pode compartilhar.

O homem é um animal de solidões.
Cervo com uma flecha no lombo
Que se esvaí e sangra.

Ah! Porém, o ódio, sua fixidez insone
De pupilas de vidro; sua atitude
Que é a de repouso e ameaça.

O cervo vai beber e na água
Aparece o reflexo do tigre.

O cervo bebe  a água e a imagem. Se volta
-Antes que o devorem- (cumplíce fascinado)
Igual ao  seu inimigo.

Damos a vida só ao que odiamos.


Ilustração: www.larioja.com

Uma poesia de Rosario Castelhanos

Falsa elegía                                                                         
Rosario Castellanos

Compartimos sólo un desastre lento
Me veo morir en ti, en otro, en todo
Y todavía bostezo o me distraigo
Como ante el espectáculo aburrido.

Se destejen los días,
Las noches se consumen antes de darnos cuenta;

Así nos acabamos.

Nada es. Nada está.
Entre el alzarse y el caer del párpado.

Pero si alguno va a nacer (su anuncio,
La posibilidad de su inminencia
Y su peso de sílaba en el aire),
Trastorna lo existente,
Puede más que lo real
Y desaloja el cuerpo de los vivos.

Falsa elegia

Compartilhamos só um desastre lento
Me vejo morrer em ti, em outro, em todos
E, todavia, bocejo ou me distraio
Como ante um espetáculo aborrecido.  

Se desfiam os dias,
As noites se consumem antes de darmos conta;

Assim nos acabamos.

Nada é. Nada está.
Entre a ascensão e a queda da pálpebra.

Porém, se alguém vai nascer (o seu anúncio,
A possibilidade de sua iminência
E o seu peso em sílaba de ar)
Transtorna o existente,
Pode mais do que o real

E desaloja o corpo dos vivos.

Ilustração: www.nenuno.co.uk

Uma poesia de Alberto Ruy Sánchez

Déjame ser el lobo                                                          
Alberto Ruy Sánchez Lacy

Desde el lado obscuro de tu piel
Me iluminas.
Déjame ser el lobo
-Sombra de sed y perro y hambre-
Que entra en la noche
De tu cuerpo
Con pasos húmedos,
Titubeantes,
Por tu bosque incierto
-Tu olor a mar me guía
Hacia tu oleaje-
Para tocar adentro
La Luna creciente,
De tu sonrisa.
Déjame conocer
-Con lengua incluso-
La obscuridad
Más honda,
La más callada,
E invocar
Con movimientos
Repetidos
-Rituales-
La luna llena
De tu cuerpo,
La que me lleva a ti
Como si yo fuera,
En tus manos,
Agua
Que conviertes
En marea
Iluminada.
  
Deixa-me ser o lobo

Desd’o lado obscuro de tua pele
Me iluminas.
Deixa-me ser o lobo
-sombra de sede e cão e fome-
Que entra na noite
De teu corpo
Com passos úmidos,
Titubeantes,
Por teu bosque incerto
-Teu odor de mar me guia
Até tuas marés-
Para tocar lá dentro
A lua crescente,
De teu sorriso.
Deixa-me conhecer
-com a língua inclusive-
A obscuridade
Mais profunda,
A mais calada,
E invocar
Com movimentos
Repetidos
-Rituais-
A lua cheia
De teu corpo,
A que me leva a ti
Como se eu fosse,
Em tuas mãos,
Água
Que convertes
Em maré
Iluminada.


Ilustração: www.rockypoint-mexico.com 

Monday, February 22, 2016

Uma poesia de Stein




A Long Dress

Gertrude Stein

That is the current that makes machinery,
that makes it crackle,
what is the current that presents a long line and a necessary waist.
What is this current.
What is the wind, what is it.

Where is the serene length,
it is there and a dark place is not a dark place,
only a white and red are black, only a yellow and green are blue,
a pink is scarlet, a bow is every color.
A line distinguishes it.
A line just distinguishes it.


Um vestido longo

Que é corrente que fazemos máquinas,
que passam a crepitar,
que é corrente que apresentamos uma longa linha e a cintura necessária.
Que é corrente.
Que é o vento, que é isto.

Onde é o sereno comprimento,
está lá e um lugar escuro não é um lugar escuro,
só o branco e vermelho são negros, só o amarelo e verde são azuis,
uma rosa é vermelha, um arco é de todas as cores. A linha distingue isto.
Uma linha justa distingue isto.

