Tuesday, June 30, 2015

Outra poesia de Graciela Wencelblat Wainbuch

Graciela Wencelblat Wainbuch                                                    

Culpo a todas las mujeres
que me habitan
por traicionarme.
Brujas que se atrevieron a borrar
las líneas de mis manos
y las enjuicio por no cumplir sus
promesas.
Sobre todo señalo a la que ríe
por no avisar que no debía mirar
y evitar que perdiera mi inocencia.


Culpo a todas as mulheres
que me habitam
por me traírem.
Bruxas que se atreveram a apagar
as linhas de minhas mãos
e as processo por não cumprir suas
promessas.
Especialmente assinalo a que ri
por não avisar que não devia olhar
e evitar que se perdesse minha inocência.


Monday, June 29, 2015

Outra poesia de Jorge Debravo

Como una barca se me fue el deseo                    
Jorge Debravo


Como una barca se me fue el deseo.
Como una absurda barca
Llena de besos y de piel madura.

Extravié la manera de abrazarte
En no sé que lejanas, olvidadas comarcas.
Estoy perdido en medio de tu carne.

En el fondo de tus ojos me despierto
Solo como una estatua.
Tu amor me sabe a exilio.

Como exiliado llego hasta tu almohada.
Como a un extranjero tú me aguardas.

Como um barco se foi o meu desejo

Como um barco se foi o meu desejo.
Como um absurdo barco
Cheio de beijos e de pele madura.

Extraviei  a maneira de  te abraçar
Nem sei em regiões distantes, esquecidas comarcas.
Eu estou perdido no meio de tua carne.

No fundo de teus olhos me desperto
Só como uma estátua.
Teu amor tem gosto de exílio.

Como exílado chego a teu travesseiro.
Como a um estrangeiro tu me aguardas.


Sunday, June 28, 2015

Uma poesia de June Jordan

Poem for My Love                                                     
June Jordan
   
   How do we come to be here next to each other   
   in the night
   Where are the stars that show us to our love   
    inevitable
   Outside the leaves flame usual in darkness   
   and the rain
   falls cool and blessed on the holy flesh   
   the black men waiting on the corner for   
   a womanly mirage
   I am amazed by peace
   It is this possibility of you
   asleep
   and breathing in the quiet air

Poema para o Meu Amor

Como poderemos estar aqui, um ao lado do outro,
na noite
Onde estão as estrelas  que nos mostram ser o nosso amor
inevitável
Fora do brilho habitual da escuridão
e da chuva
caem o frio e as bênçãos sobre a carne santa
enquanto os homens negros esperam na esquina
por uma miragem feminina
Eu estou maravilhado pela paz
por esta possibilidade de você
adormecer
e respirar tranquilamente.


Ilustração: www.youtube.com

Saturday, June 27, 2015

Outra poesia de Reina María Rodríguez

CON LA PASIÓN DE JUANA DE ARCO        

Reina María Rodríguez

qué importa el frío
si uno se inventa su calor en las palabras
que se van quemando
unas contra otras hasta el pelo que empieza
a arder con desesperación.
qué importa aquí sentada
minuto tras minuto
este frío y este calor alternándose
con la muerte y la luz:
la sensación de una espada en el silencio
corta mi lengua.
qué importa si la protección espanta al fuego.
puede ser que la noche acabe con su codicia
entonces
inventaré la llama.

Com a paixão de Joana D’arc

que importa o frio
se alguém inventa seu calor com palavras
que se vão queimando
umas contra as outras até que o cabelo começa
a arder com desespero.
que importa aqui sentada
minuto após minuto
este frio e este calor alternando-se
com a morte e a luz:
a sensação de uma espada em silêncio
corta minha língua.
que importa se a proteção espanta o fogo.
pode ser que a noite acabe com sua avidez,
então,

inventarei a chama.

Ilustração: scribebat.wordpress.com



Friday, June 26, 2015

Uma poesia de Reina María Rodriguez

 
KITSCHMENTE                                            

Reina María Rodríguez

soy kitsch, y mis amores, mis pasiones, mis sentimientos, mis
amigos, mis condecoraciones, mis méritos y deméritos también.
tal vez de un kitsch idealizado, distinto, que tiene una cáscara más
refinada o “literaria” al ordinario. pero eso no me salva. este
personaje lo escogí, y aunque hubiera podido ser cualquier otro,
tal vez la bailarina de Tropicana, la jinetera o la monja, mi
fidelidad a la renuncia, a la abstinencia y a no ser múltiple -cierto
Gandhismo-, me empecinó en mí: megalómana, ridícula y cursi.
Yo emito señales (kitsch), para suplantar esa pérdida, esa absoluta pérdida;
para unir la falla, la rajadura que está entre mi potencialidad  y la  ausencia 
y hago concesiones para existir (kitschmente).