Ilustração: Stein por Picasso

Sunday, February 21, 2016

Odezinha para Warwick Davis





A benção de ter nascido anão
Me deu esta condição
De ser ator em Star Wars
E ainda em Willow atuar.
E também jamais poderia
Ser duende ou professor de magia
Se não tivesse este tamanho liliputiano,
E, talvez, por fugir do padrão de nanismo,
Sei como cultuar meu ego, com lirismo.
É evidente que me falta
Tamanho para coisas altas,
Mas, fora umas dores,
Estas sim que sobem mais do que deviam,  
Que, com o tempo me assalta,
Nada mais me falta
E até me sai muito bem,
Apesar de alguns enganos também. 
Quantos gigantes uma série tem?
Quantas pessoas podem se gabar
De ser reconhecido nas ruas?
E, para meu consolo, até já ouvi
Alguém, pelas costas, me dizer:
-Ele, pelo menos, vive na tevê.
-Sofrer, todo mundo tem que sofrer,
Porém, o baixinho aí na vida,
Ninguém de sã consciência duvida,
Já subiu muito acima de sua altura.
Sou uma estrela e vendo minha figura.
Quem pode dizer isto de si, ò criatura!


 


Friday, February 19, 2016

Poema da crônica dor de cada dia

Estou, lenta e seguramente, aprendendo a lidar com a dor.
A dor, agora, já não é mais aquela coisa estranha.
Na verdade, a dor, quando é imensa, se entranha
E, mesmo tirando pedaços, fica dentro de nós,
A passear, se remexer, à vontade e atroz 
Como se tivesse direito a um corpo que não é o seu...
De tal forma que, se desaparece sem motivo,
Nos induz a ser muito mais perceptivo 
Com a sensação de que alguma coisa se perdeu.
A dor se comporta como a proprietária dos sentidos
Ainda quando os esmaga, rompe, torce, rasga
Indiferente a como ficamos nos engasga,
nos fragiliza, nos amedronta ao variar 
E nos faz chorar pensando que vamos acabar.
A dor de tão insensível e cruel tem variações
Que nos alegram como se fosse um sinal
De que, afinal, estamos vivos, que temos emoções.  
A dor, no momento, é minha grande companheira
E se comporta como se fosse minha amiga a vida inteira
Com uma familiaridade que, às vezes, me assusta
E a minha grande aposta é de que, também, de mim gosta
Bem, e se não for, para suportá-la, acreditar o que me custa
Se, quando penso que já foi, eí-la de volta? 

Thursday, February 18, 2016

Uma poesia de Eliseo Diego para melhorar a quinta


CANCIÓN PARA TODAS LAS QUE ERES 

Eliseo Diego

No solo el hoy fragante de tus ojos amo
sino a la niña oculta que allá dentro
mira la vastedad del mundo con redondo
azoro, y amo a la extraña gris que me recuerda
en un rincón del tiempo que el invierno
ampara. La multitud de ti, la fuga de tus horas,
amo tus mil imágenes en vuelo
como un bando de pájaros salvajes.
No solo tu domingo breve de delicias
sino también un viernes trágico, quien
sabe, y un sábado de triunfos y de glorias
que no veré yo nunca, pero alabo.
Niña y muchacha y joven ya mujer,
tu todas, colman mi corazón, y en paz las amo. 

Canção para todas que és

Não só, é hoje, flagrante que os teus olhos amo
como também a menina oculta lá dentro
que olha para a vastidão do mundo, com um olhar redondo,
confuso, e eu amo o cinza estranho que me lembra
um pedaço do tempo que o inverno
ampara. A multidão de ti, a fuga de tuas horas,
amo as tuas mil imagens em vôo
como um bando de pássaros selvagens.
Não só teu domingo, breve de delícias,
mas, também a sexta-feira trágica, quem
sabe, e um sábado de triunfos e glórias
que não verei eu nunca, porém, louvo.
A menina e a moça e a jovem já mulher,
tu, que és todas, enche meu coração e, em paz, as amo.

Ilustração: www.salves.com.br

Wednesday, February 17, 2016

Uma poesia de Roberto Branly


A veces me pregunto qué tipo de bestia suave...

Roberto Branly

A veces me pregunto qué tipo de bestia suave,
qué consumo de piel emponzoñada alimenta
el péndulo del día, las horas apacibles,
de costumbres remansadas;
qué afán que como estrella se congela,
se va entibiando hasta que el soplo, levemente,
se diluye en las cenizas.
Pienso en otras noches, no de tristes remembranzas,
en que todo era un temblor, un cántico de sangre,
un volteo apenas de las sábanas,
la crepitación, el vaho, la densidad oscura y tibia
de otro cuerpo;
pienso ya sin la nostalgia,
y siento que este cálido animal que soy en las raíces,
iba ya soñando nuevas formas tendidas en la fiebre;
recatadamente, yo, este breve resplandor de la materia,
quedaba en sueños, en frenarme, en negar la furia
y disparar toda aventura, maravilla,
hacia un laberinto de aguas negras, de estupor,
de olvido, de penumbra acaso.
Pero —ya es así—, la triste fiera,
siempre, desde el fondo,
ruge en medio del desierto.

Às vezes me pergunto que tipo de animal gentil

Às vezes me pergunto que tipo de animal gentil,
que consumo de pele venenosa alimenta
o pêndulo do dia, as horas aprazíveis,
de costumes adormecidos;
que desejo que como estrela se congela,
e vai se enfraquecendo até que o sopro, levemente,
se diluí em cinzas.
Penso em outras noites, não de tristes lembranças,
em que tudo era um tremor, uma canção de sangue,
um girar apenas das folhas,
a crepitação, o nevoeiro, a densidade escura e quente
de outro corpo;
penso já sem nostalgia,
e sinto que este quente animal que sou nas raízes,
já estava sonhando com novas formas que encontravam-se na febre;
recatadamente, eu, neste breve esplendor da matéria,
ficava em sonhos, a me frear, para negar a fúria
e disparar toda a aventura, maravilha,
até um labirinto de águas negras, estupor,
do esquecimento, de penumbra, por acaso.
Porém, já é assim – e o animal triste,
sempre, a partir do fundo,
ruge no meio do deserto.

Ilustração: www.studiobobs.com.br

Uma poesia de Joaquín Giannuzzi

 
AMANTES EN LA NOCHE                                        
Joaquín Giannuzzi

Nos amamos y apagamos el televisor
como negando la realidad. Pero el mundo
insiste en sus convicciones o las busca
por motivos que ignoramos o acaso
porque el crimen debe seguir su curso.
Desde afuera, sus figuras insomnes
presionan contra las paredes que nos refugian.
Se encarnan en el viento, aullidos
de neumáticos y en las inmediaciones
de todas las cosas, tiroteos
que no resuelven la discordia general.
Ahora acumula hojas secas
al pie de las ventanas y desliza
una carta de origen desconocido
por debajo de la puerta.
Pero florecemos desnudos en medio de la noche
donde el amor decide en su propia voluntad
y por él sabemos cómo hacer de la historia
un rumoroso escándalo que no nos concierne.

Amantes na noite

Nos amamos e apagamos o televisor
Como negando a realidade. Porém, o mundo
Insiste em suas convicções ou as busca
Por motivos que ignoramos ou, talvez seja o caso,
O crime deve seguir seu curso.
Desde fora, suas figuras insones
Pressionam contra as paredes que nos refugiam.
Se encarnam no vento, cantar
De pneus e nas imediações
De todas as coisas, tiroteios
Que não resolvem a discórdia geral.
Agora acumulam-se folhas secas
Ao pé das janelas e desliza
Uma carta de origem desconhecida
Por debaixo da porta.
Porém, florescemos nus no meio da noite
Onde o amor decide por sua própria vontade
E por sabermos como fazer da história

Um rumoroso escândalo que não nos concerne. 

Ilustração: www.elmorrocotudo.cl

Tuesday, February 16, 2016

Uma poesia de Amarna Miller

Sé perfectamente cómo llegué a este punto               

Amarna Miller

Precavida.

Siempre atenta a que las esquinas no me saquen los ojos.
Siempre pendiente de que mis entrañas no echen a volar.
Con miedo a que mis amigos se olviden del color de mi rostro.
Y a que mi novio me parta la cara con libros de poesía,
con lenguas de cristal,
con pañuelos de calma, no te alteres,
con cuidado que si gritas, la vas a liar.
De carnes rotas, de huesos rotos, de sangre amarga.
De cuerpo que pesa y se funde con el suelo, con el mundo.
Cuerpo que echa raíces en la tierra porque ya no hay nada más.
Mi vida, reducida a una semilla.
Cuidadosa.
Siempre precavida.
Siempre previsora.
Y nunca lo suficiente.

***

Sei, perfeitamente, como cheguei a este ponto

Precavida.

Sempre atenta a que nas esquinas não me arranquem os olhos.
Sempre pendente de que minhas entranhas
Com medo de que meus amigos se esqueçam da cor de meu rosto.
E que meu noivo não me quebre a cara com livros de poesia,
Com línguas de cristal,
Com lenços de calma, não te alteres. 
Com cuidado porque se gritas, irás se enrolar.
De carnes roídas, de ossos roídos, de sangue amargo.
De corpo que pesa e se funde com o solo, com o mundo.
Corpo que lança raízes na terra porque não há mais nada.
Minha vida reduzida a uma semente.
Cuidadosa.
Sempre precavida.
Sempre previsora.

E nunca o suficiente.