Kitschmente

sou kitsch, e meus amores, minhas paixões, meus sentimentos, meus
amigos, minhas condecorações, meus méritos e deméritos também.
talvez  de um kitsch  idealizado, diferente, que tem uma casca mais
refinada ou "literária" de ordinário. Porém isso não me salva. Este
personagem escolhi, e ainda que pudesse ser qualquer outro,
talvez a bailarina Tropicana,  a prostituta ou a freira, minha
fidelidade à renúncia, a abstinência e o não ser múltiplo- certo
Gandhismo-, se encrustou em mim: megalômana, ridícula e brega.
Eu emito sinais (Kitsch), para suplantar essa perda, essa perda total;
para unir a falha, a rachadura, que está entre minhas potencialidades e a ausência e  faço a concessões para existir (kitschmente).

Ilustração: fashion-rio.inverno09.blog.uol.com.br



Thursday, June 25, 2015

Uma poesia de Wencelblat Wainbuch

HOY                                                                                     

Graciela Wencelblat Wainbuch

Hoy voy a derribar las puertas
arrancar los candados
abrir el corazón de la noche.
Quiero descoser los lamentos
del aire,
destornillar los dolores anclados
darle batalla a la desesperanza.
Hoy que en el techo descubrí una
grieta, me sentí fatal.
 Hoy
decido llevar mi cuerpo al viento
vivir en las pausas
renacer en el goce
persistir en la insolencia.


HOJE

Hoje vou derrubar as portas
arrancar os cadeados
abrir o coração da noite.
Quero desfazer os lamentos
do ar,
despregar as dores ancoradas
dar batalha ao desespero.
Hoje que tento descobrir uma
fenda, me senti fatal.
Hoje
decidi deixar meu corpo ser levado ao vento
viver nas pausas
renascer no gozo
persistir na insolência.



Wednesday, June 24, 2015

Mais uma poesia de Octavio Paz

La calle                                                         

Octavio Paz


Es una calle larga y silenciosa.
Ando en tinieblas y tropiezo y caigo
Y me levanto y piso con pies ciegos
Las piedras mudas y las hojas secas
Y alguien detrás de mí también las pisa:
Si me detengo, se detiene;
Si corro, corre. Vuelvo el rostro: nadie.
Todo está oscuro y sin salida,
Y doy vueltas y vueltas en esquinas
Que dan siempre a la calle
Donde nadie me espera ni me sigue,
Donde yo sigo a un hombre que tropieza
Y se levanta y dice al verme: nadie.

 A rua

É  uma rua larga e silenciosa.
Ando na escuridão e tropeço e caio
E me levanto e piso com os pés cegos
As pedras mudas e as folhas secas
E alguém atrás de mim também as pisa:
Se me detenho, se detém;
Se corro, corre. Volto o rosto: ninguém.
Tudo está escuro e sem saída,
E dou voltas e voltas nas esquinas
Que dão sempre na mesma rua
Onde ninguém me espera nem me segue
Onde eu sigo um homem que tropeça
E  se levanta e diz ao me ver: ninguém.


Ilustração: odeporica.blogspot.com

Tuesday, June 23, 2015

E, de volta, Jorge Debravo


Aunque hundamos a puños la tristeza 

Jorge Debravo

Aunque hundamos a puños la tristeza
Y cerremos con besos cada herida
El amor nos rebosa en la cabeza
Como un agua fatal, enardecida.

Escondidos detrás de las persianas,
Ocultos tras las cárceles del pecho,
El amor nos golpea las ventanas
Lo mismo que si estamos en el lecho.

El amor no termina ni en la nada.
Nos lo entrega el descanso, nos lo entrega
El trabajo y lo que anda y lo que rueda.

Y aunque se nutre de mujer amada,
Con mujer o sin ella el amor llega,
Y si la mujer pasa, el amor queda.

Ainda que afoguemos os punhos da tristeza

Ainda que afoguemos os punhos da tristeza
E fechemos com beijos cada ferida
O amor transborda de nossas cabeças
Como água fatal, inflamada.

Escondidos por trás das persianas,
Ocultos por trás dos cárceres do peito,
O amor nos atinge pelas janelas
Assim como se estivéssemos no leito.

O amor não termina nem em nada.
Nos entrega o descanso, nos entrega
O trabalho e o que anda e o que roda.

E ainda se nutre da mulher amada,
Com ou sem ela o amor chega,

E se a mulher passa, o amor se queda.

Ilustração: deusario.com


Monday, June 22, 2015

Outro soneto de Neruda

 
Soneto LXXXIII                                                          

Pablo Neruda


Es bueno, amor, sentirte cerca de mí en la noche,
Invisible en tu sueño, seriamente nocturna,
Mientras yo desenredo mis preocupaciones
Como si fueran redes confundidas.

Ausente, por los sueños tu corazón navega,
Pero tu cuerpo así abandonado respira
Buscándome sin verme, completando mi sueño
Como una planta que se duplica en la sombra.

Erguida, serás otra que vivirá mañana,
Pero de las fronteras perdidas en la noche,
De este ser y no ser en que nos encontramos

Algo queda acercándonos en la luz de la vida
Como si el sello de la sombra señalara
Con fuego sus secretas criaturas.

Soneto LXXXIII

É bom, amor, sentir que estais perto de mim na noite,
Invisível em teu sono, sinceramente noturno,
Enquanto eu desenredo minhas preocupações
Como se fossem redes confusas.

Ausente, pelos sonhos, o teu coração navega,
Porém, o teu corpo abandonado respira
Buscando-me sem me ver, completando o meu sono
Como uma planta que se duplica na sombra.

Ereta, serás outra que viverás amanhã,
Porém, das fronteiras perdidas na noite,
Deste ser e não ser em que nos encontramos

Algo fica se aproximando na luz da vida
Como se o selo da escuridão marcasse
Suas  secretas criaturas com fogo.


Ilustração: fanfics.com.br

Sunday, June 21, 2015

Uma poesia de J.E.T. C.



Não hei de te amar
toda a vida,
nem todas as horas
nem todos os dias...
Somente te amarei
de tal forma
que quando deixe
de te ver
sentirás que se
foi a vida

Fonte: El mítico canto del pájaro 

Um número (quase) mágico



Eu nem sei a razão pela qual    
O número 3 seja um número mágico.
Muito embora três vezes te beijei...
em alguma hora
Ou, talvez seja que nasci em março 
E Pedro, com razões bem convincentes,
Por três vezes também negou Jesus.
Sonhei que com três começava uma briga
Em que findava por te beijar querida,
Mas, nada mais havia a ver com três,
Pois, te beijava apenas uma vez, antes de acordar
E ao meu lado te procurar em vão.
Joguei na loteria
E nem como múltiplo o três me apareceu...
Será que como o meu amor
No caminho se perdeu?
Agora só me resta uma alternativa,
Não sendo filho de Thor nem de Zeus, 
De vez que minha covardia é definitiva:
Rezar três vezes para Santo Antônio
Para acabar, enfim, com este pandemônio
E poder ter os carinhos teus. 

Ilustração: Pam López 

Uma poesia de Karl Fuchs

A Love Song                                                              

Karl Fuchs

Let me sing you a love song
About what I feel in my heart;
Butterflies can't find nectar
Whenever we're apart.

You're a flower in bloom.
In the dark, in the gloom,
It's you who brightens my day.
How many ways do I need you?
Every day, every way, come what may.


Uma Canção de Amor

Deixa-me te cantar uma canção de amor
Sobre o que eu sinto no meu coração;
Borboletas não podem encontrar o néctar
Enquanto permanecem separadas.

Tu és uma flor em flor.
No escuro, na melancolia,
És tu quem ilumina o meu dia.
De quantas formas de ti preciso eu?
Todo dia, de toda forma, de qualquer jeito.


Ilustração: carolzinhamixs.blogspot.com

Saturday, June 20, 2015

Uma poesia de Federico Rivolta

 
ESA PARTE DE MÍ

Federico Rivolta

Cuando apoyo el arma en mi cabeza, no pretendo destruir mi cráneo. Solo me imagino disparando a una pequeña región del cerebro, para que los recuerdos que me atormentan queden esparcidos en la pared.

Cuando apoyo la navaja en mis venas, no pretendo morir desangrado. Solo me imagino haciendo una pequeña incisión, para que las gotas de veneno que contaminan al resto queden derramadas en el suelo.

Cuando apoyo el puñal en mi pecho, no pretendo que mi corazón deje de latir. Solo me imagino rompiendo la coraza de odio, esa que me aparta del mundo que nos rodea.

No quiero matarme, solo quiero matar esa parte de mí que te hace daño.

Essa parte de mim

Quando apoio a arma na minha cabeça, não pretendo destruir meu crânio. Só me imagino
Disparando numa pequena região do cérebro, para que as recordações que me atormentam
Quedem espalhadas na parede.

Quando apoio a navalha nas minhas veias, no pretendo morrer cortado. Só me imagino
fazendo uma pequena incisão, para que aquelas gotas de veneno que contaminam  ao resto
quedem derramadas no solo.

Quando apoio o punhal no meu peito, não pretendo que meu coração deixe de bater. Só me imagino rompendo a couraça de ódio, essa que me aparta do mundo que me rodeia.

Não quero matar-me, só quero matar essa parte de mim que te faz dano.


Ilustração: www.pinterest.com

Friday, June 19, 2015

Neruda novamente


Pablo Neruda


La luz que de tus pies sube a tu cabellera,
La turgencia que envuelve tu forma delicada,
No es de nácar marino, nunca de plata fría:
Eres de pan, de pan amado por el fuego.

La harina levantó su granero contigo
Y creció incrementada por la edad venturosa,
Cuando los cereales duplicaron tu pecho
Mi amor era el carbón trabajando en la tierra.

Oh, pan tu frente, pan tus piernas, pan tu boca,
Pan que devoro y nace con luz cada mañana,
Bienamada, bandera de las panaderías,

Una lección de sangre te dio el fuego,
De la harina aprendiste a ser sagrada,
Y del pan el idioma y el aroma.

Soneto XIII

A luz de teus pés sobe  até teus cabelos,
O torpor que envolve a tua forma delicada,
não é de pérola marinha, nunca de prata fria:
és de pão, de pão amado pelo fogo.

A farinha levantou teu celeiro contigo
e cresceu impulsionada pela idade venturosa,
quando os cereais duplicaram teu peito
meu amor era de carvão  trabalhando a terra.

Oh, pão tua frente, pão tuas pernas, pão tua boca,
pão que devoro e nasce com a luz de cada manhã,
bem-amada, bandeira das padarias,

Uma lição de sangue deu-lhe o fogo,
da farinha aprendeste a ser sagrada,
e do pão o idioma e o aroma.


Thursday, June 18, 2015

Mais uma poesia de Salvador Pliego

V                                                                                                      
Salvador Pliego

Créame, me estoy enamorando.
 Si tiene sentido o no, es asunto de correspondencia.
Créame, que nada tiene altura sino el corazón que siento,
y por eso canto y vuelo, respiro y vuelo.
Créame, a usted la quiero…
¡Así, así de simple!…
Y lo que vivo nace en mí.
Créame, yo soy testigo, a usted la quiero.

V

Creia em mim, estou apaixonado.
Se faz sentido ou não, é uma questão de correspondência.
Creia em mim, nada tem razão senão o coração que sinto,
e por isto eu canto e voo, respiro e voo.
Creia em mim, eu a quero...
Assim, assim tão simples! ...
E o que vivo nasce em mim.
Creia em mim, eu sou o testemunho, eu a quero.


Ilustração: www.mensagenscomamor.com

Um poema de Mariela Laudecina

Mariela Laudecina                                                                        

Vuelo hasta un árbol de hojas plateadas
El sol, un convite
la brisa, fresca y mínima
Es un país de construcciones antiguas
Desde una rama veo gente que pasea
planeo, doy tumba carnero en el aire
Descubro que los pensamientos son catapultas
con solo imaginar un lugar aparezco en él
Cuando soy voladora, soy profesional.


Voo até uma árvore com folhas prateadas
O sol, um convite
à brisa, fresca e mínima.
É um país de construções antigas
desde um ramo vejo pessoas que passeiam
planejo, dar uma  cama patente como sepultura no ar.
Descubro que os pensamentos são catapultas
só em imaginar um lugar apareço nele
quando sou voadora, sou profissional.


Ilustração: quebeloestranhodia.files.wordpress.com 

Wednesday, June 17, 2015

De volta Octavio Paz


Octavio Paz

Quiso cantar, cantar
Para olvidar
Su vida verdadera de mentiras
Y recordar
Su mentirosa vida de verdades.

Epitáfio para um poeta

Quis cantar, cantar
Para esquecer
Sua vida verdadeira de mentiras
E recordar
Sua mentirosa vida de verdades.

Ilustração: umilhao.com.br